Risco de reincidência criminal e psicopatologia em jovens agressores
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/31689 |
Resumo: | Nos últimos anos, alguns autores têm estudado os fatores de risco de reincidência criminal e concluíram que são os Central Eight os fatores de risco mais significativos na predição do comportamento criminal. Por outro lado, alguns autores têm sublinhado a importância de ter em conta as necessidades a nível da saúde mental na avaliação do risco. Estudos que associaram a psicopatologia e o risco de reincidência criminal em agressores adultos concluíram que a Perturbação de Personalidade Antissocial é um preditor significativo do risco de reincidência criminal. Até ao momento, não existem estudos que associem estas duas variáveis em jovens agressores razão pela qual este estudo teve como principal objetivo explorar a associação entre psicopatologia, especificamente as Perturbações Disruptivas, e o risco de reincidência criminal nesta população. Para a realização do mesmo, foi recolhida uma amostra de 208 jovens agressores, com idades compreendidas entre os 14 e os 20 anos, intervencionados pelo Sistema de Justiça Juvenil Português, dos quais 120 cumpriam Medidas Tutelares Educativas de Internamento e 88 cumpriam Medidas Tutelares Educativas de Acompanhamento Educativo (na comunidade). Os principais resultados demostraram que existe uma diferença entre os grupos quanto ao nível global e específico de risco e quanto à prevalência de psicopatologia. A percentagem de jovens no grupo de internamento com nível de risco global mais elevado é superior à percentagem de jovens do grupo da comunidade. O mesmo aconteceu em relação aos fatores de risco específicos, a percentagem de jovens no grupo de internamento com nível de risco mais elevado em cada fator de risco específico é superior à percentagem de jovens no grupo da comunidade. Além disso, os resultados mostraram ainda uma associação entre nível de risco global e específico e a presença de Perturbações Disruptivas na amostra total. A percentagem de jovens com Perturbações Disruptivas é superior em níveis de risco mais elevados. Da mesma forma, a percentagem de jovens com Perturbações Disruptivas é superior em níveis de risco mais elevados no fator específico Personalidade/Comportamento. No global, estes resultados reforçam a ideia de que os jovens apresentam necessidades de intervenção em saúde mental, pelo que a intervenção focada nestas necessidades pode contribuir de forma positiva na redução do risco de reincidência criminal, da mesma forma que garante o direito de acesso ao tratamento em saúde mental |
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Para a realização do mesmo, foi recolhida uma amostra de 208 jovens agressores, com idades compreendidas entre os 14 e os 20 anos, intervencionados pelo Sistema de Justiça Juvenil Português, dos quais 120 cumpriam Medidas Tutelares Educativas de Internamento e 88 cumpriam Medidas Tutelares Educativas de Acompanhamento Educativo (na comunidade). Os principais resultados demostraram que existe uma diferença entre os grupos quanto ao nível global e específico de risco e quanto à prevalência de psicopatologia. A percentagem de jovens no grupo de internamento com nível de risco global mais elevado é superior à percentagem de jovens do grupo da comunidade. O mesmo aconteceu em relação aos fatores de risco específicos, a percentagem de jovens no grupo de internamento com nível de risco mais elevado em cada fator de risco específico é superior à percentagem de jovens no grupo da comunidade. Além disso, os resultados mostraram ainda uma associação entre nível de risco global e específico e a presença de Perturbações Disruptivas na amostra total. A percentagem de jovens com Perturbações Disruptivas é superior em níveis de risco mais elevados. Da mesma forma, a percentagem de jovens com Perturbações Disruptivas é superior em níveis de risco mais elevados no fator específico Personalidade/Comportamento. No global, estes resultados reforçam a ideia de que os jovens apresentam necessidades de intervenção em saúde mental, pelo que a intervenção focada nestas necessidades pode contribuir de forma positiva na redução do risco de reincidência criminal, da mesma forma que garante o direito de acesso ao tratamento em saúde mentalRecently, researchers have studied the risk factors of criminal recidivism and currently there is a consensus that the Central Eight are the most significative predictors of criminal behavior. However, some authors pointed out the importance of taking into account mental health intervention needs in the assessment of the risk criminal recidivism. Studies concerning the association between psychopathology and the risk of criminal recidivism in adult offenders showed that Antisocial Personality Disorder was a significant predictor of criminal risk recidivism. So far, there are no published studies linking these two variables in young offenders. Therefore, the main purpose of this study was to explore the relation between psychopathology (specifically Disruptive Disorders) and the risk of criminal recidivism in this specific population. Participants were 208 male young offenders, with ages between 14 and 20 years old, from the Portuguese Juvenile Justice System. From the total sample, 120 youngsters were placed in juvenile facilities, and 89 were receiving community-based programs. Results showed differences between groups concerning the global and specific level of risk and the prevalence of psychopathology. The percentage of youth in juvenile facilites with higher global risk level is higher than the percentage of young people from the community group. The same result was found regarding specific risk factors, with youth from juvenile facilities presenting higher risk level in each specific risk factor in comparison with young people in the community group. Results also showed an association between the level of global and specific risk and the presence of Disruptive Disorders in the total sample. The percentage of youth with Disruptive Disorders is higher at higher levels of risk. Additionally, the percentage of youth with Disruptive Disorders is greater at higher levels on the specific risk factor Personality / Behavior. Overall, results showed that young offenders present mental health intervention needs, which should be addressed as the main target of intervention with young offenders. For this to happen, the right of mental treatment should be ensured.2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31689http://hdl.handle.net/10316/31689TID:201448122porRibeiro, Vânia Filipa Martinhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:50Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/31689Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:49:09.355804Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Nos últimos anos, alguns autores têm estudado os fatores de risco de reincidência criminal e concluíram que são os Central Eight os fatores de risco mais significativos na predição do comportamento criminal. Por outro lado, alguns autores têm sublinhado a importância de ter em conta as necessidades a nível da saúde mental na avaliação do risco. Estudos que associaram a psicopatologia e o risco de reincidência criminal em agressores adultos concluíram que a Perturbação de Personalidade Antissocial é um preditor significativo do risco de reincidência criminal. Até ao momento, não existem estudos que associem estas duas variáveis em jovens agressores razão pela qual este estudo teve como principal objetivo explorar a associação entre psicopatologia, especificamente as Perturbações Disruptivas, e o risco de reincidência criminal nesta população. Para a realização do mesmo, foi recolhida uma amostra de 208 jovens agressores, com idades compreendidas entre os 14 e os 20 anos, intervencionados pelo Sistema de Justiça Juvenil Português, dos quais 120 cumpriam Medidas Tutelares Educativas de Internamento e 88 cumpriam Medidas Tutelares Educativas de Acompanhamento Educativo (na comunidade). Os principais resultados demostraram que existe uma diferença entre os grupos quanto ao nível global e específico de risco e quanto à prevalência de psicopatologia. A percentagem de jovens no grupo de internamento com nível de risco global mais elevado é superior à percentagem de jovens do grupo da comunidade. O mesmo aconteceu em relação aos fatores de risco específicos, a percentagem de jovens no grupo de internamento com nível de risco mais elevado em cada fator de risco específico é superior à percentagem de jovens no grupo da comunidade. Além disso, os resultados mostraram ainda uma associação entre nível de risco global e específico e a presença de Perturbações Disruptivas na amostra total. A percentagem de jovens com Perturbações Disruptivas é superior em níveis de risco mais elevados. Da mesma forma, a percentagem de jovens com Perturbações Disruptivas é superior em níveis de risco mais elevados no fator específico Personalidade/Comportamento. No global, estes resultados reforçam a ideia de que os jovens apresentam necessidades de intervenção em saúde mental, pelo que a intervenção focada nestas necessidades pode contribuir de forma positiva na redução do risco de reincidência criminal, da mesma forma que garante o direito de acesso ao tratamento em saúde mental |
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