Estudo da resistência a biocidas e antibióticos em estafilococos associados a infeções em animais de companhia

• Autor(a) principal: Oliveira, Valéria Joaquina Henrique de
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/93487
• topic: Staphylococcus schleifer; Antibióticos; SSTI; Biocidas; Resistência; Staphylococcus schleiferi; SSTIs; Antibiotic; Biocide; Resistance; Ciências Médicas

RESUMO: A espécie Staphylococcus schleiferi é o segundo agente patogénico mais frequentemente associado a infeções da pele e tecidos moles (SSTIs) em cães. Esta Dissertação teve como objetivo estudar a suscetibilidade de uma coleção de S. schleiferi associada à SSTIs caninas, a antibióticos e biocidas associados à terapêutica destas infeções. A coleção inicial englobou todos os isolados (n = 89) identificados como S. schleiferi ou Staphylococcus spp. em dois laboratórios veterinários em Lisboa, entre 1999 e 2018. A identificação ao nível de espécie foi feita por amplificação do gene nuc e ao nível da subespécie pela produção de urease. A suscetibilidade aos antibióticos e biocidas foi avaliada por Kirby-Bauer e determinação de concentrações mínimas inibitórias (CMI), respetivamente. A distribuição de halos de inibição e de CMIs foi usada para estimar valores de “cut-off” epidemiológicos (ECOFFs). A presença de genes de resistência foi pesquisada por PCR. A produção de biofilme foi avaliada pelo método de cristal de violeta. Dos 89 isolados testados, 28 foram identificados como S. schleiferi, correspondendo a 27 S. schleiferi subsp. coagulans e um S. schleiferi subsp. schleiferi. Dos 28 isolados, dois (7,1%) são resistentes à meticilina (MRSS, mecA+) e cinco (17,8%) são multirresistentes. Observou-se também resistência à penicilina (PEN) (18/28, 64,3%), às fluoroquinolonas (12/28, 42,9%), à eritromicina (ERY) e clindamicina (CLI) (3/28, 10,7%), ao ácido fusídico (3/28, 10,7%) e à tetraciclina (1/28, 3,6%). O gene blaZ foi detetado em 16 isolados PENR e o erm(B) num isolado ERYR CLIR. Os ECOFF estimados permitiram identificar isolados “non wild-type” para alguns dos antibióticos e biocidas testados. Identificaram-se ainda dois isolados (7,1%) com produção de biofilme moderada ou forte. Neste trabalho são propostos valores de ECOFF que poderão ser aplicados em estudos futuros de vigilância da resistência aos antibióticos e biocidas em S. schleiferi. Este é um dos poucos estudos sobre S. schleiferi em Portugal, sendo o primeiro a documentar estirpes MRSS associadas à SSTIs caninas no nosso país, destacando a emergência de resistência aos antibióticos neste agente patogénico, alguns dos quais de importância elevada ou crítica na medicina humana.