Caracterização clínica da Fibrose Pulmonar Idiopática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/10697 |
Resumo: | Introdução: A Fibrose Pulmonar Idiopática é a patologia mais frequente no subgrupo das pneumonias intersticiais idiopáticas. Dada a sua apresentação clínica variável e associação frequente a um mau prognóstico, torna-se relevante uma análise dos diversos parâmetros clínicos assim como um estudo relacional entre a apresentação da doença e seu prognóstico e evolução. Objetivos: Este estudo foi desenvolvido com objetivo de relacionar a apresentação clínica da doença com o prognóstico e evolução da mesma, numa população de doentes com Fibrose Pulmonar Idiopática seguidos na Consulta de Doenças do Interstício Pulmonar do Hospital de Braga. Metodologia: Estudo observacional retrospetivo em 38 doentes seguidos na Consulta de Doenças do Interstício Pulmonar do Hospital de Braga, de fevereiro/2011 a abril/2019, com diagnóstico de Fibrose Pulmonar Idiopática, definido segundo critérios ATS/ERS/ALAT/JRS de 2011, em reunião multidisciplinar. Os dados foram recolhidos a partir dos processos clínicos do sistema informático Glintt-HS 16R1.01.64®. Foi utilizado o software SPSSv25.0 para a análise estatística dos dados. Resultados: Foram incluídos 38 doentes com uma idade mediana de 70,50 anos, predominantemente do sexo masculino, tendo o diagnóstico sido feito num contexto clínico de dispneia e tosse, maioritariamente concomitante. Foi objetivada uma progressão rápida da doença em 15,8% (6) doentes, estando associada a valores inferiores de Capacidade Vital Forçada (CVF), Volume expiratório máximo no 1º segundo (VEMS), Capacidade de Difusão do Monóxido de Carbono (DLCO), saturação mínima de oxigénio na Prova de Marcha de 6 Minutos (PM6M), aumento da dessaturação na PM6M e valor obtido no score GAP. Esteve ainda associada à ocorrência de exacerbação aguda, que constituiu a principal causa de morte, apresentando uma mortalidade de 66,7% (16). Verificaram-se, como fatores de risco para a ocorrência da mesma, uma diminuição da CVF, VEMS, DLCO e saturação mínima de oxigénio na PM6M e um aumento na dessaturação na PM6M. O tratamento com antifibróticos foi instituído em 50% (19) dos doentes. Doentes com progressão rápida e lenta da doença apresentaram uma sobrevivência de 6 e 56 meses, respetivamente. Valores inferiores de CVF, DCLO, distância da PM6M e valores superiores no score GAP demonstraram ser fatores prognósticos. A sobrevivência global da amostra foi de 36 meses. Conclusão: Este estudo sugere uma diferença significativa na sobrevivência entre doentes com progressão rápida e lenta da doença, evidenciando-se as provas funcionais como fator diferenciador entre os dois fenótipos de progressão, traduzindo o declínio da função pulmonar um importante fator prognóstico. |
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Caracterização clínica da Fibrose Pulmonar IdiopáticaCoorte retrospetiva do Hospital de BragaEvoluçãoFibrose Pulmonar IdiopáticaFunção PulmonarPrognósticoSobrevivênciaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A Fibrose Pulmonar Idiopática é a patologia mais frequente no subgrupo das pneumonias intersticiais idiopáticas. Dada a sua apresentação clínica variável e associação frequente a um mau prognóstico, torna-se relevante uma análise dos diversos parâmetros clínicos assim como um estudo relacional entre a apresentação da doença e seu prognóstico e evolução. Objetivos: Este estudo foi desenvolvido com objetivo de relacionar a apresentação clínica da doença com o prognóstico e evolução da mesma, numa população de doentes com Fibrose Pulmonar Idiopática seguidos na Consulta de Doenças do Interstício Pulmonar do Hospital de Braga. Metodologia: Estudo observacional retrospetivo em 38 doentes seguidos na Consulta de Doenças do Interstício Pulmonar do Hospital de Braga, de fevereiro/2011 a abril/2019, com diagnóstico de Fibrose Pulmonar Idiopática, definido segundo critérios ATS/ERS/ALAT/JRS de 2011, em reunião multidisciplinar. Os dados foram recolhidos a partir dos processos clínicos do sistema informático Glintt-HS 16R1.01.64®. Foi utilizado o software SPSSv25.0 para a análise estatística dos dados. Resultados: Foram incluídos 38 doentes com uma idade mediana de 70,50 anos, predominantemente do sexo masculino, tendo o diagnóstico sido feito num contexto clínico de dispneia e tosse, maioritariamente concomitante. Foi objetivada uma progressão rápida da doença em 15,8% (6) doentes, estando associada a valores inferiores de Capacidade Vital Forçada (CVF), Volume expiratório máximo no 1º segundo (VEMS), Capacidade de Difusão do Monóxido de Carbono (DLCO), saturação mínima de oxigénio na Prova de Marcha de 6 Minutos (PM6M), aumento da dessaturação na PM6M e valor obtido no score GAP. Esteve ainda associada à ocorrência de exacerbação aguda, que constituiu a principal causa de morte, apresentando uma mortalidade de 66,7% (16). Verificaram-se, como fatores de risco para a ocorrência da mesma, uma diminuição da CVF, VEMS, DLCO e saturação mínima de oxigénio na PM6M e um aumento na dessaturação na PM6M. O tratamento com antifibróticos foi instituído em 50% (19) dos doentes. Doentes com progressão rápida e lenta da doença apresentaram uma sobrevivência de 6 e 56 meses, respetivamente. Valores inferiores de CVF, DCLO, distância da PM6M e valores superiores no score GAP demonstraram ser fatores prognósticos. A sobrevivência global da amostra foi de 36 meses. Conclusão: Este estudo sugere uma diferença significativa na sobrevivência entre doentes com progressão rápida e lenta da doença, evidenciando-se as provas funcionais como fator diferenciador entre os dois fenótipos de progressão, traduzindo o declínio da função pulmonar um importante fator prognóstico.Introduction: Idiopathic Pulmonary Fibrosis is the most frequent pathology from the subgroup of idiopathic interstitial pneumonias. Given its variable clinical presentation and frequent association to a bad diagnosis, an analysis of the various clinical parameters becomes relevant as well a relational study between the presentation of the disease and its prognosis and evolution. Goals: This study was developed in order to correlate the clinical presentation of the disease with its prognosis and evolution in a group of patients with Idiopathic Pulmonary Fibrosis followed in the Consultation of Pulmonary Interstitial Diseases at Braga Hospital. Methodology: Retrospective observational study of 38 patients followed in the Consultation of Pulmonary Interstitial Diseases at Braga Hospital, from February 2011 to April 2019, diagnosed with Idiopathic Pulmonary Fibrosis, defined according to ATS/ERS/ALAT/JRS of 2011 criteria, in a multidisciplinary meeting. The data was collected from the clinical processes of the system software Glintt-HS 16R1.01.64®. The SPSSv25.0 software was used for the statistical analysis of the data. Outcomes: 38 patients were included, with a median age of 70,50 years, mostly male, and the diagnosis was made within clinical context of dyspnoea and cough, with both coexisting in most of the cases. A fast evolution of the disease was observed in 15,8% (6) patients and it is associated with lower values of Forced Vital Capacity (FVC), Forced Expiratory Volume in the first second (FEV1), Diffusion Capacity of the lungs for Carbon Monoxide (DLCO), minimum oxygen saturation in the 6 Minute Walk Test (6MWT), increased desaturation in 6MWT and value obtained from the GAP index. It was also associated with the occurrence of acute exacerbation, the main cause of death, with a mortality rate of 66,7% (16). Decrease in FVC, FEV1, DLCO and minimum oxygen saturation in 6MWT and an increase in desaturation in 6MWT were identified as risk factors of acute exacerbation. Antifibrotic treatment was prescribed in 50% (19) of patients. Patients with quick and slow disease progression survived 6 and 56 months, respectively. Lower values of FVC, DLCO, distance on the 6MWT and higher values in the GAP index were proved to be prognostic factors. The overall survival of the sample was 36 months. Conclusion: This study suggests a significative difference in survival between patients with fast and slow evolution of the disease, demonstrating that functional tests are the differentiating factor between the two progression phenotypes and indicating that the impairment of lung function is an important factor for the prognosis.Rolo, Rui Miguel Mouro de SantosFernandes, Ana Paula André MartinsuBibliorumGomes, Cláudia Daniela Ribeiro2020-12-17T16:45:08Z2020-07-092020-04-302020-07-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/10697TID:202548260porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:52:39Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/10697Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:50:35.757274Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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