As narrativas da indústria da interculturalidade (1991-2016): Desafios para a educação e as lutas anti-racistas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/81180 |
Resumo: | Neste artigo, argumento que foi constituído no contexto português das últimas décadas o que passo a designar por indústria da interculturalidade, que veicula um conjunto de concepções, diagnósticos e medidas relativas à diversidade que ajudam a legitimar certas intervenções políticas e perpetuam as desigualdades étnico-raciais na educação. Proponho analisar quatro narrativas do complexo discursivo “Portugal Intercultural” que considero fulcrais para compreender os debates contemporâneos sobre (multi)cultura na educação: 1) a narrativa que despolitiza o colonialismo para atestar uma vocação histórica para a interculturalidade; 2) a construção de Portugal como um país homogéneo subitamente tornado heterogéneo; 3) a sobre-ênfase do papel da imigração, projectando o país como europeu; 4) a relação causal entre mudanças demográficas e respostas políticas e institucionais, com vista à visibilização da diferença. Nesta análise, proponho que o sucesso da indústria da interculturalidade assenta no obscurecimento dos legados coloniais relativamente às construções sociopolíticas contemporâneas de raça, ilustrando os debates analisados no âmbito da educação. |
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As narrativas da indústria da interculturalidade (1991-2016): Desafios para a educação e as lutas anti-racistasRacismo e anti-racismoIndústria da interculturalidadeEducação e poderEducation and powerNeste artigo, argumento que foi constituído no contexto português das últimas décadas o que passo a designar por indústria da interculturalidade, que veicula um conjunto de concepções, diagnósticos e medidas relativas à diversidade que ajudam a legitimar certas intervenções políticas e perpetuam as desigualdades étnico-raciais na educação. Proponho analisar quatro narrativas do complexo discursivo “Portugal Intercultural” que considero fulcrais para compreender os debates contemporâneos sobre (multi)cultura na educação: 1) a narrativa que despolitiza o colonialismo para atestar uma vocação histórica para a interculturalidade; 2) a construção de Portugal como um país homogéneo subitamente tornado heterogéneo; 3) a sobre-ênfase do papel da imigração, projectando o país como europeu; 4) a relação causal entre mudanças demográficas e respostas políticas e institucionais, com vista à visibilização da diferença. Nesta análise, proponho que o sucesso da indústria da interculturalidade assenta no obscurecimento dos legados coloniais relativamente às construções sociopolíticas contemporâneas de raça, ilustrando os debates analisados no âmbito da educação.SPCE2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/81180http://hdl.handle.net/10316/81180por2183-1793http://pages.ie.uminho.pt/inved/index.php/ie/article/view/134Araújo, Martainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2019-06-02T13:12:10Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/81180Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:03:19.917125Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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