Delegados dos eleitores ou delegados do partido?: a representação política pela voz dos presidentes de Junta de Freguesia de Lisboa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/17191 |
Resumo: | A representação política substantiva (Pitkin, 1967) enquadrou esta investigação sobre a realidade do poder local. A este nível, a proximidade existente entre representados e representantes supõe uma representação mais substantiva, em que os eleitos são mais sensíveis e agem de acordo com os desejos dos eleitores (Dalton, 2011). Em Portugal, os partidos políticos são os principais agentes no recrutamento de candidatos e dinamização eleitoral (Martins, 2008). Os representantes são considerados como prováveis delegados do partido, já que o vínculo entre eleitos e eleitores é feito por intermédio dos partidos (Fernandes et.al, 2017). Em 2012, Lisboa é alvo de uma reforma administrativa com as juntas de freguesia a assumirem um conjunto de novas responsabilidades perante as suas populações. Foi neste contexto que se realizaram 11 entrevistas a presidentes de junta, às quais se soma o depoimento escrito de mais um autarca, procurando perceber qual o foco e o estilo de representação adotados. Face à maior proximidade e porventura maior influência dos eleitores, reunindo ainda a ligação ao partido, tentou-se perceber para quem e como representam os eleitos locais. Concluiu-se que os presidentes de junta assumem serem delegados dos eleitores e menos delegados do partido no exercício do seu mandato. Porém, o modelo de delegação já não explica totalmente a representação política admitida, havendo uma ascendência do estilo político, ou seja, o eleito representa e atua de acordo com a sua consciência, face ao que considera serem os interesses dos seus eleitores. Conjugam-se traços do mandato delegado com o fiduciário. |
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