Teoria de Piaget : Não tão formal como muitos críticos defendem
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1995 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.12/3207 |
Resumo: | É sabido que Piaget utilizou a lógica para caracterizar a actividade cognitiva do sujeito. Este recurso à lógica levou muitos críticos a defenderem que a teoria Piagetiana é demasiada abstracta e formal. Neste estudo apresenta-se uma pesquisa empírica baseada na 1ógica das significações que mostra que a teoria de Piaget não reduz os problemas de significado a questões de verdade formal e que, portanto, não é tão formal e abstracta quanto se diz. De modo mais preciso, esta pesquisa examina o papel da implicação significativa (ou «entailment») e da familiaridade na solução de problemas de raciocínio condicional envolvendo os quatro clássicos argumentos lógicos (Modus Ponens, Modus Tollens, Negação do Antecedente e Afirmação do Consequente). Cem estudantes universitários, tendo à volta de 19 anos, eram solicitados a resolver diversos problemas de raciocínio condicional que cruzavam itens de implicação material ou implicação significativa com itens de conteúdo familiar ou não familiar. Os resultados mostraram ( I ) que, independentemente de conteúdos familiares ou não familiares, a implicação significativa é um determinante poderoso do raciocínio condicional; (2) que a familiaridade só levava a melhor desempenho quando estava associada a itens com implicação significativa; e (3) que nos itens onde não existia implicação significativa, os sujeitos tinham melhor desempenho face a conteúdos não familiares do que familiares. Estes resultados são consistentes com lógica das significações de Piaget, e mostram que a sua teoria não é tão formal e abstracta quanto alguns sustentam. Palavras chave: raciocínio condicional, lógica das significações, teoria de Piaget. |
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