Traços de loucura e esquizofrenia em "O Fantasma" - a sociedade hipermoderna do nosso tempo

• Autor(a) principal: Santos, David Araújo
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/136413
• topic: Loucura; Esquizofrenia; Fantasma; Sociedade hipermoderna; Voyeurismo; Cruising; Narcisismo; Cinema queer; João Pedro Rodrigues; Daniel Nolasco; Madness; Schizophrenia; Hypermodern society; Voyeurism; Narcissism; Queer cinema; Domínio/Área Científica::Humanidades::Filosofia, Ética e Religião

Esta dissertação tem como objeto de estudo o filme O Fantasma, de João Pedro Rodrigues (2000) e pretende um aprofundamento da sua personagem, Sérgio, para lá da sua fisicalidade, chegando a um ponto de contacto com a dimensão psicológica através do método psicanalítico. Tomando a obra como sintomática de uma contemporaneidade própria da sociedade hipermoderna, espera-se averiguar de que forma esta, pelas suas idiossincrasias, torna o indivíduo queer que nela se insere num ser louco e esquizofrénico, e, consequentemente, à margem. Práticas e patologias como o voyeurismo, o cruising e o narcisismo, normalizadas cada vez mais com o avançar do século XXI, delimitam os traços de um mundo criado de modo personalizado para o indivíduo que, fugindo da norma, isola-se nesse mundo que o serve segundo as suas regras. Posto isto, atentar-se-á também à narrativa de Sandro, semelhante à de Sérgio, no filme Vento Seco, de Daniel Nolasco (2020), ambos personagens colocadas à margem da sociedade. Atentando a estas duas personagens queer, pretende-se uma reflexão bifurcada em duas possibilidades: o indivíduo queer auto-impõe-se à marginalidade por uma incapacidade de integração? Ou é a sociedade que o torna marginal, não lhe permitindo essa integração?