Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fonseca, Rafael André Semedo da
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/30351
Resumo: Todo o processo de construção europeia demarca-se por ser um projeto sui generis, onde a cooperação e o multilateralismo acompanharam a evolução do que atualmente chamamos de União Europeia (UE), formalmente concebida em Maastricht. Foi ao longo de vários anos que se solidificaram valores democráticos e ideais políticos específicos, com uma atuação nos mais variados campos de atividade. Com a profissionalização das ameaças à estabilidade europeia e internacional, os temas da segurança e defesa tornam-se cada vez mais relevantes. Aqui, a UE conta com a atual Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD), nascida através do Tratado de Lisboa, com o principal objetivo de implementar uma defesa europeia coesa e consistente, de forma a assegurar a posição desta organização enquanto provedora de paz e estabilidade, tanto no espaço europeu como fora dele. A mesma política consiste num instrumento intergovernamental que, a par da lente supranacional, caracteriza a dualidade de sistemas na administração europeia. No âmbito da PCSD, algumas vozes ecoaram no contexto europeu acerca da criação de umas forças armadas europeias, capazes de dar uma resposta militar comum a insurgências externas. No entanto, e quase desde o começo do projeto europeu, esta ideia sempre esteve envolta em dilemas, com muitos tópicos debatidos relativamente à sua construção. Importa, por isso, entender quais as principais barreiras à criação desta entidade, e quais as razões para que esta proposta nunca tenha passado do papel. Alguns dos impedimentos para a concretização desta força armada comum prendem-se com a existência e atuação da North Atlantic Treaty Organization (NATO) enquanto organização de defesa coletiva, bem como a grande mobilização de meios e recursos para a materialização de uma força armada conjunta. Os resultados demonstram que a sua concretização é improvável no curto e médio prazo. Apesar disso, este assunto nunca é descartado totalmente da agenda política europeia, uma vez que a sua realização acabaria por destacar ainda mais a posição da UE enquanto ator global.
id RCAP_ff37eaea59684e2e02a6d1e9818b77d8
oai_identifier_str oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/30351
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas EuropeiasSegurança -- SecurityDefesaForças Armadas EuropeiasUnião EuropeiaDilemaPolítica Comum de Segurança e Defesa PCSD -- Common Security and Defence Policy CSDPDefenceEuropean Armed ForcesEuropean UnionDilemmaTodo o processo de construção europeia demarca-se por ser um projeto sui generis, onde a cooperação e o multilateralismo acompanharam a evolução do que atualmente chamamos de União Europeia (UE), formalmente concebida em Maastricht. Foi ao longo de vários anos que se solidificaram valores democráticos e ideais políticos específicos, com uma atuação nos mais variados campos de atividade. Com a profissionalização das ameaças à estabilidade europeia e internacional, os temas da segurança e defesa tornam-se cada vez mais relevantes. Aqui, a UE conta com a atual Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD), nascida através do Tratado de Lisboa, com o principal objetivo de implementar uma defesa europeia coesa e consistente, de forma a assegurar a posição desta organização enquanto provedora de paz e estabilidade, tanto no espaço europeu como fora dele. A mesma política consiste num instrumento intergovernamental que, a par da lente supranacional, caracteriza a dualidade de sistemas na administração europeia. No âmbito da PCSD, algumas vozes ecoaram no contexto europeu acerca da criação de umas forças armadas europeias, capazes de dar uma resposta militar comum a insurgências externas. No entanto, e quase desde o começo do projeto europeu, esta ideia sempre esteve envolta em dilemas, com muitos tópicos debatidos relativamente à sua construção. Importa, por isso, entender quais as principais barreiras à criação desta entidade, e quais as razões para que esta proposta nunca tenha passado do papel. Alguns dos impedimentos para a concretização desta força armada comum prendem-se com a existência e atuação da North Atlantic Treaty Organization (NATO) enquanto organização de defesa coletiva, bem como a grande mobilização de meios e recursos para a materialização de uma força armada conjunta. Os resultados demonstram que a sua concretização é improvável no curto e médio prazo. Apesar disso, este assunto nunca é descartado totalmente da agenda política europeia, uma vez que a sua realização acabaria por destacar ainda mais a posição da UE enquanto ator global.The whole process of European construction is distinguished by being a sui generis project, where cooperation and multilateralism have accompanied the evolution of what we now call the European Union (EU), formally conceived in Maastricht. Over a number of years, democratic values and specific political ideals were solidified, with action in the most varied fields of activity. With the professionalization of threats to European and international stability, security and defence issues are becoming increasingly relevant. Here, the EU relies on the current Common Security and Defence Policy (CSDP), born through the Lisbon Treaty, with the main objective of implementing a cohesive and consistent European defence, in order to ensure the position of this organization as a provider of peace and stability, both in Europe and beyond. The same policy consists of an intergovernmental instrument that, along with the supranational lens, characterises the duality of systems in European administration. Within the framework of the CSDP, some voices have echoed in the European context about the creation of a European army, capable of providing a common military response to external insurgencies. However, almost since the beginning of the European project, this idea has always been shrouded in dilemmas, with many topics debated regarding its construction. It is therefore important to understand the main barriers to the creation of this entity and the reasons why this proposal has never got off the drawing board. Some of the impediments to the implementation of this common armed force relate to the existence and performance of the North Atlantic Treaty Organisation (NATO) as a collective defence organisation, as well as the large mobilisation of means and resources for the materialisation of a joint armed force. The results show that its materialisation is unlikely in the short and medium term. Nevertheless, this issue is never totally discarded from the European political agenda, as its realisation would end up further highlighting the EU's position as a global actor.2024-01-12T10:07:57Z2023-11-24T00:00:00Z2023-11-242023-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/30351TID:203443888porFonseca, Rafael André Semedo dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-14T01:17:06Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/30351Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:40:20.073674Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias
title Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias
spellingShingle Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias
Fonseca, Rafael André Semedo da
Segurança -- Security
Defesa
Forças Armadas Europeias
União Europeia
Dilema
Política Comum de Segurança e Defesa PCSD -- Common Security and Defence Policy CSDP
Defence
European Armed Forces
European Union
Dilemma
title_short Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias
title_full Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias
title_fullStr Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias
title_full_unstemmed Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias
title_sort Política Comum de Segurança e Defesa: O dilema da criação de umas Forças Armadas Europeias
author Fonseca, Rafael André Semedo da
author_facet Fonseca, Rafael André Semedo da
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Fonseca, Rafael André Semedo da
dc.subject.por.fl_str_mv Segurança -- Security
Defesa
Forças Armadas Europeias
União Europeia
Dilema
Política Comum de Segurança e Defesa PCSD -- Common Security and Defence Policy CSDP
Defence
European Armed Forces
European Union
Dilemma
topic Segurança -- Security
Defesa
Forças Armadas Europeias
União Europeia
Dilema
Política Comum de Segurança e Defesa PCSD -- Common Security and Defence Policy CSDP
Defence
European Armed Forces
European Union
Dilemma
description Todo o processo de construção europeia demarca-se por ser um projeto sui generis, onde a cooperação e o multilateralismo acompanharam a evolução do que atualmente chamamos de União Europeia (UE), formalmente concebida em Maastricht. Foi ao longo de vários anos que se solidificaram valores democráticos e ideais políticos específicos, com uma atuação nos mais variados campos de atividade. Com a profissionalização das ameaças à estabilidade europeia e internacional, os temas da segurança e defesa tornam-se cada vez mais relevantes. Aqui, a UE conta com a atual Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD), nascida através do Tratado de Lisboa, com o principal objetivo de implementar uma defesa europeia coesa e consistente, de forma a assegurar a posição desta organização enquanto provedora de paz e estabilidade, tanto no espaço europeu como fora dele. A mesma política consiste num instrumento intergovernamental que, a par da lente supranacional, caracteriza a dualidade de sistemas na administração europeia. No âmbito da PCSD, algumas vozes ecoaram no contexto europeu acerca da criação de umas forças armadas europeias, capazes de dar uma resposta militar comum a insurgências externas. No entanto, e quase desde o começo do projeto europeu, esta ideia sempre esteve envolta em dilemas, com muitos tópicos debatidos relativamente à sua construção. Importa, por isso, entender quais as principais barreiras à criação desta entidade, e quais as razões para que esta proposta nunca tenha passado do papel. Alguns dos impedimentos para a concretização desta força armada comum prendem-se com a existência e atuação da North Atlantic Treaty Organization (NATO) enquanto organização de defesa coletiva, bem como a grande mobilização de meios e recursos para a materialização de uma força armada conjunta. Os resultados demonstram que a sua concretização é improvável no curto e médio prazo. Apesar disso, este assunto nunca é descartado totalmente da agenda política europeia, uma vez que a sua realização acabaria por destacar ainda mais a posição da UE enquanto ator global.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-11-24T00:00:00Z
2023-11-24
2023-09
2024-01-12T10:07:57Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10071/30351
TID:203443888
url http://hdl.handle.net/10071/30351
identifier_str_mv TID:203443888
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136892596256768