"...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Margarida
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.15/318
Resumo: O presente artigo responde aos objectivos de uma investigação que, ancorada na Sociologia da Infância, quis averiguar e perceber como é que as crianças manifestam os amigos imaginários nas suas vidas, através da recolha de narrativas das crianças, em contexto de Jardim de Infância. Ao tomarmos as crianças como actores sociais competentes no processo de socialização estamos a reconhecer-lhes um papel activo na construção e determinação das suas vidas e nas vidas dos que as rodeiam (adultos e crianças); valorizando-se a sua capacidade de produção simbólica e a constituição das suas práticas em sistemas organizados, ou seja, em culturas. É nos meandros das culturas da infância que situamos os Amigos Imaginários, as “criações invisíveis”, ou objectos personificados, a “quem” as crianças dotam de vida e com os quais interagem; e cuja fundamentação da sua génese necessitou de um cruzamento multidisciplinar, com a Psicologia, Medicina e Neurobiologia. “Criações invisíveis” que, assumindo o papel de amigos ou irmãos das crianças, se tormam seus companheiros nas aventuras quotidianas… os seus aliados nos momentos “difíceis”… a expressão (e o alcance) da vontade e do desejo… a possibilidade de eliminar os constrangimentos que a realidade apresenta e de viver as oportunidades da fantasia… explorando (e aprendendo com) todas as (suas) contradições e possibilidades… (re)construindo e (re)construindo-se… - The present article responds to the objectives of an investigation which was anchored in the sociology of childhood and intended to discover, through children’s narratives gathered in Kindergarten context, how they demonstrate their imaginary friends in their lives. When we regard children as competent social actors in the socialization process we are taking into consideration their active role in the construction and determination of their lives and of those around them (children or adults), valuing their ability of symbolic production and the constitution of their practices in organized systems or cultures. It is in the middle of childhood cultures that we situate Imaginary Friends, the “invisible creations” or personified objects to “whom” children endow with life and with whom they interact; the fundament of their genesis required a multidisciplinary crossing with Psychology, Medicine and Neurobiology. “Invisible Creations” that, assuming children’s friends or siblings role, become their companions in everyday adventures…their allies in “difficult” times…the expression (and accomplishment) of will and desire…the possibility of ending the troubles that reality presents and of living their fantasy opportunities…exploring (and learning with) all (their) contradictions and possibilities… (re)constructing and (re)constructing themselves.
id RCAP_ff7bd8f4e37e69833d279a79657d5619
oai_identifier_str oai:repositorio.ipsantarem.pt:10400.15/318
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...CriançasAmigos imagináriosCulturas da infânciaReprodução interpretativaO presente artigo responde aos objectivos de uma investigação que, ancorada na Sociologia da Infância, quis averiguar e perceber como é que as crianças manifestam os amigos imaginários nas suas vidas, através da recolha de narrativas das crianças, em contexto de Jardim de Infância. Ao tomarmos as crianças como actores sociais competentes no processo de socialização estamos a reconhecer-lhes um papel activo na construção e determinação das suas vidas e nas vidas dos que as rodeiam (adultos e crianças); valorizando-se a sua capacidade de produção simbólica e a constituição das suas práticas em sistemas organizados, ou seja, em culturas. É nos meandros das culturas da infância que situamos os Amigos Imaginários, as “criações invisíveis”, ou objectos personificados, a “quem” as crianças dotam de vida e com os quais interagem; e cuja fundamentação da sua génese necessitou de um cruzamento multidisciplinar, com a Psicologia, Medicina e Neurobiologia. “Criações invisíveis” que, assumindo o papel de amigos ou irmãos das crianças, se tormam seus companheiros nas aventuras quotidianas… os seus aliados nos momentos “difíceis”… a expressão (e o alcance) da vontade e do desejo… a possibilidade de eliminar os constrangimentos que a realidade apresenta e de viver as oportunidades da fantasia… explorando (e aprendendo com) todas as (suas) contradições e possibilidades… (re)construindo e (re)construindo-se… - The present article responds to the objectives of an investigation which was anchored in the sociology of childhood and intended to discover, through children’s narratives gathered in Kindergarten context, how they demonstrate their imaginary friends in their lives. When we regard children as competent social actors in the socialization process we are taking into consideration their active role in the construction and determination of their lives and of those around them (children or adults), valuing their ability of symbolic production and the constitution of their practices in organized systems or cultures. It is in the middle of childhood cultures that we situate Imaginary Friends, the “invisible creations” or personified objects to “whom” children endow with life and with whom they interact; the fundament of their genesis required a multidisciplinary crossing with Psychology, Medicine and Neurobiology. “Invisible Creations” that, assuming children’s friends or siblings role, become their companions in everyday adventures…their allies in “difficult” times…the expression (and accomplishment) of will and desire…the possibility of ending the troubles that reality presents and of living their fantasy opportunities…exploring (and learning with) all (their) contradictions and possibilities… (re)constructing and (re)constructing themselves.Instituto Politécnico de Santarém, Escola Superior de EducaçãoRepositório Científico do Instituto Politécnico de SantarémFerreira, Margarida2010-11-29T23:35:25Z20082008-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.15/318porFERREIRA, Margarida Rosa Ramos - "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças... Revista Interacções. Nº10 (2008), p.14-381646-2335info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-21T07:29:02Zoai:repositorio.ipsantarem.pt:10400.15/318Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:52:56.354884Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...
title "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...
spellingShingle "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...
Ferreira, Margarida
Crianças
Amigos imaginários
Culturas da infância
Reprodução interpretativa
title_short "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...
title_full "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...
title_fullStr "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...
title_full_unstemmed "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...
title_sort "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças...
author Ferreira, Margarida
author_facet Ferreira, Margarida
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório Científico do Instituto Politécnico de Santarém
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferreira, Margarida
dc.subject.por.fl_str_mv Crianças
Amigos imaginários
Culturas da infância
Reprodução interpretativa
topic Crianças
Amigos imaginários
Culturas da infância
Reprodução interpretativa
description O presente artigo responde aos objectivos de uma investigação que, ancorada na Sociologia da Infância, quis averiguar e perceber como é que as crianças manifestam os amigos imaginários nas suas vidas, através da recolha de narrativas das crianças, em contexto de Jardim de Infância. Ao tomarmos as crianças como actores sociais competentes no processo de socialização estamos a reconhecer-lhes um papel activo na construção e determinação das suas vidas e nas vidas dos que as rodeiam (adultos e crianças); valorizando-se a sua capacidade de produção simbólica e a constituição das suas práticas em sistemas organizados, ou seja, em culturas. É nos meandros das culturas da infância que situamos os Amigos Imaginários, as “criações invisíveis”, ou objectos personificados, a “quem” as crianças dotam de vida e com os quais interagem; e cuja fundamentação da sua génese necessitou de um cruzamento multidisciplinar, com a Psicologia, Medicina e Neurobiologia. “Criações invisíveis” que, assumindo o papel de amigos ou irmãos das crianças, se tormam seus companheiros nas aventuras quotidianas… os seus aliados nos momentos “difíceis”… a expressão (e o alcance) da vontade e do desejo… a possibilidade de eliminar os constrangimentos que a realidade apresenta e de viver as oportunidades da fantasia… explorando (e aprendendo com) todas as (suas) contradições e possibilidades… (re)construindo e (re)construindo-se… - The present article responds to the objectives of an investigation which was anchored in the sociology of childhood and intended to discover, through children’s narratives gathered in Kindergarten context, how they demonstrate their imaginary friends in their lives. When we regard children as competent social actors in the socialization process we are taking into consideration their active role in the construction and determination of their lives and of those around them (children or adults), valuing their ability of symbolic production and the constitution of their practices in organized systems or cultures. It is in the middle of childhood cultures that we situate Imaginary Friends, the “invisible creations” or personified objects to “whom” children endow with life and with whom they interact; the fundament of their genesis required a multidisciplinary crossing with Psychology, Medicine and Neurobiology. “Invisible Creations” that, assuming children’s friends or siblings role, become their companions in everyday adventures…their allies in “difficult” times…the expression (and accomplishment) of will and desire…the possibility of ending the troubles that reality presents and of living their fantasy opportunities…exploring (and learning with) all (their) contradictions and possibilities… (re)constructing and (re)constructing themselves.
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008
2008-01-01T00:00:00Z
2010-11-29T23:35:25Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.15/318
url http://hdl.handle.net/10400.15/318
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv FERREIRA, Margarida Rosa Ramos - "...Porque quando sai de casa fica invisível e eu não sei onde ele está!": Imergindo nos meandros das culturas da infância...Para a desocultação dos amigos imaginários das crianças... Revista Interacções. Nº10 (2008), p.14-38
1646-2335
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto Politécnico de Santarém, Escola Superior de Educação
publisher.none.fl_str_mv Instituto Politécnico de Santarém, Escola Superior de Educação
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1817551026903842816