Concepções de futuros professores sobre a forma como os alunos aprendem: um estudo orientado para a formação inicial de professores de ciências

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pires, Lucibela de Jesus Carrinho
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/15084
Resumo: A presente investigação parte do príncipio de que os futuros professores, e, neste caso, os futuros professores de ciências, possuem concepções muito próprias sobre o processo de ensino e de aprendizagem e que essas concepções podem orientar a sua futura conduta profissional. Dai a necessidade de chegar até elas, de forma que a formação inicial de professores de ciências, e não só, possa seguir no sentido de uma evolução das mentalidades e de uma, consequente, melhoria desse processo de ensino e aprendizagem. De forma a averiguar algumas concepções dos futuros professores de ciências investigados, optou-se pela aplicação de um questionário, valorizado em escala, a um total de 26 futuros professores do 4° ano do Curso de Professores do Ensino Básico, Variante de Matemática e Ciências da Natureza, depois de validado e previamente testado. Após esta parte quantitativa do estudo, foram também realizadas 10 entrevistas aos elementos da referida amostra, as quais constituíram um complemento imprescindível. De entre muitos resultados, este estudo permitiu destacar algumas categorias de opiniões. Em primeiro lugar, a maioria dos futuros professores investigados pareceu estar de acordo com os princípios construtivistas, nomeadamente ao nível da importância dada aos conhecimentos prévios do aluno e ao nível do papel do professor, enquanto responsável por levar os alunos a construírem o seu próprio conhecimento. Em segundo lugar, surgiram nítidas divergências de opinião quanto á possibilidade de o professor poder criar zonas de desenvolvimento potencial nos alunos, estando, assim, muito enraizada, para alguns dos futuros professores, a concepção piagetiana na relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento. Em terceiro lugar, verificou-se, principalmente a nível da parte qualitativa do estudo, uma tendência acentuada para aceitar a coexistência do conhecimento quotidiano com o cientifico, tendo sido admitida, por muitos dos entrevistados, a dificuldade de um substituir o outro. Houve, no entanto, divergências de opinião quanto ao impacte que o ensino das ciências poderá ter na modificação das representações espontâneas do aluno. Em quarto lugar, foi reconhecida, pela generalidade dos respondentes, a especificidade de cada aluno quando se trata do seu funcionamento mental, assim como a dificuldade de conhecer os estilos cognitivos dos alunos. Foram, no entanto, apontadas estratégias que permitirão ao professor tentar conhecer estes estilos, bem como formas de actuação que, na opinião dos entrevistados, poderão ir de encontro à diversidade dos alunos. Em quinto lugar, foi também reconhecida, pela generalidade dos futuros professores, a importância dos aspectos afectivos e motivacionais na aprendizagem. Foram, inclusivamente, indicados vários factores que poderão levar os alunos a sentirem-se motivados perante as tarefas escolares e, consequentemente, a obterem melhores resultados, ao mesmo tempo que foram evidenciadas concepções muito próprias em relação a esta problemática.
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