Oncologia Moderna: Necessidade da Quebra de Paradigmas, Pré-conceitos e da Estagnação / Modern Oncology: Needs of Breaking Paradigms, Prejudice and Stagnation

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Harley Francisco de
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Yoshinari Júnior, Gerson Hiroshi, Santiago, Antônio César Mendes
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Ciências em Saúde
Texto Completo: https://portalrcs.hcitajuba.org.br/index.php/rcsfmit_zero/article/view/557
Resumo: O câncer engloba uma vasta gama de neoplasias sólidas e não sólidas que possuem a capacidade de invadir tecidos adjacentes e potencial de disseminação à distância. É uma doença devastadora: representa uma patologia carregada de estigma social, com uma carga negativa bastante elevada na grande maioria das vezes, afetando todos os aspectos da vida dos pacientes bem como daqueles com quem convivem (familiares, amigos, cuidadores, etc.). É uma doença secular: as primeiras descrições remetem à Grécia antiga, onde foi descrito como uma doença semelhante a um caranguejo, karkínos, provavelmente devido sua característica infiltrativa em casos mais avançados, porém sua origem dá-se juntamente à origem da própria espécie. É uma doença democrática: salvo alguns casos onde os fatores de risco são bem conhecidos e podem ser evitados, o câncer não privilegia uma ou outra esfera social, limite geográfico, religião ou outro fator ambiental/social. O câncer é hoje a segunda causa de morte no país e no mundo, somente superado pelas doenças cardiovasculares; mais significativo ainda do que sua posição como causa de morte é o crescimento dessa taxa ao longo das últimas décadas e indícios evidentes de que continuará a crescer. As causas dessa impressionante mudança do perfil nosológico do Brasil, acompanhando uma tendência mundial, são em parte conhecidas. Em primeiro lugar, a melhoria das condições de vida e de saneamento básico, a crescente urbanização, a aplicação de medidas preventivas eficientes no controle de doenças infectocontagiosas, entre outros, contribuíram para uma redução significativa das doenças infecciosas e parasitárias. Por outro lado, estas mesmas causas produziram um sensível aumento da expectativa de vida, de 34 anos em 1.900 para 64 anos em 1980. A redução da mortalidade, principalmente nas faixas etárias mais elevadas (acima de 60 anos) e a diminuição da fecundidade resultaram em um aumento relativo e absoluto da população de idosos. De 1.900 a 2.025 a população brasileira terá sido multiplicada por cinco e o segmento de pessoas com mais de 60 anos terá o seu número multiplicado por quinze, fazendo com que em 2.025 a população de brasileiros com mais de 60 anos ultrapasse 13% da população, ou seja, um contingente de mais de 33 milhões de pessoas.
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