Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Estudos Empíricos em Direito |
Texto Completo: | https://reedrevista.org/reed/article/view/425 |
Resumo: | A literatura nacional já avançou no reconhecimento dos atores do sistema de justiça como atores com poder de veto e de interferência no policy making (Taylor, 2008),por meio de suas decisões, sejam elas judiciais ou extrajudiciais. Os estudos sobre estes atores, contudo, concentra-se especialmente na atuação de juízes, sendo ainda escassos trabalhos voltados para outros membros do sistema de justiça. O presente trabalho visa lançar luz sobre a atuação de promotores do Ministério Público, cuja autonomia e discricionariedade é fator essencial na seleção e condução de casos concretos. Assumindo o pressuposto de que o principal poder discricionário de um promotor de justiça diz respeito à possibilidade de não investigar ou processar, isto é, não dar encaminhamento a alguns casos que lhe chegam ao conhecimento, este trabalho é um primeiro esforço de atender a lacuna teórica apontada. Trata-se de uma pesquisa exploratória, baseada em metodologia qualitativa, por meio da análise de documentos do Ministério Público, em especial as Recomendações do CNMP que tratam sobre autonomia. Demonstramos que a tendência de “autonomia sem accountability” (Kerche, 2007; Kerche et al., 2019), observada desde o início do processo de construção institucional do órgão, não apenas se manteve presente como vem sendo reforçada por atos e normas do CNMP. Por outro lado, não há um movimento institucional no sentido de ampliar a accountability, fazendo com que a atuação de promotores e procuradores seja pouco transparente para além do que está descrito nos processos administrativos ou judiciais. A autonomia é ampla, o controle é baixo. |
id |
RPED-1_2a97b4173a566ac0356b052c7eab4fe4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.emnuvens.com.br:article/425 |
network_acronym_str |
RPED-1 |
network_name_str |
Revista de Estudos Empíricos em Direito |
repository_id_str |
|
spelling |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountabilityMinistério Públicoautonomiadiscricionariedadeaccountability.A literatura nacional já avançou no reconhecimento dos atores do sistema de justiça como atores com poder de veto e de interferência no policy making (Taylor, 2008),por meio de suas decisões, sejam elas judiciais ou extrajudiciais. Os estudos sobre estes atores, contudo, concentra-se especialmente na atuação de juízes, sendo ainda escassos trabalhos voltados para outros membros do sistema de justiça. O presente trabalho visa lançar luz sobre a atuação de promotores do Ministério Público, cuja autonomia e discricionariedade é fator essencial na seleção e condução de casos concretos. Assumindo o pressuposto de que o principal poder discricionário de um promotor de justiça diz respeito à possibilidade de não investigar ou processar, isto é, não dar encaminhamento a alguns casos que lhe chegam ao conhecimento, este trabalho é um primeiro esforço de atender a lacuna teórica apontada. Trata-se de uma pesquisa exploratória, baseada em metodologia qualitativa, por meio da análise de documentos do Ministério Público, em especial as Recomendações do CNMP que tratam sobre autonomia. Demonstramos que a tendência de “autonomia sem accountability” (Kerche, 2007; Kerche et al., 2019), observada desde o início do processo de construção institucional do órgão, não apenas se manteve presente como vem sendo reforçada por atos e normas do CNMP. Por outro lado, não há um movimento institucional no sentido de ampliar a accountability, fazendo com que a atuação de promotores e procuradores seja pouco transparente para além do que está descrito nos processos administrativos ou judiciais. A autonomia é ampla, o controle é baixo.Rede de Estudos Empíricos em Direito2020-04-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPesquisa empírica qualitativaapplication/pdfhttps://reedrevista.org/reed/article/view/42510.19092/reed.v7i1.425Brazilian Journal of Empirical Legal Studies; Vol. 7 No. 1 (2020): Brazilian Journal of Empirical Legal Studies; 181-195Revista de Estudos Empíricos em Direito; v. 7 n. 1 (2020): Revista de Estudos Empíricos em Direito; 181-1952319-081710.19092/reed.v7i1reponame:Revista de Estudos Empíricos em Direitoinstname:Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED)instacron:RPEDporhttps://reedrevista.org/reed/article/view/425/251Copyright (c) 2020 Revista de Estudos Empíricos em Direitoinfo:eu-repo/semantics/openAccessOliveira, Vanessa Elias deLotta, Gabriela SpancheroVasconcelos, Natália Pires de2020-04-22T15:46:04Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/425Revistahttps://reedrevista.org/reedONGhttps://reedrevista.org/reed/oaimvchein@gmail.com||reed.revista@gmail.com2319-08172319-0817opendoar:2020-04-22T15:46:04Revista de Estudos Empíricos em Direito - Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability |
title |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability |
spellingShingle |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability Oliveira, Vanessa Elias de Ministério Público autonomia discricionariedade accountability. |
title_short |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability |
title_full |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability |
title_fullStr |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability |
title_full_unstemmed |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability |
title_sort |
Ministério Público, Autonomia Funcional e Discricionariedade: ampla atuação em políticas públicas, baixa accountability |
author |
Oliveira, Vanessa Elias de |
author_facet |
Oliveira, Vanessa Elias de Lotta, Gabriela Spanchero Vasconcelos, Natália Pires de |
author_role |
author |
author2 |
Lotta, Gabriela Spanchero Vasconcelos, Natália Pires de |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliveira, Vanessa Elias de Lotta, Gabriela Spanchero Vasconcelos, Natália Pires de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Ministério Público autonomia discricionariedade accountability. |
topic |
Ministério Público autonomia discricionariedade accountability. |
description |
A literatura nacional já avançou no reconhecimento dos atores do sistema de justiça como atores com poder de veto e de interferência no policy making (Taylor, 2008),por meio de suas decisões, sejam elas judiciais ou extrajudiciais. Os estudos sobre estes atores, contudo, concentra-se especialmente na atuação de juízes, sendo ainda escassos trabalhos voltados para outros membros do sistema de justiça. O presente trabalho visa lançar luz sobre a atuação de promotores do Ministério Público, cuja autonomia e discricionariedade é fator essencial na seleção e condução de casos concretos. Assumindo o pressuposto de que o principal poder discricionário de um promotor de justiça diz respeito à possibilidade de não investigar ou processar, isto é, não dar encaminhamento a alguns casos que lhe chegam ao conhecimento, este trabalho é um primeiro esforço de atender a lacuna teórica apontada. Trata-se de uma pesquisa exploratória, baseada em metodologia qualitativa, por meio da análise de documentos do Ministério Público, em especial as Recomendações do CNMP que tratam sobre autonomia. Demonstramos que a tendência de “autonomia sem accountability” (Kerche, 2007; Kerche et al., 2019), observada desde o início do processo de construção institucional do órgão, não apenas se manteve presente como vem sendo reforçada por atos e normas do CNMP. Por outro lado, não há um movimento institucional no sentido de ampliar a accountability, fazendo com que a atuação de promotores e procuradores seja pouco transparente para além do que está descrito nos processos administrativos ou judiciais. A autonomia é ampla, o controle é baixo. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-04-17 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Pesquisa empírica qualitativa |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://reedrevista.org/reed/article/view/425 10.19092/reed.v7i1.425 |
url |
https://reedrevista.org/reed/article/view/425 |
identifier_str_mv |
10.19092/reed.v7i1.425 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://reedrevista.org/reed/article/view/425/251 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2020 Revista de Estudos Empíricos em Direito info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2020 Revista de Estudos Empíricos em Direito |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Rede de Estudos Empíricos em Direito |
publisher.none.fl_str_mv |
Rede de Estudos Empíricos em Direito |
dc.source.none.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Empirical Legal Studies; Vol. 7 No. 1 (2020): Brazilian Journal of Empirical Legal Studies; 181-195 Revista de Estudos Empíricos em Direito; v. 7 n. 1 (2020): Revista de Estudos Empíricos em Direito; 181-195 2319-0817 10.19092/reed.v7i1 reponame:Revista de Estudos Empíricos em Direito instname:Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED) instacron:RPED |
instname_str |
Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED) |
instacron_str |
RPED |
institution |
RPED |
reponame_str |
Revista de Estudos Empíricos em Direito |
collection |
Revista de Estudos Empíricos em Direito |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de Estudos Empíricos em Direito - Rede de Pesquisa Empírica em Direito (REED) |
repository.mail.fl_str_mv |
mvchein@gmail.com||reed.revista@gmail.com |
_version_ |
1799138703622275072 |