Tocas do Gongo, São Raimundo Nonato, Piauí, Brasil: Uma bioarqueologia retrospectiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Collins Cook, Della
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Ferraz Mendonça de Souza, Sheila Maria
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Arqueologia
Texto Completo: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/326
Resumo: Partes de 20 indivíduos adultos e jovens associados com cerâmica, cabaças e tecidos, foram recuperados em pequenos abrigos-sob-rocha denominados Tocas do Gongo, em São Raimundo Nonato, Piauí, Brasil. Uma única data (não calibrada) de 2090 + 110 BP está disponível para estes sítios. Os abrigos foram associados a aldeamentos com cerâmicas similares nas proximidades. Os remanescentes esqueléticos estão em diferentes estados de conservação. São provenientes de sepultamentos primários diretos e secundários em urnas. A maior parte deles provem de níveis perturbados, tendo sido escavados sem a presença de bioarqueólogos. A presente análise dos remanescentes humanos só foi realizada muitos anos depois, com a finalidade de ajudar a interpretar o material e proporcionar informa ções adicionais sobre o sítio. Um homem adulto apresentou lesão inflamatória crônica afetando a calota craniana e uma fratura cicatrizada no nariz. Em diferentes indivíduos indicadores inespecíficos de estresse foram observados em ossos e dentes; fraturas compressivas cicatrizadas no calcâneo e na coluna vertebral, lesões entesopáticas de mãos e pés, artroses generalizadas e um esporäo do calcâneo indicam trauma crônico associado a trabalho e locomoção. O desgaste dentário leve e as cáries numerosas apontam para dieta cariogênica, provavelmente relacionada à horticultura. A abrasão forte na face vestibular dos incisivos inferiores de um adulto do sexo masculino indica o uso de tembetá de pedra. A revisão com-pleta dos remanescentes e sua classificação por diferentes critérios permitiu estabelecer com segurança o NMI, e também reassociar ossos dos mesmos indivíduos que ainda estavam misturados. A associação destes dados com as informações publicadas, ou originais, sobre os mesmos sítios permitiram melhorar a interpretação dos espaços funerários. Os resultados da presente revisão confirmam a importância de analisar coleções musealizadas antigas, no sentido de melhorar as interpretações arqueológicas com base na revisão de coleções de re manescentes humanos.
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