Concepções de mulheres negras sobre autocuidado em saúde reprodutiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bento, Taís Costa
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNISANTOS
Texto Completo: https://tede.unisantos.br/handle/tede/5581
Resumo: As mulheres negras de baixa renda têm sua saúde afetada por diversos determinantes sociais de saúde, como raça, gênero e classe, que acabam por inferir negativamente em seus processos de acesso, utilização de saúde e até mesmo em como adoecer. As morbidades que atingem as mulheres negras se dividem entre geneticamente determinadas, adquiridas e de evolução agravada por tratamento dificultado, em qualquer um desses casos o conhecimento acerca da saúde e o autocuidado como prática, podem prevenir e tratar o adoecimento. Essa concepção de Saúde da Mulher requer uma abordagem integral do cuidado para além da Saúde Reprodutiva e seus aspectos abordados desde as primeiras políticas de saúde com recorte de gênero. Entretanto, se fizermos o recorte de raça em conjunto ao gênero, se faz necessário abordar questões de Saúde Reprodutiva devido ao atraso em abordar tal cuidado em mulheres negras. Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo compreender a percepção de autocuidado em saúde reprodutiva entre mulheres negras em vulnerabilidade socioeconômica de um bairro da Zona Noroeste/Santos. Tratou-se de uma pesquisa de caráter qualitativo com realização de entrevistas semiestruturadas com 19 mulheres autodeclaradas negras (pretas e pardas) acima dos 18 anos de idade. Utilizou-se o critério de saturação de dados para delimitar o número de participantes, e os resultados coletados foram analisados a partir do método de análise de conteúdo sistematizado por Bardin. Os resultados revelaram concepções acerca da saúde e autocuidado que envolvem três aspectos (individual, social e programático) e colocam o saber médico como principal, muitas vezes invisibilizando suas próprias atitudes e práticas de autocuidado e manutenção da saúde; encontrou-se também dificuldade na percepção da raça como capaz de influenciar na saúde e no adoecer, e o entendimento de Saúde Reprodutiva como ¿reprodução¿ ou ligada à gestação. Concluiu-se que as mulheres delegam grande importância à saúde e ao autocuidado, apesar de não reconhecerem suas próprias ações de manutenção ao autocuidado, sendo que reconhecem em maior parte a atuação do profissional de medicina como detentor do autocuidado.
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As morbidades que atingem as mulheres negras se dividem entre geneticamente determinadas, adquiridas e de evolução agravada por tratamento dificultado, em qualquer um desses casos o conhecimento acerca da saúde e o autocuidado como prática, podem prevenir e tratar o adoecimento. Essa concepção de Saúde da Mulher requer uma abordagem integral do cuidado para além da Saúde Reprodutiva e seus aspectos abordados desde as primeiras políticas de saúde com recorte de gênero. Entretanto, se fizermos o recorte de raça em conjunto ao gênero, se faz necessário abordar questões de Saúde Reprodutiva devido ao atraso em abordar tal cuidado em mulheres negras. Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo compreender a percepção de autocuidado em saúde reprodutiva entre mulheres negras em vulnerabilidade socioeconômica de um bairro da Zona Noroeste/Santos. Tratou-se de uma pesquisa de caráter qualitativo com realização de entrevistas semiestruturadas com 19 mulheres autodeclaradas negras (pretas e pardas) acima dos 18 anos de idade. Utilizou-se o critério de saturação de dados para delimitar o número de participantes, e os resultados coletados foram analisados a partir do método de análise de conteúdo sistematizado por Bardin. Os resultados revelaram concepções acerca da saúde e autocuidado que envolvem três aspectos (individual, social e programático) e colocam o saber médico como principal, muitas vezes invisibilizando suas próprias atitudes e práticas de autocuidado e manutenção da saúde; encontrou-se também dificuldade na percepção da raça como capaz de influenciar na saúde e no adoecer, e o entendimento de Saúde Reprodutiva como ¿reprodução¿ ou ligada à gestação. Concluiu-se que as mulheres delegam grande importância à saúde e ao autocuidado, apesar de não reconhecerem suas próprias ações de manutenção ao autocuidado, sendo que reconhecem em maior parte a atuação do profissional de medicina como detentor do autocuidado.Low-income black women have their health affected by several social determinants of health, such as race, gender, and class, which negatively influence their access processes, health utilization, and even getting sick. The morbidities that afflict black women are genetically determined, acquired, and aggravated by difficult treatment, in either case knowledge about health and self-care as a practice can prevent and treat illness. This concept of Women's Health requires an integral approach to care beyond Reproductive Health and its aspects addressed from the first health policies with gender cut. However, if we cut race together with gender, it is necessary to address issues of Reproductive Health because of the delay in addressing such care in black women. Thus, the present research aimed to understand the perception of self-care in reproductive health among black women in socioeconomic vulnerability of a neighborhood of the Northwest Zone/Santos. It was a qualitative research with semi-structured interviews with 19 self-declared black women (black and brown) over 18 years of age. The data saturation criterion was used to delimit the number of participants, and the results collected were analyzed using the Bardin systematized content analysis method. The results revealed conceptions about health and self-care that involve three aspects (individual, social and programmatic) and place medical knowledge as the main, often invisibilizing their own attitudes and practices of self-care and health maintenance; there was also difficulty in the perception of race as capable of influencing health and illness, and the understanding of Reproductive Health as ""reproduction"" or linked to gestation. It was concluded that women give great importance to health and self-care, although they do not recognize their own maintenance actions to self-care, and mostly recognize the role of the medical professional as a self-care holder.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESporUniversidade Católica de SantosMestrado em Saúde ColetivaCatólica de SantosBrasilCentro de Ciências Sociais Aplicadas e SaúdeBENTO, Taís Costa. Concepções de mulheres negras sobre autocuidado em saúde reprodutiva. 2019. 112 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Católica de Santos, Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Saúde Coletiva, 2019.CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAautocuidado; raç;. mulher negra; saúde reprodutivaself-care; race; black women; reproductive healthConcepções de mulheres negras sobre autocuidado em saúde reprodutivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNISANTOSinstname:Universidade Católica de Santos (UNISANTOS)instacron:UNISANTOSORIGINALTaís Costa Bento.pdfTaís Costa Bento.pdfDissertação_Mestrado em Saúde Coletivaapplication/pdf1938710https://tede.unisantos.br/bitstream/tede/5581/1/Ta%c3%ads%20Costa%20Bento.pdf33f53bfe201ec7a6a5ab26260900318aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://tede.unisantos.br/bitstream/tede/5581/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52TEXTTaís Costa Bento.pdf.txtTaís Costa Bento.pdf.txtExtracted texttext/plain222969https://tede.unisantos.br/bitstream/tede/5581/3/Ta%c3%ads%20Costa%20Bento.pdf.txtd169bc7a715cc917949b589c0079288eMD53THUMBNAILTaís Costa Bento.pdf.jpgTaís Costa Bento.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1146https://tede.unisantos.br/bitstream/tede/5581/4/Ta%c3%ads%20Costa%20Bento.pdf.jpge96e60ba73ffdad22eeca0b34812e49cMD54tede/55812021-10-04 18:24:39.0oai:tede.unisantos.br:tede/5581TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://biblioteca.unisantos.br:8181/http://biblioteca.unisantos.br:8181/oai/requestmrita.biblio@unisantos.br||mrita.biblio@unisantos.bropendoar:47132021-10-04T21:24:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNISANTOS - Universidade Católica de Santos (UNISANTOS)false
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