Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2004 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000100011 |
Resumo: | JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A analgesia peridural é freqüentemente utilizada para o controle da dor pós-operatória ou para tratamento da dor crônica em pacientes oncológicos. No entanto, não está isenta de complicações. Neste caso, relatamos a ocorrência de abscesso peridural em paciente jovem, hígida, que foi submetida a analgesia peridural em bomba de infusão controlada pela paciente, que apresentou abscesso peridural, sendo necessária descompressão cirúrgica. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 24 anos, 56 kg, 1,65 m, estado físico ASA I, com história de lombalgia e dificuldade de flexão da coxa esquerda, foi submetida à cirurgia para liberação da musculatura posterior do quadril. Três dias após a alta hospitalar retornou ao hospital queixando-se de dor no local da incisão cirúrgica e durante a realização dos exercícios fisioterápicos. Foi internada e programada analgesia controlada pelo paciente (ACP) por via peridural, para possibilitar o tratamento fisioterápico. No centro cirúrgico foi feita sedação por via venosa com midazolam (2,5 mg) e fentanil (25 µg), anti-sepsia da pele e realizada punção peridural no espaço L3-L4. Após dose teste foram injetados ropivacaína a 0,75% (75 mg) e fentanil (100 µg) e passado cateter peridural em sentido cefálico, sem intercorrências. Foi instalada bomba de ACP contendo solução fisiológica a 0,9% (85 ml), bupivacaína a 0,5% (25 mg) e fentanil (500 µg), programada com fluxo constante de 4 ml.h-1 e bolus de 2 ml a cada 20 minutos. No 3º dia a paciente relatou incômodo no local da inserção do cateter, sendo o mesmo retirado. Havia discreta hiperemia no local. Após vinte e dois dias, a paciente retornou ao hospital com dor de grande intensidade na região lombossacra com irradiação para os membros inferiores e limitação dos movimentos. Não havia deficit neurológico ou sinais flogísticos no local da punção ou na ferida operatória. Foi feita hipótese de abscesso peridural e a ressonância nuclear magnética confirmou a presença do mesmo em L3-L4 (2 x 3 cm), realizada laminectomia, a cultura do material mostrou tratar-se de staphilococcus aureus. A paciente evoluiu bem, sem seqüela neurológica. CONCLUSÕES: A analgesia peridural, muitas vezes utilizada para o controle da dor pós-operatória ou da dor crônica, embora muito efetiva, não está livre de complicações, ainda que raras, como o abscesso peridural. |
id |
SBA-1_4aa6b503df3bc8a7a3ae260109a946ca |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0034-70942004000100011 |
network_acronym_str |
SBA-1 |
network_name_str |
Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de casoANALGESIA, Pós-Operatória/analgesia controlada pelo pacienteCOMPLICAÇÕES/abscesso periduralJUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A analgesia peridural é freqüentemente utilizada para o controle da dor pós-operatória ou para tratamento da dor crônica em pacientes oncológicos. No entanto, não está isenta de complicações. Neste caso, relatamos a ocorrência de abscesso peridural em paciente jovem, hígida, que foi submetida a analgesia peridural em bomba de infusão controlada pela paciente, que apresentou abscesso peridural, sendo necessária descompressão cirúrgica. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 24 anos, 56 kg, 1,65 m, estado físico ASA I, com história de lombalgia e dificuldade de flexão da coxa esquerda, foi submetida à cirurgia para liberação da musculatura posterior do quadril. Três dias após a alta hospitalar retornou ao hospital queixando-se de dor no local da incisão cirúrgica e durante a realização dos exercícios fisioterápicos. Foi internada e programada analgesia controlada pelo paciente (ACP) por via peridural, para possibilitar o tratamento fisioterápico. No centro cirúrgico foi feita sedação por via venosa com midazolam (2,5 mg) e fentanil (25 µg), anti-sepsia da pele e realizada punção peridural no espaço L3-L4. Após dose teste foram injetados ropivacaína a 0,75% (75 mg) e fentanil (100 µg) e passado cateter peridural em sentido cefálico, sem intercorrências. Foi instalada bomba de ACP contendo solução fisiológica a 0,9% (85 ml), bupivacaína a 0,5% (25 mg) e fentanil (500 µg), programada com fluxo constante de 4 ml.h-1 e bolus de 2 ml a cada 20 minutos. No 3º dia a paciente relatou incômodo no local da inserção do cateter, sendo o mesmo retirado. Havia discreta hiperemia no local. Após vinte e dois dias, a paciente retornou ao hospital com dor de grande intensidade na região lombossacra com irradiação para os membros inferiores e limitação dos movimentos. Não havia deficit neurológico ou sinais flogísticos no local da punção ou na ferida operatória. Foi feita hipótese de abscesso peridural e a ressonância nuclear magnética confirmou a presença do mesmo em L3-L4 (2 x 3 cm), realizada laminectomia, a cultura do material mostrou tratar-se de staphilococcus aureus. A paciente evoluiu bem, sem seqüela neurológica. CONCLUSÕES: A analgesia peridural, muitas vezes utilizada para o controle da dor pós-operatória ou da dor crônica, embora muito efetiva, não está livre de complicações, ainda que raras, como o abscesso peridural.Sociedade Brasileira de Anestesiologia2004-02-01info:eu-repo/semantics/reportinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000100011Revista Brasileira de Anestesiologia v.54 n.1 2004reponame:Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)instname:Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)instacron:SBA10.1590/S0034-70942004000100011info:eu-repo/semantics/openAccessAbreu,Múcio Paranhos deDeda,Roberto de GóisCangiani,Luis HenriqueAquino,Hernando Mauro DiógenesOrtiz,Jairpor2004-05-06T00:00:00Zoai:scielo:S0034-70942004000100011Revistahttps://www.sbahq.org/revista/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||sba2000@openlink.com.br1806-907X0034-7094opendoar:2004-05-06T00:00Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) - Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso |
title |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso |
spellingShingle |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso Abreu,Múcio Paranhos de ANALGESIA, Pós-Operatória/analgesia controlada pelo paciente COMPLICAÇÕES/abscesso peridural |
title_short |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso |
title_full |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso |
title_fullStr |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso |
title_full_unstemmed |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso |
title_sort |
Abscesso peridural após analgesia controlada pelo paciente por via peridural: relato de caso |
author |
Abreu,Múcio Paranhos de |
author_facet |
Abreu,Múcio Paranhos de Deda,Roberto de Góis Cangiani,Luis Henrique Aquino,Hernando Mauro Diógenes Ortiz,Jair |
author_role |
author |
author2 |
Deda,Roberto de Góis Cangiani,Luis Henrique Aquino,Hernando Mauro Diógenes Ortiz,Jair |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Abreu,Múcio Paranhos de Deda,Roberto de Góis Cangiani,Luis Henrique Aquino,Hernando Mauro Diógenes Ortiz,Jair |
dc.subject.por.fl_str_mv |
ANALGESIA, Pós-Operatória/analgesia controlada pelo paciente COMPLICAÇÕES/abscesso peridural |
topic |
ANALGESIA, Pós-Operatória/analgesia controlada pelo paciente COMPLICAÇÕES/abscesso peridural |
description |
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A analgesia peridural é freqüentemente utilizada para o controle da dor pós-operatória ou para tratamento da dor crônica em pacientes oncológicos. No entanto, não está isenta de complicações. Neste caso, relatamos a ocorrência de abscesso peridural em paciente jovem, hígida, que foi submetida a analgesia peridural em bomba de infusão controlada pela paciente, que apresentou abscesso peridural, sendo necessária descompressão cirúrgica. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 24 anos, 56 kg, 1,65 m, estado físico ASA I, com história de lombalgia e dificuldade de flexão da coxa esquerda, foi submetida à cirurgia para liberação da musculatura posterior do quadril. Três dias após a alta hospitalar retornou ao hospital queixando-se de dor no local da incisão cirúrgica e durante a realização dos exercícios fisioterápicos. Foi internada e programada analgesia controlada pelo paciente (ACP) por via peridural, para possibilitar o tratamento fisioterápico. No centro cirúrgico foi feita sedação por via venosa com midazolam (2,5 mg) e fentanil (25 µg), anti-sepsia da pele e realizada punção peridural no espaço L3-L4. Após dose teste foram injetados ropivacaína a 0,75% (75 mg) e fentanil (100 µg) e passado cateter peridural em sentido cefálico, sem intercorrências. Foi instalada bomba de ACP contendo solução fisiológica a 0,9% (85 ml), bupivacaína a 0,5% (25 mg) e fentanil (500 µg), programada com fluxo constante de 4 ml.h-1 e bolus de 2 ml a cada 20 minutos. No 3º dia a paciente relatou incômodo no local da inserção do cateter, sendo o mesmo retirado. Havia discreta hiperemia no local. Após vinte e dois dias, a paciente retornou ao hospital com dor de grande intensidade na região lombossacra com irradiação para os membros inferiores e limitação dos movimentos. Não havia deficit neurológico ou sinais flogísticos no local da punção ou na ferida operatória. Foi feita hipótese de abscesso peridural e a ressonância nuclear magnética confirmou a presença do mesmo em L3-L4 (2 x 3 cm), realizada laminectomia, a cultura do material mostrou tratar-se de staphilococcus aureus. A paciente evoluiu bem, sem seqüela neurológica. CONCLUSÕES: A analgesia peridural, muitas vezes utilizada para o controle da dor pós-operatória ou da dor crônica, embora muito efetiva, não está livre de complicações, ainda que raras, como o abscesso peridural. |
publishDate |
2004 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2004-02-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/report |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
report |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000100011 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000100011 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0034-70942004000100011 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Anestesiologia |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Anestesiologia |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Anestesiologia v.54 n.1 2004 reponame:Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) instname:Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) instacron:SBA |
instname_str |
Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) |
instacron_str |
SBA |
institution |
SBA |
reponame_str |
Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) |
collection |
Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) - Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) |
repository.mail.fl_str_mv |
||sba2000@openlink.com.br |
_version_ |
1752126624650756096 |