Utilidade da ecocardiografia transeofageana durante hipotensão arterial grave em cirurgia não cardíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schulmeyer,Cabrera
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Farías,Jorge, Rajdl,Eduardo, Maza,Jaime de La, Labbé,Marcela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942010000500007
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Hipotensão arterial grave e refratária é uma ocorrência perioperatória rara em cirurgias não cardíacas, mas a determinação de sua etiologia é essencial para o tratamento bem-sucedido. MÉTODOS: Adultos submetidos a cirurgias não cardíacas foram incluídos prospectivamente neste estudo. Hipotensão arterial grave foi definida como uma queda de 30% em relação à pressão arterial sistólica basal que não respondeu à administração adequada de fluidos e efedrina, de acordo com critérios do anestesiologista. Uma sonda multiplanar de ecocardiografia transesofageana (ETE) foi inserida antes de qualquer outro monitoramento hemodinâmico invasivo. RESULTADOS: Quarenta e dois adultos (68 ± 12 anos) foram incluídos neste estudo, 84% durante a cirurgia não cardíaca eletiva. Cirurgias abdominais (abertas e laparoscópicas), torácicas e ortopédicas foram as mais frequentes. Em todos os pacientes, a ETE foi útil para a determinação da etiologia da hipotensão arterial grave. Hipovolemia foi diagnosticada em 18 pacientes (42%). Baixa fração de ejeção (FE < 30%) foi detectada em cinco casos, tendo sido tratada com sucesso pela administração de fármacos vasoativos. Obstrução dinâmica da via de saída do ventrículo esquerdo associada a movimento sistólico anterior (MAS) da válvula mitral foi diagnosticada em cinco pacientes; em outros seis, foi detectada embolia grave durante cirurgia dos quadris e joelhos. Isquemia miocárdica causando hipotensão arterial persistente foi detectada em cinco pacientes; em três pacientes, o tamponamento cardíaco foi a causa da hipotensão arterial grave. Dois pacientes morreram; ambos apresentavam isquemia miocárdica grave. CONCLUSÕES: Ecocardiografia transesofageana perioperatória foi realizada rapidamente e demonstrou ser uma técnica útil no contexto de hipotensão arterial durante cirurgia não cardíaca. O coração e os grandes vasos puderam ser observados diretamente e avaliados de modo funcional. Assim, a etiologia da hipotensão arterial grave pode ser facilmente identificada e tratada
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