Esvaziamento gástrico após administração oral de contraste em tomografia computadorizada do abdômen: descrição de seis casos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins,Fernando Antonio Nogueira da Cruz
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Amaral,José Luiz Gomes do
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000300009
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A lesão pulmonar secundária à aspiração do conteúdo gástrico é complicação associada à perda dos reflexos protetores das vias aéreas. Neste contexto, a realização de exames tomográficos que incluem a contrastação do trato digestivo exige particular atenção em crianças abaixo de cinco anos, que necessitam anestesia geral ou sedação para assegurar imobilidade durante o procedimento. A indução da anestesia ou sedação, após ingestão da solução de contraste pode trazer risco substancial para a broncoaspiração do conteúdo gástrico. Isto faz com que se opte por administrar o contraste por sonda gástrica após a intubação traqueal, uma vez que não se conhece o tempo de esvaziamento gástrico após utilização de solução contrastante. Esta conduta representa aumento do tempo de anestesia, o que resulta em constante questionamento sobre a possibilidade de esvaziamento do conteúdo gástrico em tempo inferior a uma hora. Seis casos de pacientes submetidos à tomografia de abdômen foram avaliados quanto ao esvaziamento gástrico por meio da realização de cortes tomográficos na topografia do estômago, com o objetivo de determinar a presença ou ausência de conteúdo residual líquido nesse órgão, após a administração da solução de contraste. RELATO DOS CASOS: Foram avaliadas seis crianças submetidas à tomografia contrastada do abdômen. Duas, não anestesiadas, apresentaram expressivo resíduo líquido gástrico decorridos 50 e 45 minutos, respectivamente, da ingestão de contraste. Quatro, submetidas à anestesia geral, também apresentaram resíduo líquido gástrico decorridos 40 a 50 minutos da administração de contraste via sonda oro/nasogástrica. Em duas destas persistiu apreciável resíduo líquido no estômago, mesmo após a aspiração do conteúdo pela sonda. CONCLUSÕES: Nos casos observados, o período de 40 a 50 minutos foi insuficiente para o esvaziamento do estômago, após a administração de solução contrastante e mesmo a sucção do conteúdo por sonda nasogástrica resultou em permanência de significante volume residual líquido.
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