Anuloplastia sem suporte para tratamento da insuficiência mitral reumática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kalil,Renato A. K
Data de Publicação: 1992
Outros Autores: Lucchese,Fernando A, Prates,Paulo R, Sant'Anna,João Ricardo M, Faes,Farid C, Pereira,Edemar M. C, Nesralla,Ivo A
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381992000300005
Resumo: Desde 1974, temos empregado anuloplastia sem suporte para tratamento da insuficiência mitral de etiologia reumática em uma população predominantemente jovem. A avaliação dos resultados tardios forma a base deste relato. São 154 pacientes com insuficiência mitral isolada (sem estenose ou dupla lesão), sendo 55 (36%) do sexo masculino e 99 (64%) do feminino, idade média = 36 ± 16 (5 a 73) anos; as lesões associadas foram: 47 lesões aórticas, 21 tricuspídeas e 2 comunicações interatriais; a classe funcional pré-operatória foi I-II em 19% e III-IV em 81 % e o índice cardiotorácico 0,61 ± 0,10. Todos os pacientes foram submetidos a uma anuloplastia similar à descrita por WOOLER et alii 21 que consiste na redução da porção mural do anel mitral obtida pela aplicação de dois pontos ancorados em feltros nas comissuras, sem comprometer a extensão de cúspide septal. Quando necessário, procedimentos adicionais sobre as cordas tendíneas foram realizados. Nenhum paciente recebeu suporte anular por anel ou barra posterior. A mortalidade precoce foi de 3 (1,9%) pacientes: falência miocárdica (1) e embolia pulmonar (2). A mortalidade tardia foi de 9 (5,8%), falência miocárdica (3), septicemia (1), embolia pulmonar (1) e morte súbita (1) e causa desconhecida (3). Reoperações foram realizadas em 28 (18,2%) casos, dos quais 2 (1,3%) por disfunção de prótese aórtica. Sopro sistólico residual esteve presente em 48% dos casos. Complicações tardias: embolias sistêmicas 5,8% (1/3 como prótese aórtica), endocardite infecciosa 1,3% e embolia pulmonar 0,7%. Classe funcional pós-operatória (p. a.) foi I - II em 84% e III - IV em 16%; índice cardiotorácico p. o. 0,58 ± 0,10. Probalidade atuarial de sobrevida tardia é estimada em 79,5 ± 5,3% aos 10 anos e 71,0 ± 7,4% aos 14 anos. Sobrevida sem eventos: 67,9 ± 8,9% aos 10 anos e 56,1 ± 11,7% aos 14 anos. A insuficiência mitral reumática pode ser tratada efetivamente por anuloplastia sem suporte anular profético, com resultados tardios comparáveis àqueles obtidos por técnicas mais complexas. Isto tem importância no tratamento de crianças e adultos jovens, especialmente no sexo feminino, quando se deseja evitar implante de próteses mecânicas.
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