Valor da oximetria de pulso na avaliação da perfusão da mão para retirada da artéria radial: O teste de Allen é satisfatório?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: DAUAR,Renato Bauab
Data de Publicação: 1998
Outros Autores: BARROS JUNIOR,Nilton de, Lima,Paulo Ruiz Lucio de, KYIOSE,Alberto Takeshi, LEÃO,Luiz Eduardo Villaça, SUCCI,José Ernesto
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381998000300003
Resumo: Com o crescimento da utilização da artéria radial como enxerto em operações de revascularização tornou-se importante a avaliação fidedigna da integridade da arcada palmar em cada paciente a fim de se prevenir complicações vasculares da mão. Classicamente, utiliza-se para esta finalidade o teste de Allen, que é baseado em avaliação subjetiva da coloração da mão ao se comprimir os pulsos radial e ulnar e, portanto, mais sujeitos a erros de interpretação. Com a finalidade de avaliação objetiva, propusemos a realização do teste, analisando-se a perfusão através da oximetria de pulso, método simples e facilmente disponível em centro cirúrgico. Objetivo: Os autores apresentam uma nova proposta para avaliação da perfusão e integridade da arcada palmar com a utilização do oxímetro de pulso e comparam os dados obtidos por este método com os do teste de Allen. Método: Foram estudadas 50 artérias radiais, 50 artérias ulnares de 25 pacientes em decúbito dorsal, com idade igual ou superior a 45 anos, sendo 19 do sexo masculino e 6 do sexo feminino, em condições cardio-respiratórias estáveis e sem alterações vasculares periféricas conhecidas em membros superiores. O oxímetro utilizado foi o da marca Ohmeda, sendo o Doppler portátil de fluxo contínuo da Medical Eletronics. A princípio colocou-se o dedal do oxímetro no dedo indicador de cada mão anotando-se a saturação que chamamos de inicial. Verificou-se ao Doppler os pulsos radial e ulnar. Foi realizado o teste de Allen em cada mão comprimindo-se digitalmente ambas as artérias, com o oxímetro no 2º dedo e observando-se o desaparecimento da onda de pulso. Após isso, descomprimiu-se a artéria ulnar retornando a onda de pulso e medindo-se a saturação final. Houve queda de 0 a 2 pontos, no valor da saturação, em 96% dos casos. O Doppler foi utilizado distalmente à compressão da artéria radial mostrando não haver fluxo nesta artéria. Resultado: O teste de Allen mostrou-se satisfatório em 35 (70%) procedimentos; insatisfatórios em 15 (30%); a oximetria resultou normal em 49 (98%) procedimentos com queda importante de sua saturação em apenas 1 (2%) caso, no qual o teste de Allen foi insatisfatório. Conclusões: Observamos que houve diferença significativa entre resultados do teste de Allen e do oxímetro, levando-nos ao questionamento da validade do teste de Allen quanto à sua eficácia, por tratar-se de um método subjetivo em contraposição a um método objetivo (oxímetro), conseqüentemente, estaríamos deixando de utilizar a artéria radial como enxerto em 26% dos casos avaliados pelo teste de Allen.
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