Aortoplastia trapezoidal: proposta técnica para correção cirúrgica da coarctação de aorta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dinkhuysen,Jarbas J
Data de Publicação: 1994
Outros Autores: Souza,Luiz Carlos Bento de, Chaccur,Paulo, Arnoni,Antoninho S, Abdulmassih Neto,Camiilo, Fontes,Walmir F, Paulista,Paulo P, Jatene,Adib D
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381994000400003
Resumo: O cirurgião muitas vezes encontra dificuldade em recompor o diâmetro interno quando realiza a anastomose término-terminal no tratamento cirúrgico da coarctação da aorta. Um dos fatores determinantes desta dificuldade são as alterações anatômicas típicas da região coarctada, cujo discernimento cirúrgico nem sempre é simples, a despeito de inúmeras e consagradas opções técnicas disponíveis. Nas crianças este fato pode se revestir de importância, dada a eventual possibilidade do reaparecimento de gradientes pressóricos, sendo até possível uma nova intervenção cirúrgica, em alguns casos. Diante disto, os autores apresentam uma proposta técnica cujo objetivo é otimizar o diâmetro da aorta ao nível da anastomose, minimizando, assim, a possibilidade do aparecimento de possíveis gradientes a longo prazo. Assim sendo, após a remoção da área coarctada, são criados, em cada coto, três retalhos de aspecto trapezoidal, os quais, ao serem aproximados, se encaixam à semelhança de uma engrenagem. Estes retalhos trapezoidais são obtidos pela ressecção de três cunhas idênticas e equidistantes em cada coto e a anastomose, com pontos contínuos ou separados, é feita de modo a encaixar as saliências trapezoidais de um coto nas reentrâncias intertrapezoidais do outro coto, dando como resultado uma linha de sutura de aspecto sinusoidal, em zig-zag. Até o presente, foram operados por esta técnica 4 pacientes, cujas idades foram: 2 meses, 4 meses, 10 anos e 36 anos (masculinos, 3). Apenas o primeiro caso tinha cardiopatia congênita associada (OAVC parcial) e todos tinham CoAo severa e HAS. Não ocorreram complicações operatórias, tendo-se observado boa evolução, até o momento. O primeiro caso (2 meses com cardiopatia congênita) recoarctou no 9º mês de evolução, tendo sido necessária reintervenção, devido, provavelmente, a problemas de técnicas ou indicação inapropriada. O método proposto permite restituir e até mesmo aumentar o diâmetro interno da aorta na área de sutura, dependendo, para tanto, do grau de profundidade dos retalhos trapezoidais de cada coto.
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