Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1997 |
Outros Autores: | , , , , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381997000200001 |
Resumo: | Fundamentos: Próteses valvares aórticas com desempenho hemodinâmico adequado possibilitariam maior regressão da hipertrofia ventricular e normalização da função ventricular. Isto possivelmente tenha implicações importantes no prognóstico tardio após a substituição da valva aórtica. Objetivo: Avaliar o desempenho hemodinâmico do auto-enxerto pulmonar em posição aórtica e a regressão da hipertrofia ventricular esquerda após a operação de Ross. Casuística e Métodos: De maio/95 a março/97, 45 pacientes com média de idades de 27,1 anos foram submetidos à operação de Ross. Todos os pacientes foram submetidos, no pós-operatório imediato, a ecocardiografia com Doppler e cateterismo cardíaco para avaliação do desempenho hemodinâmico dos auto e homoenxertos, assim como da massa e função ventricular esquerda. Catorze pacientes com evolução superior a seis meses submeteram-se a ecocardiografia de stress com dobutamina, para estudar o desempenho hemodinâmico dos auto e homoenxertos em condição de exercício. Resultados: A mortalidade hospitalar foi de 6%. Após tempo médio de seguimento de 12,8 meses (1-23), ocorreu um óbito súbito tardio e nenhuma complicação relacionada à prótese. O desempenho hemodinâmico imediato e tardio dos auto-enxertos foi praticamente normal, com média de gradiente médio de 1,8 ± 0,6 mmHg e média de gradiente instantâneo máximo de 2,9 ± 0,9 mmHg. O grau de insuficiência valvar foi desprezível. Mesmo em condição de exercício, os gradientes não se elevaram de forma significativa, com média de gradiente médio de 4,3 ± 2,5 mmHg e média de gradiente instantâneo máximo de 10,4 ± 6,1 mmHg. Os homoenxertos utilizados para a reconstrução da via de saída do ventrículo direito tiveram excelente desempenho hemodinâmico imediato; entretanto, no seguimento tardio apresentaram discreto aumento das velocidades de fluxo com média de gradiente médio de 10 ± 7,1 mmHg em repouso e 26 ± 13,3 mmHg durante o exercício. O índice de massa ventricular esquerda caiu de 168 ± 46g/m² no pré-operatório para 115 ± 32g/m² no 6º mês de evolução. A função ventricular esquerda apresentou-se normal em repouso e no exercício na maioria dos pacientes. Conclusões: Dado o desempenho hemodinâmico normal dos auto-enxertos pulmonares, a redução da massa ventricular e normalização da função do ventrículo esquerdo, além da ótima evolução tardia dos pacientes, consideramos a operação de Ross como a operação ideal para pacientes aórticos jovens. |
id |
SBCCV-1_ffc6f5563680cd0f63db5a96d2b287c7 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0102-76381997000200001 |
network_acronym_str |
SBCCV-1 |
network_name_str |
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens?Valva aórtica/cirurgiaValva pulmonar/transplanteCirurgia cardíaca/métodosHipertrofia ventricular esquerda/cirurgiaTransplante autólogoTransplante homólogoFunção ventricular esquerdaFunção ventricular direitaFundamentos: Próteses valvares aórticas com desempenho hemodinâmico adequado possibilitariam maior regressão da hipertrofia ventricular e normalização da função ventricular. Isto possivelmente tenha implicações importantes no prognóstico tardio após a substituição da valva aórtica. Objetivo: Avaliar o desempenho hemodinâmico do auto-enxerto pulmonar em posição aórtica e a regressão da hipertrofia ventricular esquerda após a operação de Ross. Casuística e Métodos: De maio/95 a março/97, 45 pacientes com média de idades de 27,1 anos foram submetidos à operação de Ross. Todos os pacientes foram submetidos, no pós-operatório imediato, a ecocardiografia com Doppler e cateterismo cardíaco para avaliação do desempenho hemodinâmico dos auto e homoenxertos, assim como da massa e função ventricular esquerda. Catorze pacientes com evolução superior a seis meses submeteram-se a ecocardiografia de stress com dobutamina, para estudar o desempenho hemodinâmico dos auto e homoenxertos em condição de exercício. Resultados: A mortalidade hospitalar foi de 6%. Após tempo médio de seguimento de 12,8 meses (1-23), ocorreu um óbito súbito tardio e nenhuma complicação relacionada à prótese. O desempenho hemodinâmico imediato e tardio dos auto-enxertos foi praticamente normal, com média de gradiente médio de 1,8 ± 0,6 mmHg e média de gradiente instantâneo máximo de 2,9 ± 0,9 mmHg. O grau de insuficiência valvar foi desprezível. Mesmo em condição de exercício, os gradientes não se elevaram de forma significativa, com média de gradiente médio de 4,3 ± 2,5 mmHg e média de gradiente instantâneo máximo de 10,4 ± 6,1 mmHg. Os homoenxertos utilizados para a reconstrução da via de saída do ventrículo direito tiveram excelente desempenho hemodinâmico imediato; entretanto, no seguimento tardio apresentaram discreto aumento das velocidades de fluxo com média de gradiente médio de 10 ± 7,1 mmHg em repouso e 26 ± 13,3 mmHg durante o exercício. O índice de massa ventricular esquerda caiu de 168 ± 46g/m² no pré-operatório para 115 ± 32g/m² no 6º mês de evolução. A função ventricular esquerda apresentou-se normal em repouso e no exercício na maioria dos pacientes. Conclusões: Dado o desempenho hemodinâmico normal dos auto-enxertos pulmonares, a redução da massa ventricular e normalização da função do ventrículo esquerdo, além da ótima evolução tardia dos pacientes, consideramos a operação de Ross como a operação ideal para pacientes aórticos jovens.Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular1997-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381997000200001Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.12 n.2 1997reponame:Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)instname:Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)instacron:SBCCV10.1590/S0102-76381997000200001info:eu-repo/semantics/openAccessCOSTA,Francisco Diniz Affonso daPINTON,RitaHAGGI FILHO,HermínioROSA,George Soncini daABUCHAIM,Décio Cavalet SoaresQUINTANEIRO,ValdemirMILANI,RodrigoITO,RobertsonGASPAR,RogérioBURGER,MartinSALLUM,FábioFARACO,Djalma LuizCOSTA,Iseu Affonso dapor2001-06-05T00:00:00Zoai:scielo:S0102-76381997000200001Revistahttp://www.rbccv.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||rosangela.monteiro@incor.usp.br|| domingo@braile.com.br|| brandau@braile.com.br1678-97410102-7638opendoar:2001-06-05T00:00Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) - Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens? |
title |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens? |
spellingShingle |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens? COSTA,Francisco Diniz Affonso da Valva aórtica/cirurgia Valva pulmonar/transplante Cirurgia cardíaca/métodos Hipertrofia ventricular esquerda/cirurgia Transplante autólogo Transplante homólogo Função ventricular esquerda Função ventricular direita |
title_short |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens? |
title_full |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens? |
title_fullStr |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens? |
title_full_unstemmed |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens? |
title_sort |
Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens? |
author |
COSTA,Francisco Diniz Affonso da |
author_facet |
COSTA,Francisco Diniz Affonso da PINTON,Rita HAGGI FILHO,Hermínio ROSA,George Soncini da ABUCHAIM,Décio Cavalet Soares QUINTANEIRO,Valdemir MILANI,Rodrigo ITO,Robertson GASPAR,Rogério BURGER,Martin SALLUM,Fábio FARACO,Djalma Luiz COSTA,Iseu Affonso da |
author_role |
author |
author2 |
PINTON,Rita HAGGI FILHO,Hermínio ROSA,George Soncini da ABUCHAIM,Décio Cavalet Soares QUINTANEIRO,Valdemir MILANI,Rodrigo ITO,Robertson GASPAR,Rogério BURGER,Martin SALLUM,Fábio FARACO,Djalma Luiz COSTA,Iseu Affonso da |
author2_role |
author author author author author author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
COSTA,Francisco Diniz Affonso da PINTON,Rita HAGGI FILHO,Hermínio ROSA,George Soncini da ABUCHAIM,Décio Cavalet Soares QUINTANEIRO,Valdemir MILANI,Rodrigo ITO,Robertson GASPAR,Rogério BURGER,Martin SALLUM,Fábio FARACO,Djalma Luiz COSTA,Iseu Affonso da |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Valva aórtica/cirurgia Valva pulmonar/transplante Cirurgia cardíaca/métodos Hipertrofia ventricular esquerda/cirurgia Transplante autólogo Transplante homólogo Função ventricular esquerda Função ventricular direita |
topic |
Valva aórtica/cirurgia Valva pulmonar/transplante Cirurgia cardíaca/métodos Hipertrofia ventricular esquerda/cirurgia Transplante autólogo Transplante homólogo Função ventricular esquerda Função ventricular direita |
description |
Fundamentos: Próteses valvares aórticas com desempenho hemodinâmico adequado possibilitariam maior regressão da hipertrofia ventricular e normalização da função ventricular. Isto possivelmente tenha implicações importantes no prognóstico tardio após a substituição da valva aórtica. Objetivo: Avaliar o desempenho hemodinâmico do auto-enxerto pulmonar em posição aórtica e a regressão da hipertrofia ventricular esquerda após a operação de Ross. Casuística e Métodos: De maio/95 a março/97, 45 pacientes com média de idades de 27,1 anos foram submetidos à operação de Ross. Todos os pacientes foram submetidos, no pós-operatório imediato, a ecocardiografia com Doppler e cateterismo cardíaco para avaliação do desempenho hemodinâmico dos auto e homoenxertos, assim como da massa e função ventricular esquerda. Catorze pacientes com evolução superior a seis meses submeteram-se a ecocardiografia de stress com dobutamina, para estudar o desempenho hemodinâmico dos auto e homoenxertos em condição de exercício. Resultados: A mortalidade hospitalar foi de 6%. Após tempo médio de seguimento de 12,8 meses (1-23), ocorreu um óbito súbito tardio e nenhuma complicação relacionada à prótese. O desempenho hemodinâmico imediato e tardio dos auto-enxertos foi praticamente normal, com média de gradiente médio de 1,8 ± 0,6 mmHg e média de gradiente instantâneo máximo de 2,9 ± 0,9 mmHg. O grau de insuficiência valvar foi desprezível. Mesmo em condição de exercício, os gradientes não se elevaram de forma significativa, com média de gradiente médio de 4,3 ± 2,5 mmHg e média de gradiente instantâneo máximo de 10,4 ± 6,1 mmHg. Os homoenxertos utilizados para a reconstrução da via de saída do ventrículo direito tiveram excelente desempenho hemodinâmico imediato; entretanto, no seguimento tardio apresentaram discreto aumento das velocidades de fluxo com média de gradiente médio de 10 ± 7,1 mmHg em repouso e 26 ± 13,3 mmHg durante o exercício. O índice de massa ventricular esquerda caiu de 168 ± 46g/m² no pré-operatório para 115 ± 32g/m² no 6º mês de evolução. A função ventricular esquerda apresentou-se normal em repouso e no exercício na maioria dos pacientes. Conclusões: Dado o desempenho hemodinâmico normal dos auto-enxertos pulmonares, a redução da massa ventricular e normalização da função do ventrículo esquerdo, além da ótima evolução tardia dos pacientes, consideramos a operação de Ross como a operação ideal para pacientes aórticos jovens. |
publishDate |
1997 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1997-04-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381997000200001 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381997000200001 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0102-76381997000200001 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular |
dc.source.none.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.12 n.2 1997 reponame:Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) instname:Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) instacron:SBCCV |
instname_str |
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) |
instacron_str |
SBCCV |
institution |
SBCCV |
reponame_str |
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) |
collection |
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) - Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) |
repository.mail.fl_str_mv |
||rosangela.monteiro@incor.usp.br|| domingo@braile.com.br|| brandau@braile.com.br |
_version_ |
1752126593669529600 |