Modelo experimental de sutura manual em colon de cão por vídeo-laparoscopia
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Data de Publicação: | 2005 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Acta Cirúrgica Brasileira (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86502005000400011 |
Resumo: | OBJETIVO: Desenvolver um modelo experimental de endo-sutura manual laparoscópica em cólon destinado principalmente ao treinamento de cirurgiões. MÉTODOS: Foram operados 40 cães mestiços, machos, com peso entre 15 e 20 kg, provenientes do laboratório da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará. Foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos de 20 animais cada: GI-secção e hemostasia do colon com bisturi elétrico e GII-secção do colon com tesoura. Cada grupo foi subdividido em dois subgrupos com 10 animais cada, conforme o acesso abdominal utilizado - A-acesso laparotômico e B-laparoscópico. Sob anestesia geral endovenosa, foi realizada incisão transversal no cólon sigmóide, numa extensão de 50% da circunferência, distando 15 cm da reflexão peritoneal, sendo em seguida suturada em plano único, extra-mucoso, com pontos separados de fio de polidioxanona 000 (PDS®). Os animais foram avaliados quanto à evolução clínica, análise macroscópica, teste de tensão da sutura e estudo histológico qualitativo. Foram sacrificados no 7º dia de pós-operatório. Para analise estatística, foram utilizados os testes Qui-quadrado corrigido de Yates e o teste exato de Fisher. RESULTADOS: Todos os animais cuja colotomia foi realizada com tesoura (GIIA IIB) e 9 operados com bísturi elétrico (GI), sendo 5 (50,0%) operados pelo acesso laparotômico (GIA) e 4 (40,0%) pelo laparoscópico (GIB), apresentaram evolução clínica satisfatória, deambulando e aceitando bem a dieta oral a partir do primeiro dia de pós-operatório. A primeira evacuação ocorreu entre 48 a 72 horas de pós-operatório. Não apresentaram diarréia nem vômitos. Onze animais do grupo GI, sendo 5 (50%) do subgrupo IA e 6 (60,0%) do IB não aceitaram bem a dieta oral, apresentando diarréia (3 a 5 evacuações líquidas por dia) e vômitos (1 a 3 episódios por dia) evoluindo para óbito entre o quarto e o sétimo dia do pós-operatório. Comparando os grupos GI com GII, foi observada diferença significante (p<0,005), sem no entanto observar-se diferença quando comparados os subgrupos IA e IB. A sutura permaneceu íntegra em todos (100,0 %) os animais GII e em 5 GI, demonstrando portanto diferença estatisticamente significante (p<0,005). Desses, 3 (30,0%) eram do subgrupo IA e 2 (20,0%) do IB. Foi evidenciada sutura bloqueada com epíplon em quatro animais, sendo dois (20%) do subgrupo IA e dois (20%) do IB. Houve deiscência da sutura com peritonite em 11 (55%) animais do grupo I (p<0,005), sendo 5 (50%) do subgrupo IA e 6 (60%) do IB (p>0,005). Todos evoluíram para óbito entre o quarto e o sétimo d.p.o. O teste de tensão da sutura foi realizado com a pressão média de 222,1 mmHg e não ocorreu ruptura do cólon em nenhum dos animais do grupo II e em 5 (40,0% ) do Grupo I (p<0,005). Desses, 3 (30%) eram do subgrupo IA, e 2 (20,0%) do IB (P>0,005). Ocorreu ruptura da sutura em 4 ( 20% ) cães do grupo I, sendo 2 do subgrupo IA e 2 (20%) do IB com pressão média de 94,0 mmHg. A análise histológica das amostras obtidas no 7º d.p.o. demonstrou reprodução das fases do processo inflamação-reparação em ambos acessos utilizados. CONCLUSÃO: A endo-sutura manual laparoscópica em cólon de cães pode ser utilizada com segurança pois apresentou os mesmos resultados do acesso laparotômico. Os resultados dependem especialmente do treinamento adequado do cirurgião em técnicas cirúrgicas laparoscópicas. |
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