ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Luis Henrique
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Oliveira, Marcus Vinícius Noronha
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Ecoturismo
Texto Completo: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5925
Resumo: As Áreas Naturais Protegidas (ANP´s) apresentam vocações singulares para a prática do ecoturismo, suscitando a dialética entre as funções intrínseca e utilitária destes territórios e revelando preocupações com a conservação do acervo biótico e abiótico e com a sensibilidade do tecido social local. Em função dos impactos negativos provocados pelo turismo e a necessidade de estabelecer instrumentos que viabilizem na prática as premissas da sustentabilidade, advoga-se uma maior relevância quanto à aplicação de modelos de gestão do turismo em ANP’s. Neste sentido, o presente artigo realiza uma abordagem que aproxima a oferta de atrativos das ANP´s com diferentes perfis da demanda ecoturística, com o objetivo de apresentar uma proposta de Zoneamento turístico, tendo como estudo de caso o Parque Nacional da Serra de Itabaiana (PARNASI) no estado de Sergipe. Para tanto, utilizou-se uma metodologia de estudo descritivo, mediante a coleta de dados por entrevista e observação direta, além de pesquisa documental. A literatura apresenta diversas tipologias de perfis de ecoturistas e neste trabalho serão detalhados os estudos de Fernie que classifica a demanda ecoturística em Eco-Especialistas, Eco-Intermediários e Eco-Generalistas. Para estabelecer a correlação entre as atividades preferenciais destes perfis e Zoneamento turístico, foi utilizado o modelo ROS (Recreational Opportunity Spectrum). Os resultados mostram o contributo potencial das estratégias de Zoneamento turístico para a conservação e melhoria da experiência turística, através da conciliação entre o perfil do ecoturista e a oferta de atrativos naturais das ANP´s. Assim, este estudo revelou a existência de infraestruturas e facilidades, a exemplo do acesso principal ao PARNASI; da trilha para a cachoeira do Poço das Moças e do Centro Administrativo, os quais atendem às necessidades do perfil “Eco-generalista” e configuram o Zoneamento “Recreativo Intensivo” do modelo ROS. De modo semelhante, o PARNASI apresenta um conjunto de trilhas de longo curso ou de difícil acesso que atendem às motivações do perfil “Eco-Especialista”, destacando-se a zona da trilha do Caldeirão, que conduz o turista às cachoeiras do Caldeirão, da Árvore e do Cipó e prossegue até o ‘Topo da Serra”. Neste percurso, o turista conhece a flora diversificada do PARNASI, sua avifauna e formações geológicas singulares, ou seja, zonas com ecossistemas de valores inestimáveis próprias do Zoneamento Natural Intensivo do ROS. As Trilhas da Via Sacra e do Véu de Noivas, por sua vez, atendem ao perfil “Eco-intermediário” em função do baixo grau de dificuldade para percorrê-las, representando uma zona do tipo Natural Intensivo. Conclui-se que a gestão do ecoturismo, apoiado em estratégias de Zoneamento turístico, representa um caminho para o alcance dos objetivos da sustentabilidade do turismo em ANP’s, mediante a segmentação e aproximação do potencial da oferta turística destes territórios com as motivações dos diferentes perfis de demanda ecoturística, devendo, portanto, ser estabelecida uma gestão dos fluxos turísticos de modo a direcionar cada perfil da demanda para as Zonas turísticas da ANP que mais se adéquam a cada perfil. Palavras-Chave: Áreas Naturais Protegidas; Zoneamento Turístico; Demanda Ecoturística.
id SBECOTUR-1_1830eafd7fa5fc3f7bd4dc96462150e6
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/5925
network_acronym_str SBECOTUR-1
network_name_str Revista Brasileira de Ecoturismo
repository_id_str
spelling ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.As Áreas Naturais Protegidas (ANP´s) apresentam vocações singulares para a prática do ecoturismo, suscitando a dialética entre as funções intrínseca e utilitária destes territórios e revelando preocupações com a conservação do acervo biótico e abiótico e com a sensibilidade do tecido social local. Em função dos impactos negativos provocados pelo turismo e a necessidade de estabelecer instrumentos que viabilizem na prática as premissas da sustentabilidade, advoga-se uma maior relevância quanto à aplicação de modelos de gestão do turismo em ANP’s. Neste sentido, o presente artigo realiza uma abordagem que aproxima a oferta de atrativos das ANP´s com diferentes perfis da demanda ecoturística, com o objetivo de apresentar uma proposta de Zoneamento turístico, tendo como estudo de caso o Parque Nacional da Serra de Itabaiana (PARNASI) no estado de Sergipe. Para tanto, utilizou-se uma metodologia de estudo descritivo, mediante a coleta de dados por entrevista e observação direta, além de pesquisa documental. A literatura apresenta diversas tipologias de perfis de ecoturistas e neste trabalho serão detalhados os estudos de Fernie que classifica a demanda ecoturística em Eco-Especialistas, Eco-Intermediários e Eco-Generalistas. Para estabelecer a correlação entre as atividades preferenciais destes perfis e Zoneamento turístico, foi utilizado o modelo ROS (Recreational Opportunity Spectrum). Os resultados mostram o contributo potencial das estratégias de Zoneamento turístico para a conservação e melhoria da experiência turística, através da conciliação entre o perfil do ecoturista e a oferta de atrativos naturais das ANP´s. Assim, este estudo revelou a existência de infraestruturas e facilidades, a exemplo do acesso principal ao PARNASI; da trilha para a cachoeira do Poço das Moças e do Centro Administrativo, os quais atendem às necessidades do perfil “Eco-generalista” e configuram o Zoneamento “Recreativo Intensivo” do modelo ROS. De modo semelhante, o PARNASI apresenta um conjunto de trilhas de longo curso ou de difícil acesso que atendem às motivações do perfil “Eco-Especialista”, destacando-se a zona da trilha do Caldeirão, que conduz o turista às cachoeiras do Caldeirão, da Árvore e do Cipó e prossegue até o ‘Topo da Serra”. Neste percurso, o turista conhece a flora diversificada do PARNASI, sua avifauna e formações geológicas singulares, ou seja, zonas com ecossistemas de valores inestimáveis próprias do Zoneamento Natural Intensivo do ROS. As Trilhas da Via Sacra e do Véu de Noivas, por sua vez, atendem ao perfil “Eco-intermediário” em função do baixo grau de dificuldade para percorrê-las, representando uma zona do tipo Natural Intensivo. Conclui-se que a gestão do ecoturismo, apoiado em estratégias de Zoneamento turístico, representa um caminho para o alcance dos objetivos da sustentabilidade do turismo em ANP’s, mediante a segmentação e aproximação do potencial da oferta turística destes territórios com as motivações dos diferentes perfis de demanda ecoturística, devendo, portanto, ser estabelecida uma gestão dos fluxos turísticos de modo a direcionar cada perfil da demanda para as Zonas turísticas da ANP que mais se adéquam a cada perfil. Palavras-Chave: Áreas Naturais Protegidas; Zoneamento Turístico; Demanda Ecoturística.Universidade Federal de São Paulo2011-10-24info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/592510.34024/rbecotur.2011.v4.5925Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 4 n. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUCBrazilian Journal of Ecotourism; Vol. 4 No. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUCRevista Brasileña de Ecoturismo; Vol. 4 Núm. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC1983-9391reponame:Revista Brasileira de Ecoturismoinstname:Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)instacron:SBECOTURporhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5925/3788Souza, Luis HenriqueOliveira, Marcus Vinícius Noronhainfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-09-10T16:48:41Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/5925Revistahttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/indexPUBhttp://www.sbecotur.org.br/rbecotur/seer/index.php/ecoturismo/oai||zneiman@gmail.com1983-93911983-9391opendoar:2019-09-10T16:48:41Revista Brasileira de Ecoturismo - Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)false
dc.title.none.fl_str_mv ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.
title ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.
spellingShingle ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.
Souza, Luis Henrique
title_short ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.
title_full ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.
title_fullStr ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.
title_full_unstemmed ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.
title_sort ZONEAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS: UM DIÁLOGO ENTRE CONSERVAÇÃO, OFERTA DE ATRATIVOS E PERFIL DA DEMANDA ECOTURÍSTICA.
author Souza, Luis Henrique
author_facet Souza, Luis Henrique
Oliveira, Marcus Vinícius Noronha
author_role author
author2 Oliveira, Marcus Vinícius Noronha
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Souza, Luis Henrique
Oliveira, Marcus Vinícius Noronha
description As Áreas Naturais Protegidas (ANP´s) apresentam vocações singulares para a prática do ecoturismo, suscitando a dialética entre as funções intrínseca e utilitária destes territórios e revelando preocupações com a conservação do acervo biótico e abiótico e com a sensibilidade do tecido social local. Em função dos impactos negativos provocados pelo turismo e a necessidade de estabelecer instrumentos que viabilizem na prática as premissas da sustentabilidade, advoga-se uma maior relevância quanto à aplicação de modelos de gestão do turismo em ANP’s. Neste sentido, o presente artigo realiza uma abordagem que aproxima a oferta de atrativos das ANP´s com diferentes perfis da demanda ecoturística, com o objetivo de apresentar uma proposta de Zoneamento turístico, tendo como estudo de caso o Parque Nacional da Serra de Itabaiana (PARNASI) no estado de Sergipe. Para tanto, utilizou-se uma metodologia de estudo descritivo, mediante a coleta de dados por entrevista e observação direta, além de pesquisa documental. A literatura apresenta diversas tipologias de perfis de ecoturistas e neste trabalho serão detalhados os estudos de Fernie que classifica a demanda ecoturística em Eco-Especialistas, Eco-Intermediários e Eco-Generalistas. Para estabelecer a correlação entre as atividades preferenciais destes perfis e Zoneamento turístico, foi utilizado o modelo ROS (Recreational Opportunity Spectrum). Os resultados mostram o contributo potencial das estratégias de Zoneamento turístico para a conservação e melhoria da experiência turística, através da conciliação entre o perfil do ecoturista e a oferta de atrativos naturais das ANP´s. Assim, este estudo revelou a existência de infraestruturas e facilidades, a exemplo do acesso principal ao PARNASI; da trilha para a cachoeira do Poço das Moças e do Centro Administrativo, os quais atendem às necessidades do perfil “Eco-generalista” e configuram o Zoneamento “Recreativo Intensivo” do modelo ROS. De modo semelhante, o PARNASI apresenta um conjunto de trilhas de longo curso ou de difícil acesso que atendem às motivações do perfil “Eco-Especialista”, destacando-se a zona da trilha do Caldeirão, que conduz o turista às cachoeiras do Caldeirão, da Árvore e do Cipó e prossegue até o ‘Topo da Serra”. Neste percurso, o turista conhece a flora diversificada do PARNASI, sua avifauna e formações geológicas singulares, ou seja, zonas com ecossistemas de valores inestimáveis próprias do Zoneamento Natural Intensivo do ROS. As Trilhas da Via Sacra e do Véu de Noivas, por sua vez, atendem ao perfil “Eco-intermediário” em função do baixo grau de dificuldade para percorrê-las, representando uma zona do tipo Natural Intensivo. Conclui-se que a gestão do ecoturismo, apoiado em estratégias de Zoneamento turístico, representa um caminho para o alcance dos objetivos da sustentabilidade do turismo em ANP’s, mediante a segmentação e aproximação do potencial da oferta turística destes territórios com as motivações dos diferentes perfis de demanda ecoturística, devendo, portanto, ser estabelecida uma gestão dos fluxos turísticos de modo a direcionar cada perfil da demanda para as Zonas turísticas da ANP que mais se adéquam a cada perfil. Palavras-Chave: Áreas Naturais Protegidas; Zoneamento Turístico; Demanda Ecoturística.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-10-24
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5925
10.34024/rbecotur.2011.v4.5925
url https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5925
identifier_str_mv 10.34024/rbecotur.2011.v4.5925
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5925/3788
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 4 n. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC
Brazilian Journal of Ecotourism; Vol. 4 No. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC
Revista Brasileña de Ecoturismo; Vol. 4 Núm. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC
1983-9391
reponame:Revista Brasileira de Ecoturismo
instname:Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)
instacron:SBECOTUR
instname_str Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)
instacron_str SBECOTUR
institution SBECOTUR
reponame_str Revista Brasileira de Ecoturismo
collection Revista Brasileira de Ecoturismo
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Ecoturismo - Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)
repository.mail.fl_str_mv ||zneiman@gmail.com
_version_ 1799138608742924288