CAPACIDADE DE CARGA TURÍSTICA: ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Ecoturismo |
Texto Completo: | https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5941 |
Resumo: | A capacidade de carga é uma ferramenta de planejamento e gestão de atrativos turísticos originada no manejo de pastagens agrícolas, com aplicações atuais em trilhas, praias, arrecifes de corais, ilhas, cavernas e rios, entre outros recursos naturais. Também é usada em atrativos históricos, culturais e mesmo em destinos turísticos. Partindo deste cenário, foi executada uma primeira fase de uma pesquisa exploratória sobre o tema, baseada em dados secundários em fontes bibliográficas e documentais. Os resultados preliminares demonstram que grande parte dos métodos de capacidade de carga se fundamenta no controle espaço-temporal da visitação, buscando identificar no ambiente variáveis que sirvam de parâmetro para a adoção de limites de uso, baseando-se, por exemplo, na variação de um parâmetro em função da presença humana. Todavia, poucos são os casos onde se consegue estabelecer uma perfeita relação de nexo causal entre a variação e a presença humana. Além disso, a sazonalidade natural do ambiente raramente é considerada, face à restrição temporal da maioria das pesquisas aplicadas à capacidade de carga. O resultado é a adoção da capacidade de carga como uma mera ferramenta de controle do número de visitas diárias, desvirtuando a maioria dos métodos (e.g. USFS, 1982; STANKEY et al., 1985; DRIVER, 1990; GRAEFE et al., 1990; GRAHAM, 1990; MANNING et al., 1995; MCCARTHUR, 1997; ROBERTS, 1997) e atendendo, quase que exclusivamente, a uma obrigatoriedade legal imposta por órgãos fiscalizadores. Por outro lado, as propostas mais atuais de capacidade de carga remetem a um modelo amplo de procedimentos de planejamento e gestão, o que pode ser observado nos trabalhos de Washburne (1982), McCool; Lime (2001) e Lobo et al. (2010). Nesta nova abordagem, dois aspectos têm sido valorizados e aplicados: 1) a capacidade de carga como geradora de oportunidades de visitação, e não somente como método de limitação; e 2) o monitoramento ambiental a longo prazo, contínuo, atrelado à variação sazonal (diária, mensal, anual) do volume de visitação em função de respostas em tempo presente de parâmetros-chave para cada tipo de ambiente estudado. Por fim, as pesquisas realizadas até o presente demonstraram que os métodos de capacidade de carga apresentam problemas quanto à sua aplicação e manejo, necessitando de novas abordagens, seja por meio da identificação de novos indicadores (também chamados de Fatores de Correção), seja pela correlação com outros aspectos e metodologias de manejo da visitação para além do messianismo da mera limitação numérica da visitação. |
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