ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Artemísia dos Santos
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Azevedo, Francisco Fransualdo de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Ecoturismo
Texto Completo: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5968
Resumo: O ecoturismo, face às demandas e discussões ambientais, tem alcançado proeminência no mercado turístico e amplo crescimento mundial, ensejando uma preocupação quanto à necessidade de um aprofundamento científico através de uma abordagem crítica das dinâmicas de consumo e conservação que permeiam essa prática. Este estudo tem o objetivo de analisar o processo histórico de criação das Unidades de Conservação (UCs) de uso sustentável Área de Proteção Ambiental Jenipabu (APAJ) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RDSEPT) sob a égide da sociedade de consumo, nas quais ocorre a prática do ecoturismo. A pesquisa buscou averiguar as relações entre conservação e consumo e suas influências para a criação das UCs de uso sustentável selecionadas para este estudo. Para tanto se teve como percurso metodológico uma abordagem qualitativa sob uma perspectiva crítica, baseada em pesquisa bibliográfica e documental e realização de entrevistas semi-estruturadas com três grupos de atores, a saber: gestores/técnicos, comunidade e ecoturistas envolvidos com o ecoturismo nas UCs selecionadas. O estudo foi realizado a partir de duas unidades de análise basilares (consumo e conservação) e doze categorias. Para a definição das unidades de análise e categorias foram tomados como referência os autores Santos (1987; 1988; 1994; 2001; 2006), Guerreiro Ramos (1989) e A. B. Rodrigues (1996; 2003), que realizam crítica à sociedade do consumo e descrevem as principais características do meio técnico-científico-informacional predominante; e Diegues (1998; 2000), A. B. Rodrigues (2001), Pires (2002) e Neiman e Rabinovici (2010), que discorrem histórica e cientificamente acerca da ênfase na conservação constante nas origens e no discurso do ecoturismo, descrevendo também suas características fundantes. Os principais resultados revelam que a criação da APAJ foi movida por uma intencionalidade mercantil gerada por uma atividade turística massificada presente na área e no seu entorno, gerada como um consumo de moda e vastamente midiatizado. Unido a este processo se constata uma preocupação com o desenvolvimento e observância aos instrumentos de organização territorial norteadores do seu uso e suas limitações em subordinação a uma intencionalidade simbólica de conservação e sustentabilidade das atividades socioeconômicas da população. Todavia, não há o devido envolvimento da população autóctone neste processo, inviabilizando o desenvolvimento de uma consciência ambiental verazmente conservacionista. Já a criação da RDSEPT, apesar de ter também como pressuposto para criação uma pressão mercadológica de atividades econômicas que visavam ali se instalar, tais pressões geraram reações distintas das encontradas na história da APAJ. Pode-se indicar como um dos fatores principais a atuação direta da população autóctone para a efetivação de uma educação ambiental através dos encontros ecológicos e outras práticas, gerando com isso uma conscientização ambiental e de pertencimento ao lugar, subordinando o desejo da criação do RDSEPT a uma intencionalidade simbólica de conservação e continuidade e, para isto, buscando o desenvolvimento e a observância aos instrumentos de organização territorial norteadores do seu uso e suas limitações como regra geral de convivência. Palavras-chave: Consumo; Conservação; Unidades de Conservação.
id SBECOTUR-1_a7c93f5ca4b8f284f9cf3e2cb335601a
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/5968
network_acronym_str SBECOTUR-1
network_name_str Revista Brasileira de Ecoturismo
repository_id_str
spelling ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMOO ecoturismo, face às demandas e discussões ambientais, tem alcançado proeminência no mercado turístico e amplo crescimento mundial, ensejando uma preocupação quanto à necessidade de um aprofundamento científico através de uma abordagem crítica das dinâmicas de consumo e conservação que permeiam essa prática. Este estudo tem o objetivo de analisar o processo histórico de criação das Unidades de Conservação (UCs) de uso sustentável Área de Proteção Ambiental Jenipabu (APAJ) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RDSEPT) sob a égide da sociedade de consumo, nas quais ocorre a prática do ecoturismo. A pesquisa buscou averiguar as relações entre conservação e consumo e suas influências para a criação das UCs de uso sustentável selecionadas para este estudo. Para tanto se teve como percurso metodológico uma abordagem qualitativa sob uma perspectiva crítica, baseada em pesquisa bibliográfica e documental e realização de entrevistas semi-estruturadas com três grupos de atores, a saber: gestores/técnicos, comunidade e ecoturistas envolvidos com o ecoturismo nas UCs selecionadas. O estudo foi realizado a partir de duas unidades de análise basilares (consumo e conservação) e doze categorias. Para a definição das unidades de análise e categorias foram tomados como referência os autores Santos (1987; 1988; 1994; 2001; 2006), Guerreiro Ramos (1989) e A. B. Rodrigues (1996; 2003), que realizam crítica à sociedade do consumo e descrevem as principais características do meio técnico-científico-informacional predominante; e Diegues (1998; 2000), A. B. Rodrigues (2001), Pires (2002) e Neiman e Rabinovici (2010), que discorrem histórica e cientificamente acerca da ênfase na conservação constante nas origens e no discurso do ecoturismo, descrevendo também suas características fundantes. Os principais resultados revelam que a criação da APAJ foi movida por uma intencionalidade mercantil gerada por uma atividade turística massificada presente na área e no seu entorno, gerada como um consumo de moda e vastamente midiatizado. Unido a este processo se constata uma preocupação com o desenvolvimento e observância aos instrumentos de organização territorial norteadores do seu uso e suas limitações em subordinação a uma intencionalidade simbólica de conservação e sustentabilidade das atividades socioeconômicas da população. Todavia, não há o devido envolvimento da população autóctone neste processo, inviabilizando o desenvolvimento de uma consciência ambiental verazmente conservacionista. Já a criação da RDSEPT, apesar de ter também como pressuposto para criação uma pressão mercadológica de atividades econômicas que visavam ali se instalar, tais pressões geraram reações distintas das encontradas na história da APAJ. Pode-se indicar como um dos fatores principais a atuação direta da população autóctone para a efetivação de uma educação ambiental através dos encontros ecológicos e outras práticas, gerando com isso uma conscientização ambiental e de pertencimento ao lugar, subordinando o desejo da criação do RDSEPT a uma intencionalidade simbólica de conservação e continuidade e, para isto, buscando o desenvolvimento e a observância aos instrumentos de organização territorial norteadores do seu uso e suas limitações como regra geral de convivência. Palavras-chave: Consumo; Conservação; Unidades de Conservação.Universidade Federal de São Paulo2011-10-24info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/596810.34024/rbecotur.2011.v4.5968Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 4 n. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUCBrazilian Journal of Ecotourism; Vol. 4 No. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUCRevista Brasileña de Ecoturismo; Vol. 4 Núm. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC1983-9391reponame:Revista Brasileira de Ecoturismoinstname:Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)instacron:SBECOTURporhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5968/3830Soares, Artemísia dos SantosAzevedo, Francisco Fransualdo deinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-09-24T14:12:12Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/5968Revistahttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/indexPUBhttp://www.sbecotur.org.br/rbecotur/seer/index.php/ecoturismo/oai||zneiman@gmail.com1983-93911983-9391opendoar:2019-09-24T14:12:12Revista Brasileira de Ecoturismo - Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)false
dc.title.none.fl_str_mv ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO
title ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO
spellingShingle ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO
Soares, Artemísia dos Santos
title_short ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO
title_full ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO
title_fullStr ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO
title_full_unstemmed ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO
title_sort ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JENIPABU E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESTADUAL PONTA DO TUBARÃO (RN): UMA ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO SOB A ÉGIDE DA SOCIEDADE DE CONSUMO
author Soares, Artemísia dos Santos
author_facet Soares, Artemísia dos Santos
Azevedo, Francisco Fransualdo de
author_role author
author2 Azevedo, Francisco Fransualdo de
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Soares, Artemísia dos Santos
Azevedo, Francisco Fransualdo de
description O ecoturismo, face às demandas e discussões ambientais, tem alcançado proeminência no mercado turístico e amplo crescimento mundial, ensejando uma preocupação quanto à necessidade de um aprofundamento científico através de uma abordagem crítica das dinâmicas de consumo e conservação que permeiam essa prática. Este estudo tem o objetivo de analisar o processo histórico de criação das Unidades de Conservação (UCs) de uso sustentável Área de Proteção Ambiental Jenipabu (APAJ) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RDSEPT) sob a égide da sociedade de consumo, nas quais ocorre a prática do ecoturismo. A pesquisa buscou averiguar as relações entre conservação e consumo e suas influências para a criação das UCs de uso sustentável selecionadas para este estudo. Para tanto se teve como percurso metodológico uma abordagem qualitativa sob uma perspectiva crítica, baseada em pesquisa bibliográfica e documental e realização de entrevistas semi-estruturadas com três grupos de atores, a saber: gestores/técnicos, comunidade e ecoturistas envolvidos com o ecoturismo nas UCs selecionadas. O estudo foi realizado a partir de duas unidades de análise basilares (consumo e conservação) e doze categorias. Para a definição das unidades de análise e categorias foram tomados como referência os autores Santos (1987; 1988; 1994; 2001; 2006), Guerreiro Ramos (1989) e A. B. Rodrigues (1996; 2003), que realizam crítica à sociedade do consumo e descrevem as principais características do meio técnico-científico-informacional predominante; e Diegues (1998; 2000), A. B. Rodrigues (2001), Pires (2002) e Neiman e Rabinovici (2010), que discorrem histórica e cientificamente acerca da ênfase na conservação constante nas origens e no discurso do ecoturismo, descrevendo também suas características fundantes. Os principais resultados revelam que a criação da APAJ foi movida por uma intencionalidade mercantil gerada por uma atividade turística massificada presente na área e no seu entorno, gerada como um consumo de moda e vastamente midiatizado. Unido a este processo se constata uma preocupação com o desenvolvimento e observância aos instrumentos de organização territorial norteadores do seu uso e suas limitações em subordinação a uma intencionalidade simbólica de conservação e sustentabilidade das atividades socioeconômicas da população. Todavia, não há o devido envolvimento da população autóctone neste processo, inviabilizando o desenvolvimento de uma consciência ambiental verazmente conservacionista. Já a criação da RDSEPT, apesar de ter também como pressuposto para criação uma pressão mercadológica de atividades econômicas que visavam ali se instalar, tais pressões geraram reações distintas das encontradas na história da APAJ. Pode-se indicar como um dos fatores principais a atuação direta da população autóctone para a efetivação de uma educação ambiental através dos encontros ecológicos e outras práticas, gerando com isso uma conscientização ambiental e de pertencimento ao lugar, subordinando o desejo da criação do RDSEPT a uma intencionalidade simbólica de conservação e continuidade e, para isto, buscando o desenvolvimento e a observância aos instrumentos de organização territorial norteadores do seu uso e suas limitações como regra geral de convivência. Palavras-chave: Consumo; Conservação; Unidades de Conservação.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-10-24
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5968
10.34024/rbecotur.2011.v4.5968
url https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5968
identifier_str_mv 10.34024/rbecotur.2011.v4.5968
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/5968/3830
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 4 n. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC
Brazilian Journal of Ecotourism; Vol. 4 No. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC
Revista Brasileña de Ecoturismo; Vol. 4 Núm. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC
1983-9391
reponame:Revista Brasileira de Ecoturismo
instname:Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)
instacron:SBECOTUR
instname_str Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)
instacron_str SBECOTUR
institution SBECOTUR
reponame_str Revista Brasileira de Ecoturismo
collection Revista Brasileira de Ecoturismo
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Ecoturismo - Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)
repository.mail.fl_str_mv ||zneiman@gmail.com
_version_ 1799138608840441856