Roteiro Tucorin: turismo Comunitário no Baixo Rio Negro (AM)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Ruth Maria de Souza
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Lima, Marco Antônio Vaz de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Ecoturismo
Texto Completo: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6386
Resumo: Esta proposta tem como base o conceito de Desenvolvimento Sustentável no limiar dos novos paradigmas ambientais, que estabelece a busca da sustentabilidade através da autonomia do capital humano e de sua participação efetiva no controle, fiscalização e exploração racional dos recursos naturais existentes, ainda mais quando nos referimos ao bioma amazônico e principalmente em se tratando de áreas protegidas. Por isso a escolha de atividades do turismo no segmento do ecoturismo surge como uma alternativa viável para o desenvolvimento de trabalho, renda, qualidade de vida, através do envolvimento e participação das comunidades. O Roteiro de Turismo Comunitário no Baixo Rio Negro tem como objetivo valorizar o cotidiano dos ribeirinhos, por meio de uma interação justa e solidária entre visitantes e comunitários. A necessidade da implementação de um roteiro de turismo comunitário na região do baixo Rio Negro, onde o turismo convencional ocorre pelo menos duas décadas, fez algumas instituições governamentais e não governamentais, juntamente com as comunidades se unirem, para a construção de uma estratégia que os comunitários fossem os protagonistas, fazendo a gestão em praticamente todas as fases do processo, por exemplo, o turista paga pelos serviços diretamente aos comunitários. A ideia de consolidar um roteiro comunitário no Rio Negro surgiu a partir do edital “Talentos do Brasil” do Ministério do Turismo que resultou em uma abertura para a inclusão das comunidades, que hoje atuam no Roteiro Tucorin. Com a criação da Central de Turismo Comunitário da Amazônia (CTCA), o roteiro passou a ser divulgado em site. A metodologia para capacitação das comunidades foi à participativa, e com ajuda dos comunitários foi elaborado um roteiro turístico para cada comunidade. As instituições, Nymuendaju e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), atuam de forma a dar apoio e aporte técnico para os comunitários inseridos no roteiro, desenvolvendo oficinas e reuniões para avaliação e fortalecimento das ações, considerando temas relevantes para a atividade, como: Turismo de Base Comunitária em nossa comunidade; visões sobre o turismo local atual; receptividade ao turista; planejamento participativo; levantamentos de atrativos na comunidade; demanda turística e oferta turística; hospedagem; alimentação; transporte; precificação de serviços e produtos comunitários: métodos de divulgação (marketing). Alguns questionamentos levantados em reuniões com participação dos comunitários deixa claro que ainda existem muitas dificuldades a serem superadas, tais como: melhorar a infraestrutura (energia, saneamento básico, comunicação, transporte entre outros); tornar possível a efetivação de políticas públicas (saúde, educação, segurança, infraestrutura); capacitar os comunitários (idiomas, recepção ao turista, culinária, primeiros socorros, associativismo) e viabilizar a participação de comunitários em eventos na temática de TBC e intercâmbios. Embora se compreenda tais questionamentos, o projeto justifica-se pelos resultados significativos trazidos para as comunidades, como: mudança no comportamento em relação às práticas ambientais; implementação de projetos sustentáveis, a partir do uso dos recursos naturais (confecção de balas e doces com polpa de frutas); aperfeiçoamento e burilamento das técnicas artesanais e escoamento desta produção); a valorização da cultura local pelos próprios comunitários, elevando assim o seu sentimento de pertencimento. Como resultado espera-se a melhoria do turismo local e dos serviços oferecidos com foco na sustentabilidade dessas comunidades.
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