Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Betti, Patrícia
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Denardin, Valdir Frigo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Ecoturismo
Texto Completo: https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6372
Resumo: A possibilidade de terceirização de serviços de apoio à visitação e ao turismo em unidades de conservação (UCs) vem sendo indicada como uma das soluções para viabilizar o uso público nestes espaços, sendo possível privilegiar médios e grandes empresários ou valorizar e inserir as populações locais neste processo. Com o objetivo de melhor compreender a relação entre turismo de base comunitária (TBC) e UCs, realizou-se pesquisa bibliográfica. O resultado demonstrou que a necessidade de criação destes espaços protegidos insere-se num contexto global de crise socioambiental, consequência do modelo de desenvolvimento hegemônico, e que o estabelecimento destas UCs afeta grupos sociais desigualmente. Por um lado, os serviços ambientais prestados são estendidos em nível global, como na absorção de gás carbônico, por exemplo. Por outro lado, as populações locais são mais impactadas por restrições a atividades econômicas e culturais, decorrentes da legislação ambiental. Conflitos pelo uso de recursos naturais como este, que nascem da crescente utilização do ambiente natural devido à expansão econômica, que avança e causa ressentimentos em territórios já habitados por outras pessoas e espécies, originaram o movimento pela justiça ambiental. Neste movimento ecologista o principal não é a reverência sagrada à natureza, mas um interesse material pelo meio ambiente para a própria subsistência. Em algumas categorias de UCs o ecoturismo é uma das poucas atividades econômicas permitidas, por vezes a alternativa restante aos moradores locais. Desta maneira, sua vinculação ao turismo de base comunitária, capaz de contribuir para a consolidação de dimensões do trabalho, social, política, cultural, ambiental e humana e da própria expressão da dimensão simbólica da vida em sociedade, favorece o desenvolvimento local sustentável, um dos objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, proposta que inclui, além de benefícios econômicos e sociais, a valorização da cultura, dos modos de vida, das tradições e das cosmologias locais.
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