Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Ecoturismo |
Texto Completo: | https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6372 |
Resumo: | A possibilidade de terceirização de serviços de apoio à visitação e ao turismo em unidades de conservação (UCs) vem sendo indicada como uma das soluções para viabilizar o uso público nestes espaços, sendo possível privilegiar médios e grandes empresários ou valorizar e inserir as populações locais neste processo. Com o objetivo de melhor compreender a relação entre turismo de base comunitária (TBC) e UCs, realizou-se pesquisa bibliográfica. O resultado demonstrou que a necessidade de criação destes espaços protegidos insere-se num contexto global de crise socioambiental, consequência do modelo de desenvolvimento hegemônico, e que o estabelecimento destas UCs afeta grupos sociais desigualmente. Por um lado, os serviços ambientais prestados são estendidos em nível global, como na absorção de gás carbônico, por exemplo. Por outro lado, as populações locais são mais impactadas por restrições a atividades econômicas e culturais, decorrentes da legislação ambiental. Conflitos pelo uso de recursos naturais como este, que nascem da crescente utilização do ambiente natural devido à expansão econômica, que avança e causa ressentimentos em territórios já habitados por outras pessoas e espécies, originaram o movimento pela justiça ambiental. Neste movimento ecologista o principal não é a reverência sagrada à natureza, mas um interesse material pelo meio ambiente para a própria subsistência. Em algumas categorias de UCs o ecoturismo é uma das poucas atividades econômicas permitidas, por vezes a alternativa restante aos moradores locais. Desta maneira, sua vinculação ao turismo de base comunitária, capaz de contribuir para a consolidação de dimensões do trabalho, social, política, cultural, ambiental e humana e da própria expressão da dimensão simbólica da vida em sociedade, favorece o desenvolvimento local sustentável, um dos objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, proposta que inclui, além de benefícios econômicos e sociais, a valorização da cultura, dos modos de vida, das tradições e das cosmologias locais. |
id |
SBECOTUR-1_ef70c9094097971a9f859baa19b2eaf5 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6372 |
network_acronym_str |
SBECOTUR-1 |
network_name_str |
Revista Brasileira de Ecoturismo |
repository_id_str |
|
spelling |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento localunidades de conservaçãoturismo de base comunitáriadesenvolvimento localjustiça ambientalA possibilidade de terceirização de serviços de apoio à visitação e ao turismo em unidades de conservação (UCs) vem sendo indicada como uma das soluções para viabilizar o uso público nestes espaços, sendo possível privilegiar médios e grandes empresários ou valorizar e inserir as populações locais neste processo. Com o objetivo de melhor compreender a relação entre turismo de base comunitária (TBC) e UCs, realizou-se pesquisa bibliográfica. O resultado demonstrou que a necessidade de criação destes espaços protegidos insere-se num contexto global de crise socioambiental, consequência do modelo de desenvolvimento hegemônico, e que o estabelecimento destas UCs afeta grupos sociais desigualmente. Por um lado, os serviços ambientais prestados são estendidos em nível global, como na absorção de gás carbônico, por exemplo. Por outro lado, as populações locais são mais impactadas por restrições a atividades econômicas e culturais, decorrentes da legislação ambiental. Conflitos pelo uso de recursos naturais como este, que nascem da crescente utilização do ambiente natural devido à expansão econômica, que avança e causa ressentimentos em territórios já habitados por outras pessoas e espécies, originaram o movimento pela justiça ambiental. Neste movimento ecologista o principal não é a reverência sagrada à natureza, mas um interesse material pelo meio ambiente para a própria subsistência. Em algumas categorias de UCs o ecoturismo é uma das poucas atividades econômicas permitidas, por vezes a alternativa restante aos moradores locais. Desta maneira, sua vinculação ao turismo de base comunitária, capaz de contribuir para a consolidação de dimensões do trabalho, social, política, cultural, ambiental e humana e da própria expressão da dimensão simbólica da vida em sociedade, favorece o desenvolvimento local sustentável, um dos objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, proposta que inclui, além de benefícios econômicos e sociais, a valorização da cultura, dos modos de vida, das tradições e das cosmologias locais.Universidade Federal de São Paulo2013-11-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/637210.34024/rbecotur.2013.v6.6372Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 6 n. 4 (2013): Anais do 9° CONECOTUR e do 5° EcoUCBrazilian Journal of Ecotourism; Vol. 6 No. 4 (2013): Anais do 9° CONECOTUR e do 5° EcoUCRevista Brasileña de Ecoturismo; Vol. 6 Núm. 4 (2013): Anais do 9° CONECOTUR e do 5° EcoUC1983-9391reponame:Revista Brasileira de Ecoturismoinstname:Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)instacron:SBECOTURporhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6372/4067Betti, PatríciaDenardin, Valdir Frigoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-11-20T14:10:35Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6372Revistahttps://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/indexPUBhttp://www.sbecotur.org.br/rbecotur/seer/index.php/ecoturismo/oai||zneiman@gmail.com1983-93911983-9391opendoar:2019-11-20T14:10:35Revista Brasileira de Ecoturismo - Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local |
title |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local |
spellingShingle |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local Betti, Patrícia unidades de conservação turismo de base comunitária desenvolvimento local justiça ambiental |
title_short |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local |
title_full |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local |
title_fullStr |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local |
title_full_unstemmed |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local |
title_sort |
Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação: justiça ambiental para o desenvolvimento local |
author |
Betti, Patrícia |
author_facet |
Betti, Patrícia Denardin, Valdir Frigo |
author_role |
author |
author2 |
Denardin, Valdir Frigo |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Betti, Patrícia Denardin, Valdir Frigo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
unidades de conservação turismo de base comunitária desenvolvimento local justiça ambiental |
topic |
unidades de conservação turismo de base comunitária desenvolvimento local justiça ambiental |
description |
A possibilidade de terceirização de serviços de apoio à visitação e ao turismo em unidades de conservação (UCs) vem sendo indicada como uma das soluções para viabilizar o uso público nestes espaços, sendo possível privilegiar médios e grandes empresários ou valorizar e inserir as populações locais neste processo. Com o objetivo de melhor compreender a relação entre turismo de base comunitária (TBC) e UCs, realizou-se pesquisa bibliográfica. O resultado demonstrou que a necessidade de criação destes espaços protegidos insere-se num contexto global de crise socioambiental, consequência do modelo de desenvolvimento hegemônico, e que o estabelecimento destas UCs afeta grupos sociais desigualmente. Por um lado, os serviços ambientais prestados são estendidos em nível global, como na absorção de gás carbônico, por exemplo. Por outro lado, as populações locais são mais impactadas por restrições a atividades econômicas e culturais, decorrentes da legislação ambiental. Conflitos pelo uso de recursos naturais como este, que nascem da crescente utilização do ambiente natural devido à expansão econômica, que avança e causa ressentimentos em territórios já habitados por outras pessoas e espécies, originaram o movimento pela justiça ambiental. Neste movimento ecologista o principal não é a reverência sagrada à natureza, mas um interesse material pelo meio ambiente para a própria subsistência. Em algumas categorias de UCs o ecoturismo é uma das poucas atividades econômicas permitidas, por vezes a alternativa restante aos moradores locais. Desta maneira, sua vinculação ao turismo de base comunitária, capaz de contribuir para a consolidação de dimensões do trabalho, social, política, cultural, ambiental e humana e da própria expressão da dimensão simbólica da vida em sociedade, favorece o desenvolvimento local sustentável, um dos objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, proposta que inclui, além de benefícios econômicos e sociais, a valorização da cultura, dos modos de vida, das tradições e das cosmologias locais. |
publishDate |
2013 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2013-11-07 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6372 10.34024/rbecotur.2013.v6.6372 |
url |
https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6372 |
identifier_str_mv |
10.34024/rbecotur.2013.v6.6372 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.unifesp.br/index.php/ecoturismo/article/view/6372/4067 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de São Paulo |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de São Paulo |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 6 n. 4 (2013): Anais do 9° CONECOTUR e do 5° EcoUC Brazilian Journal of Ecotourism; Vol. 6 No. 4 (2013): Anais do 9° CONECOTUR e do 5° EcoUC Revista Brasileña de Ecoturismo; Vol. 6 Núm. 4 (2013): Anais do 9° CONECOTUR e do 5° EcoUC 1983-9391 reponame:Revista Brasileira de Ecoturismo instname:Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur) instacron:SBECOTUR |
instname_str |
Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur) |
instacron_str |
SBECOTUR |
institution |
SBECOTUR |
reponame_str |
Revista Brasileira de Ecoturismo |
collection |
Revista Brasileira de Ecoturismo |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Brasileira de Ecoturismo - Sociedade Brasileira de Ecoturismo (SBECotur) |
repository.mail.fl_str_mv |
||zneiman@gmail.com |
_version_ |
1799138610249728000 |