Substituição da insulina NPH por insulina glargina em uma coorte de pacientes diabéticos: estudo observacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia,Frederico F.R.
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Melo,Fabrício J., Araújo,Isabella M., Araújo,Levimar R.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302007000300010
Resumo: Este estudo avaliou o impacto da introdução da insulina glargina na terapia basal/bólus em pacientes com diabetes mellitus do tipo 1 (DM1) e do tipo 2 (DM2), com controle inadequado (A1c > 6,9%) em uso prévio de insulina basal NPH. Foi realizado um estudo retrospectivo, não-controlado, com 49 pacientes (28F/21M), idade média 24,7 ± 16,5 anos, tempo de diabetes de 13,2 ± 10,1, sendo 93,1% dos pacientes com DM1, que receberam insulina glargina combinada com insulina ultra-rápida (aspart/lispro) pré-refeições, durante 90 dias de seguimento. Foram analisados dose total de insulina, incidência de hipoglicemias, crises convulsivas, complicações hiperglicêmicas (cetoacidose) e níveis de A1c antes e após três meses do uso da insulina glargina. Os valores de A1c foram determinados pelo método HPLC, com valores de referência de 4,3% a 6,9%. Após 3 meses da modificação do esquema basal para insulina glargina, observou-se redução significativa dos níveis de A1c (10,2 ± 2,0 vs. 9,1 ± 1,8%; p= 0,019). Além disso, verificou-se redução de 0,11 U/kg/dia na dose total de insulina utilizada (NPH: 0,75 U/kg para 0,64 U/kg de insulina glargina; p< 0,05). O uso da insulina glargina associou-se com redução das crises hipoglicêmicas (p= 0,02), crises convulsivas por hipoglicemia grave (p= 0,023) e nenhum caso de cetoacidose (p= 0,001). Este estudo corrobora a eficácia da introdução da insulina glargina em pacientes diabéticos mal controlados, em uso prévio de insulina NPH, com redução importante dos níveis de A1c. Estima-se uma melhora da qualidade de vida desses pacientes, marcada pela redução de eventos hipoglicêmicos (inclusive os graves), episódios de cetoacidose e utilização de menor dose diária de insulina, com provável impacto em políticas de saúde pública.
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