Estruturas geoelétrica e hidroquímica do sistema aquífero cristalino da bacia do alto rio Curaçá, semi-árido da Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima,Olivar Antonio Lima de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Geofísica (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-261X2010000300009
Resumo: Neste trabalho se analisa uma estratégia geofísico-hidrogeológica proposta para explorar racionalmente a água subterrânea armazenada nos terrenos cristalinos semi-áridos, como aqueles da bacia do alto rio Curaçá, Bahia. Num estudo integrado, três principais problemas foram considerados e resolvidos. O primeiro envolveu a proposição de um modelo hidrogeológico conceitual para representar o armazenamento e a transmissão de água no sistema aquífero da área. Usando informações geofísicas aéreas e terrestres com dados geológicos de testemunhos de sondagens, propõe-se um modelo consistindo de: (i) uma cobertura aluvionar e de saprólitos, com cerca de 20 a 30 m de espessura e que se estende, continuamente, ao longo da planície do rio Curaçá e de seus tributários; e (ii) zonas largas e extensas de densos e profundos fraturamentos subverticais, geralmente abertos e que formam faixas com mais de 500 m de largura e profundidades maiores que 300 m, separadas entre si por ombreiras de rocha cristalina mais fechada. O segundo consistiu em aperfeiçoar um procedimento geoelétrico capaz de imagear, com boa resolução espacial, esses complexos reservatórios subterrâneos de água. Assim, um esquema de imageamento bidimensional de IP-resistividade foi realizado através de um adensamento lateral da amostragem geoelétrica por sondagens verticais e de um aumento na profundidade de investigação, usando uma instrumentação mais potente. O terceiro foi pesquisar e explicar os mecanismos e processos responsáveis pela alta salinização da água observada em poços perfurados nesse sistema. Usando um modelo simplificado de fluxo bidimensional estacionário, num aquífero livre, homogêneo e isotrópico, se sugere que a salinização se deve, principalmente, ao quase-contínuo e intenso processo de evapo-transpiração, característico das zonas semi-áridas. Tal processo atua sobre um sistema de circulação hidráulica controlado pela topografia do terreno, o qual se processa em células de diferentes dimensões laterais e profundidades, sendo que é nas mais rasas que se concentram os sais.
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