Classificação hidroquímica do alto cristalino de Salvador (Bahia)

• Autor(a) principal: Vidal, Ricardo Diego Vieira
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32774
• topic: Ciências Exatas e da Terra; Geologia; Alto Cristalino de Salvador; Hidroquímica - Alto Cristalino - Salvador (BA); Água Subterrânea; Aquíferos

O Alto Cristalino de Salvador é um domínio geológico, representado por rochas cristalinas metamórficas ortoderivadas, fraturadas, que constituem aquíferos fissurais, e pelas coberturas, formadas pelo manto alterado (regolito) e por sedimentos da Formação Barreiras, os quais constituem aquíferos intergranulares. Desse modo, o decorre das águas meteóricas e através da transmissão entre os aquíferos. A principal forma de captação da água nesse domínio se dá através de poços tubulares. Além dos poços, a captação ainda é feita por cisternas e por fontes naturais. As águas das fontes naturais, associadas ao manto regolítico, ocorrem majoritariamente nos planos de contato da rocha cristalina com o saprólito. Em Salvador, as fontes naturais também podem ocorrer pela interceptação do plano de fraturas com a superfície topográfica, e pela interseção do talvegue de um vale com o nível freático. Essas águas tem uma tendência a uma assinatura hidroquímica sódica-cloretada (40% das águas de fontes naturais analisadas). Infere-se que esse fato está relacionado a influencia dos aerossóis marinhos, e da rápida infiltração das águas meteóricas nas coberturas. Em 40% das fontes, também se observou uma concentração elevada de Ca2+ nas analises químicas, caracterizando águas cálcicas-cloretadas. À medida que elas percolam as rochas cristalinas, elas tendem a uma assinatura sódica-bicarbonatada, devido ao aumento do pH, e por consequência, do índice de saturação de bicarbonato na água subterrânea. As águas mistas se originam a partir da mistura de diferentes águas, ou pela modificação da composição química água da chuva, ao percorrer as fraturas dos granulitos, enriquecendo em bicarbonato, Ca2+ e Mg2+. Desse modo, a classificação das águas dependerá da profundidade do poço, da espessura do manto regolítico, da topografia e da rocha a qual está associada essa água. De modo geral, as águas do Alto Cristalino de Salvador são sódicas-cloretadas (associadas às coberturas) e sódicas bicarbonatadas (relacionadas ao embasamento cristalino). Na maioria dos poços, elas possuem baixa salinidade. Porém processos de contaminação originaram assinaturas anômalas em alguns parâmetros físico-químicos como Na+, Ca2+, Cl-, HCO3-, NO3- e dureza. Essas contaminações estão relacionadas à cunha salina associada ao rio das Pedras, esgotos, fossas sépticas, processos de evaporação/concentração de sais, ou a própria litologia presente no local. Devido à grande importância que a água representa para os cidadãos soteropolitanos, é essencial que se realizem mais estudos a respeito dos recursos hídricos da capital baiana. A realização de novas análises químicas das águas, bem como a disponibilização de novos dados a respeito dos aquíferos é essencial para que se possa caracterizar de forma mais precisa a hidrogeologia e a hidroquímica do Alto Cristalino de Salvador.