Da fragmentação à integralidade: Construindo e desconstruindo a prática da saúde bucal no Programa Saúde da Família de Alagoinhas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Adriano Maia dos
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Online)
Texto Completo: https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/344
Resumo: Estudo sobre a prática de saúde bucal no Programa Saúde da Família (PSF) de Alagoinhas . BA (2001-2004), objetivou analisar a conformação histórica das práticas em saúde bucal (individual e coletiva); discutir os dispositivos que orientam a atenção integral à saúde bucal: vínculo, acolhimento, autonomia, responsabilização e resolutividade; e compreender as relações estabelecidas entre os sujeitos sociais que atuam no programa. Toma por pressuposto teórico central a conformação histórica das práticas de saúde bucal coletiva, por meio da produção de saberes orientados pela clínica e epidemiologia, na recomposição da lógica de atenção à saúde, orientada pela integralidade da atenção à saúde, em defesa da vida, individual e coletiva. A trajetória metodológica é fundamentada na corrente histórico-social, à luz de uma abordagem dialética, de natureza qualitativa. Utilizamos, como técnica de coleta de dados: entrevista semi-estruturada, observação sistemática e assistemática da prática e análise documental. Os sujeitos do estudo foram 22 pessoas, distribuídas entre quatro grupos de representação: grupo I (cirurgiões-dentistas e auxiliares de consultório dentário . 06); grupo II (outros trabalhadores de saúde . 06); grupo III (usuários do sistema . 05) e grupo IV (informantes-chave . 05). A análise dos dados foi orientada pela hermenêutica-dialética, buscando, na especificidade de um contexto histórico-social, explicar e interpretar conflitos, relações e práticas sentidas, percebidas e experiementadas no cotidiano da prática da saúde bucal. Os resultados revelam que a prática de saúde bucal, no PSF, é organizada através de ações individuais (consultas, procedimentos, orientações) e coletivas (palestras, educação à saúde, orientações coletivas), construída por uma demanda reprimida, cujo atendimento é fragmentado com valorização excessiva da técnica e da especialidade, centrado no pronto-atendimento, cujo eixo é ordenado pelo modelo médico-centrado, com resolutividade limitada. O acolhimento é manifestado através de uma relação tensa, conflitante e ambígua, porém com potencialidade para construir alternativas de mudança. As unidades imprimem diferentes formas de acolhimento, ficando na dependência do compromisso e da singularidade dos sujeitos que atuam no cotidiano da prática. Vínculo e autonomia entrecruzam-se no resgate da relação trabalhador-usuário e no encontro de suas potencialidades, pois possibilitam horizontalizar saberes, estreitar laços e consolidar afetos. Enfim, a prática da saúde bucal, no PSF de Alagoinhas, é plena de conflitos e contradições, constituindo-se em potencial ferramenta de mudança nos processo de trabalho, convivendo com o velho (fragmentação) e o novo (integralidade), num processo em construção, alicerçado nos princípios e diretrizes que orientam o sistema público de saúde, em defesa da vida individual e coletiva.
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