Perfil lipídico: intervalos de referência em escolares de 2 a 9 anos de idade da cidade de Maracaí (SP)
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Data de Publicação: | 2003 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442003000200007 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: As recentes publicações disponíveis em nosso meio sobre dislipidemias na infância indicam progressão de uma silenciosa epidemia, que pode agravar as taxas de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares nos próximos anos. Na falta de padronização dos intervalos de referência para população brasileira, muitos autores utilizam valores procedentes de outros países, em particular os recomendados pelas III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias (III DBSD, 2001), que foram transcritos do National Cholesterol Education Program-NCEP (EUA, 1992). OBJETIVO: Estabelecer intervalos de referência para triglicerídeos (TG), colesterol total (CT) e frações em escolares de 2 a 9 anos de idade da cidade de Maracaí, SP. MÉTODOS: delineamento transversal. Foram avaliados perfis lipídicos de 1.202 alunos de seis escolas (cinco públicas e uma privada), de 2 a 9 anos de idade, no período de 25 de março a 8 de outubro de 2002. Empregaram-se reações enzimáticas para determinações de TG e CT, kits Johnson & Johnson, metodologia de química seca e auto-analisador Vitros 750. Utilizaram-se reagentes magnéticos (sulfato de dextran e cloreto de magnésio, Johnson & Johnson) para precipitação de LDL-c e VLDL-c e subseqüente determinação enzimática de HDL-c. O LDL-c foi obtido através de cálculo de Friedewald para TG abaixo de 400mg/dl; valores superiores a este foram determinados com kits Merck CHOD-PAP e leitura fotométrica. RESULTADOS: As exclusões totalizaram 266 casos e os analisados, 936. Os valores obtidos na amostra estudada diferem dos intervalos de referência recomendados pelas III DBSD. As maiores variações dos resultados de Maracaí, em relação às III DBSD, foram do percentil 95 de TG: 130mg/dl (+ 30%); percentil 75 de LDL-c: 101,1mg/dl (-8,1%); percentil 5 de HDL-c: 34mg/dl (-15%). DISCUSSÃO: os intervalos de referência transcritos de outros países desconsideram diferenças étnicas, socioeconômicas e hábitos alimentares da população brasileira. Desta forma, estudos epidemiológicos que os utilizam podem conter indesejáveis vieses de mensuração. Na prática clínica, a utilização dos intervalos de referência de outras procedências, nessa faixa etária para TG, pode provocar investigações adicionais desnecessárias e danos irreparáveis ao desenvolvimento das crianças através de intervenções desastradas sob forma de dietas hipocalóricas ou, pior ainda, prescrição de medicamentos. CONCLUSÃO: Os intervalos de referência da amostra de escolares de Maracaí de 2 a 4 anos diferem dos recomendados pelas III DBSD. Este fato ressalta a necessidade de realização de estudos semelhantes em outras regiões para padronização brasileira dos intervalos de referência para TG, CT e frações. |
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