Determinação dos intervalos de referência para lipídeos e lipoproteínas em escolares de 10 a 19 anos de idade de Maracaí (SP)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Seki,Mario
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Seki,Marisa Okabe, Niyama,Fabiana Petruscke, Pereira Júnior,Plínio Gomes, Seki,Matiko Okabe, Matsuo,Tiemi, Bonametti,Ana Maria, Carrilho,Alexandre José Faria
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442003000400008
Resumo: INTRODUÇÃO: Os estudos epidemiológicos do perfil lipídico em jovens fornecem subsídios para a prevenção da aterosclerose e a redução das elevadas taxas de mortalidade provocadas por doenças do aparelho circulatório. Observa-se, entretanto, que os autores nacionais utilizam intervalos de referência procedentes de outros países, geralmente os norte-americanos. As III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias (III DBSD, 2001) também adotam este recurso, recomendando valores do National Cholesterol Education Program (NCEP) (EUA, 1992). Esta prática, que desconsidera diferenças raciais, condições socioeconômicas, constituição física e hábitos alimentares da população brasileira, pode induzir potenciais vieses, prejudicando o dimensionamento das dislipidemias em nosso meio. OBJETIVO: Estabelecer intervalos de referência para triglicerídeos (TG), colesterol total (CT), LDL-colesterol (LDL-c), HDL-colesterol (HDL-c) e não-HDL-colesterol (não-HDL-c) em escolares de Maracaí (SP), de ambos sexos e faixa etária de 10 a 19 anos. MÉTODOS: Delineamento transversal. No período de 25 de março a 8 de outubro de 2002, foram avaliados 1.371 alunos de ambos os sexos, de 10 a 19 anos de idade, matriculados em oito escolas públicas e uma privada. Foram utilizadas reações enzimáticas para determinações de CT e TG, kits Johnson & Johnson (Ortho Clinical Diagnostics), metodologia de química seca e auto-analisador Vitros 750. A dosagem enzimática de HDL-c foi precedida pela precipitação de LDL-c e VLDL-c presentes nos soros mediante uso de reagentes responsivos à separação magnética, contendo sulfato de dextran e cloreto de magnésio (Johnson & Johnson). Valores de LDL-c para TG sérico abaixo de 400mg/dl foram obtidos pelo cálculo de Friedewald: LDL-c = CT - HDL-c - TG/5; para valores superiores a este, os soros foram precipitados com sulfato de polivinil dissolvido em polietilenoglicol a 25%, pH 6,7 e posterior determinação com kits Merck CHOD-PAP e leitura fotométrica no aparelho CELM modelo E-225. O não-HDL-c foi calculado através da fórmula CT - HDL-c. RESULTADOS: As exclusões totalizaram 255 casos. Foram analisados 1.116 escolares, dos quais 509 eram do sexo masculino e 607, do feminino. Os intervalos de referência obtidos na amostra diferiram dos valores recomendados pelas III DBSD. As maiores variações foram registradas nos resultados correspondentes aos percentis 75 e 95 de LDL-c, respectivamente, de 93mg/dl (variação de -15,5%) e 118,2mg/dl (variação de -9,1%). DISCUSSÃO: Os intervalos de referência transcritos do NCEP podem não ser aplicáveis em determinadas regiões brasileiras, e a sua utilização indiscriminada pode induzir potenciais vieses. CONCLUSÃO: Os intervalos de referência para CT, LDL-c e HDL-c, estabelecidos para escolares da cidade de Maracaí, de ambos sexos e idades de 10 a 19 anos, diferiram dos valores recomendados pelas III DBSD. Estudos similares em outras regiões são sugeridos para estabelecer, nessa faixa etária, valores adequados à realidade brasileira.
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