Análises histopatológica e morfométrica no diagnóstico da "nova" displasia broncopulmonar e comparação clinicopatológica com a forma clássica da doença

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Okamoto,Cristina Terumy
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Bahr,João Augusto, Silva,Larissa Luvison Gomes da, Noronha,Lúcia de
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442009000200011
Resumo: INTRODUÇÃO: A displasia broncopulmonar (DBP) continua sendo a principal complicação nos recém-nascidos (RN) prematuros. Com o uso de surfactante exógeno e da prevenção de doenças respiratórias no período neonatal a incidência de DBP clássica vem diminuindo, porém uma nova forma de DBP tem surgido, mais branda e associada aos desenvolvimentos pulmonar alveolar e vascular incompletos. Do ponto de vista anatomopatológico a DBP clássica é caracterizada por processos de lesão e reparação, e os achados da "nova" DBP são de hipoplasia alveolar com nenhuma fibrose. OBJETIVOS: Demonstrar as alterações histopatológicas e morfométricas em pulmões de prematuros que foram a óbito, com quadro clínico compatível com "nova" DBP, comparando-as com um grupo controle (sem DBP) e com a forma clássica da doença, além de correlacionar os três grupos com o tempo de uso de oxigênio entre outros fatores de risco da DBP. MATERIAL E MÉTODOS: A população foi composta por 59 amostras de pulmões de prematuros com idade gestacional (IG) menor que 34 semanas e submetidos à oxigenioterapia. Fatores de risco para DBP foram coletados por meio da revisão de prontuários. Amostras pulmonares foram separadas em dois grupos, o com DBP clássica e o sem DBP clássica. O segundo grupo foi então submetido à análise morfométrica para contagem do número de alvéolos, medidas as áreas e os perímetros dos alvéolos. Após esta análise a população estudada ficou dividida em grupo com DBP clássica; com "nova" DBP (casos com mais de sete dias de oxigenioterapia); e grupo controle ou sem DBP clássica ou "nova" (casos com menos de sete dias de oxigenioterapia). RESULTADOS: o primeiro grupo apresentava inflamação e fibrose septal evidentes. Já os segundo e terceiro grupos apresentavam alterações histopatológicas mínimas, sendo então necessária a análise morfométrica para separá-los. O grupo com "nova" DBP apresentou número de alvéolos, sua área e perímetro diminuídos (p < 0,005) quando comparados ao grupo controle. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os três grupos com relação aos fatores de risco para desenvolvimento de DBP. CONCLUSÃO: As formas de DBP clássica e "nova" são de etiologia multifatorial, porém distintas entre si. Para diagnóstico anatomopatológico da "nova" DBP pode ser necessária a análise morfométrica. As alterações histopatológias e morfométricas deste estudo antecederam a necessidade de oxigenioterapia por mais de 28 dias. Portanto, instituir terapêutica para DBP antes do 28º dia de vida em RN prematuro em oxigenioterapia estaria justificado pelos nossos achados histopatológicos e morfométricos.
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