Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2007 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Jornal de Pediatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572007000200007 |
Resumo: | OBJETIVO: Avaliar a incidência de morte encefálica (ME), bem como as condutas e protocolos adotados após confirmação diagnóstica em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico (UTIP) localizadas em três regiões brasileiras. MÉTODOS: Estudo transversal e multicêntrico baseado na revisão e análise retrospectiva de prontuários de todos os óbitos ocorridos entre janeiro de 2003 e dezembro de 2004 em sete UTIP localizadas em Porto Alegre (duas), São Paulo (duas) e Salvador (três). Dois residentes de cada serviço previamente treinados preencheram protocolo padronizado avaliando dados demográficos, causa do óbito, critérios para diagnóstico de ME e conduta médica adotada. RESULTADOS: Identificamos 525 óbitos, sendo 61 (11,6%) com diagnóstico de ME. A incidência de ME diferiu entre as sete UTIP (24,2 a 4,5%; p = 0,015), porém sem diferença nas três regiões (12, 15 e 7%; p = 0,052). A causa mais freqüente foi hemorragia intracraniana (31,1%). Em 80% dos casos, o diagnóstico clínico de ME foi confirmado por exame complementar (100% na Região Sul, 68% na Sudeste e 72% na Nordeste, p = 0,02). A retirada de suporte vital após diagnóstico de ME diferiu nas três regiões, sendo mais rápida (p = 0,04) no Sul (1,8±1,9 h) que no Sudeste (28,6±43,2 h) e Nordeste (15,5±17,1 h). Apenas seis (9,8%) crianças com ME foram doadoras de órgãos. CONCLUSÃO: Apesar da lei que define critérios para ME existir no Brasil desde 1997, verificamos que ela não é obedecida uniformemente. Conseqüentemente, suporte vital desnecessário é ofertado a indivíduos já mortos, existindo ainda um modesto envolvimento das UTIP com doações de órgãos. |
id |
SBPE-1_f1e1eac9f2a35f4ca0f404c1644bf497 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0021-75572007000200007 |
network_acronym_str |
SBPE-1 |
network_name_str |
Jornal de Pediatria (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileirasMorte encefálicadoação de órgãosterapia intensiva pediátricaética médicaOBJETIVO: Avaliar a incidência de morte encefálica (ME), bem como as condutas e protocolos adotados após confirmação diagnóstica em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico (UTIP) localizadas em três regiões brasileiras. MÉTODOS: Estudo transversal e multicêntrico baseado na revisão e análise retrospectiva de prontuários de todos os óbitos ocorridos entre janeiro de 2003 e dezembro de 2004 em sete UTIP localizadas em Porto Alegre (duas), São Paulo (duas) e Salvador (três). Dois residentes de cada serviço previamente treinados preencheram protocolo padronizado avaliando dados demográficos, causa do óbito, critérios para diagnóstico de ME e conduta médica adotada. RESULTADOS: Identificamos 525 óbitos, sendo 61 (11,6%) com diagnóstico de ME. A incidência de ME diferiu entre as sete UTIP (24,2 a 4,5%; p = 0,015), porém sem diferença nas três regiões (12, 15 e 7%; p = 0,052). A causa mais freqüente foi hemorragia intracraniana (31,1%). Em 80% dos casos, o diagnóstico clínico de ME foi confirmado por exame complementar (100% na Região Sul, 68% na Sudeste e 72% na Nordeste, p = 0,02). A retirada de suporte vital após diagnóstico de ME diferiu nas três regiões, sendo mais rápida (p = 0,04) no Sul (1,8±1,9 h) que no Sudeste (28,6±43,2 h) e Nordeste (15,5±17,1 h). Apenas seis (9,8%) crianças com ME foram doadoras de órgãos. CONCLUSÃO: Apesar da lei que define critérios para ME existir no Brasil desde 1997, verificamos que ela não é obedecida uniformemente. Conseqüentemente, suporte vital desnecessário é ofertado a indivíduos já mortos, existindo ainda um modesto envolvimento das UTIP com doações de órgãos.Sociedade Brasileira de Pediatria2007-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572007000200007Jornal de Pediatria v.83 n.2 2007reponame:Jornal de Pediatria (Online)instname:Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)instacron:SBPE10.1590/S0021-75572007000200007info:eu-repo/semantics/openAccessLago,Patricia M.Piva,JeffersonGarcia,Pedro CelinyTroster,EduardoBousso,AlbertSarno,Maria OliviaTorreão,LaraSapolnik,Robertopor2007-05-10T00:00:00Zoai:scielo:S0021-75572007000200007Revistahttp://www.jped.com.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||jped@jped.com.br1678-47820021-7557opendoar:2007-05-10T00:00Jornal de Pediatria (Online) - Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras |
title |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras |
spellingShingle |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras Lago,Patricia M. Morte encefálica doação de órgãos terapia intensiva pediátrica ética médica |
title_short |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras |
title_full |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras |
title_fullStr |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras |
title_full_unstemmed |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras |
title_sort |
Morte encefálica: condutas médicas adotadas em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico brasileiras |
author |
Lago,Patricia M. |
author_facet |
Lago,Patricia M. Piva,Jefferson Garcia,Pedro Celiny Troster,Eduardo Bousso,Albert Sarno,Maria Olivia Torreão,Lara Sapolnik,Roberto |
author_role |
author |
author2 |
Piva,Jefferson Garcia,Pedro Celiny Troster,Eduardo Bousso,Albert Sarno,Maria Olivia Torreão,Lara Sapolnik,Roberto |
author2_role |
author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lago,Patricia M. Piva,Jefferson Garcia,Pedro Celiny Troster,Eduardo Bousso,Albert Sarno,Maria Olivia Torreão,Lara Sapolnik,Roberto |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Morte encefálica doação de órgãos terapia intensiva pediátrica ética médica |
topic |
Morte encefálica doação de órgãos terapia intensiva pediátrica ética médica |
description |
OBJETIVO: Avaliar a incidência de morte encefálica (ME), bem como as condutas e protocolos adotados após confirmação diagnóstica em sete unidades de tratamento intensivo pediátrico (UTIP) localizadas em três regiões brasileiras. MÉTODOS: Estudo transversal e multicêntrico baseado na revisão e análise retrospectiva de prontuários de todos os óbitos ocorridos entre janeiro de 2003 e dezembro de 2004 em sete UTIP localizadas em Porto Alegre (duas), São Paulo (duas) e Salvador (três). Dois residentes de cada serviço previamente treinados preencheram protocolo padronizado avaliando dados demográficos, causa do óbito, critérios para diagnóstico de ME e conduta médica adotada. RESULTADOS: Identificamos 525 óbitos, sendo 61 (11,6%) com diagnóstico de ME. A incidência de ME diferiu entre as sete UTIP (24,2 a 4,5%; p = 0,015), porém sem diferença nas três regiões (12, 15 e 7%; p = 0,052). A causa mais freqüente foi hemorragia intracraniana (31,1%). Em 80% dos casos, o diagnóstico clínico de ME foi confirmado por exame complementar (100% na Região Sul, 68% na Sudeste e 72% na Nordeste, p = 0,02). A retirada de suporte vital após diagnóstico de ME diferiu nas três regiões, sendo mais rápida (p = 0,04) no Sul (1,8±1,9 h) que no Sudeste (28,6±43,2 h) e Nordeste (15,5±17,1 h). Apenas seis (9,8%) crianças com ME foram doadoras de órgãos. CONCLUSÃO: Apesar da lei que define critérios para ME existir no Brasil desde 1997, verificamos que ela não é obedecida uniformemente. Conseqüentemente, suporte vital desnecessário é ofertado a indivíduos já mortos, existindo ainda um modesto envolvimento das UTIP com doações de órgãos. |
publishDate |
2007 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2007-04-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572007000200007 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572007000200007 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0021-75572007000200007 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Pediatria |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Pediatria |
dc.source.none.fl_str_mv |
Jornal de Pediatria v.83 n.2 2007 reponame:Jornal de Pediatria (Online) instname:Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) instacron:SBPE |
instname_str |
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) |
instacron_str |
SBPE |
institution |
SBPE |
reponame_str |
Jornal de Pediatria (Online) |
collection |
Jornal de Pediatria (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Jornal de Pediatria (Online) - Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) |
repository.mail.fl_str_mv |
||jped@jped.com.br |
_version_ |
1752122316742983680 |