Estudo longitudinal do anticorpo antilipoproteína lipase e sua relação com atividade de doença nos indivíduos com lúpus eritematoso sistêmico sem anticorpos anti-dsDNA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho,Jozélio Freire de
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Viana,Vilma Santos Trindade, Borba Neto,Eduardo Ferreira, Leon,Elaine Pires, Bueno,Cleonice, Bonfá,Eloísa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Reumatologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042009000100005
Resumo: INTRODUÇÃO: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) se caracteriza por períodos de exacerbação e remissão clínica que frequentemente são acompanhados por alterações nos níveis séricos de anticorpos específicos, como o anti-dsDNA, que está presente em 40% dos casos, associado principalmente à atividade renal. Recentemente houve a descrição de duas subpopulações de anticorpos antilipoproteína lipase (anti-LPL) no LES: uma com e a outra sem atividade anti-dsDNA. A possível relação desse último grupo de anticorpos com a atividade inflamatória de doença ainda não foi analisada no LES. OBJETIVOS: Avaliar longitudinalmente a associação dos níveis séricos dos anticorpos anti-LPL com atividade do LES em pacientes com anti-dsDNA persistentemente negativo. PACIENTES E MÉTODOS: Cinco pacientes com LES com anti-dsDNA persistentemente negativo mensurado por ELISA e por imunofluorescência indireta em crithidia luciliae e altos títulos de anti-LPL por ELISA (> 5 desvios-padrão (DP) da média de 20 controles normais) foram selecionados e acompanhados longitudinalmente durante um período mínimo de dois anos. RESULTADOS: Caso 1: Homem, 24 anos com LES desde 2001 apresentou hemorragia alveolar, proteinúria, hipertensão arterial sistêmica, eritema malar, aftas, artrite, FAN+, com SLEDAI (systemic lupus erythematosus disease activity index) = 16 e anti-LPL = 144UA. Tratado com pulso de metilprednisolona e prednisona com melhora clínica e SLEDAI = 0 e redução do anti-LPL (109UA). Nova atividade com acometimento renal em abril de 2002, SLEDAI = 10 e aumento de anti-LPL (150UA). Iniciada pulsoterapia de ciclofosfamida e metilprednisolona com boa resposta, SLEDAI = 0 e diminuição de anti-LPL (77UA) até a sua total negativação acompanhando a remissão do quadro no ano de 2003. Caso 2: Mulher, 32 anos, com LES desde 1997. Em setembro de 2001 iniciou vasculite cutânea, febre e rash, SLEDAI = 10, anti-LPL = 80UA. Em janeiro de 2002, teve atividade renal e HAS, SLEDAI = 8 e anti-LPL = 25UA, mas com a introdução de CE e ciclofosfamida evoluiu com melhora importante. Em 2003, assintomática, apresentava SLEDAI = 2 e anti-LPL = 12UA. Caso 3: Homem, 39 anos, com LES desde 1997. Estável em uso de cloroquina, sem atividade durante 3 anos, SLEDAI = 0 em todas as ocasiões e sem variação dos títulos de anti-LPL no período do estudo: 85UA (2001),100UA (2002) e 86UA (2003). Caso 4: Mulher, 58 anos com LES desde 1996. Remissão do LES desde agosto de 2001 e com SLEDAI = 0 no período do estudo. Títulos de anti-LPL sem flutuações significativas: 71UA (2001), 42UA (2002) e 61UA (2003). Caso 5: Mulher, 55 anos com LES desde 1989. Estável desde 2000 em uso de cloroquina, SLEDAI = 0, e títulos de anti-LPL também sem variações: 71UA (1999), 92UA (2001), 71UA (2002) e 90UA (2003). CONCLUSÃO: A avaliação longitudinal dos pacientes selecionados mostrou-se estar associada à flutuação dos títulos de anti-LPL com o SLEDAI, sugerindo ser essa variação um novo marcador de atividade do LES, na ausência de anticorpos anti-dsDNA.
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