Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Árvore (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622010000300011 |
Resumo: | A iniciativa de legislar sobre técnicas de restauração é recente no Brasil e, de acordo com as informações disponíveis, inédita no mundo, havendo controvérsias sobre a conveniência dessa legislação. Na tentativa de trazer luz ao debate, desenvolveu-se análise crítica da Resolução da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que normatiza o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas. Considerou-se que a norma se baseia em pressupostos que não encontram respaldo em experimentação científica, uma vez que o entendimento dos processos ecológicos envolvidos na restauração está longe de ser suficientemente completo para permitir legislar, com segurança e detalhamento, sobre o assunto. Adicionalmente, considerou-se que nem os profissionais que elaboram projetos nem os que atuam no licenciamento e fiscalização detêm o conhecimento necessário para aplicar a norma. Entende-se ainda que o rigor das normas cerceia a criatividade e a iniciativa do cientista e do restaurador e, assim, constitui barreira a mais a dificultar a descoberta de soluções inovadoras e, especialmente, a retardar a expansão das áreas restauradas. Do ponto de vista da conservação da biodiversidade, considera-se que a indução de demanda comercial de material biológico de espécies raras ou ameaçadas, prevista na Resolução, pode colocar em risco a conservação das populações naturais dessas espécies, que deveriam ser alvo de programas específicos. Não parece, em suma, que a instituição dessa Resolução tenha contribuído para acelerar o ritmo de ampliação das áreas restauradas e tampouco para aumentar a probabilidade de sucesso das iniciativas de restauração. |
id |
SIF-1_a79dbe3d5204218670e22618a6e54733 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0100-67622010000300011 |
network_acronym_str |
SIF-1 |
network_name_str |
Revista Árvore (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas?Legislação ambientalRestauração ecológica e Resolução SMA 08.A iniciativa de legislar sobre técnicas de restauração é recente no Brasil e, de acordo com as informações disponíveis, inédita no mundo, havendo controvérsias sobre a conveniência dessa legislação. Na tentativa de trazer luz ao debate, desenvolveu-se análise crítica da Resolução da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que normatiza o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas. Considerou-se que a norma se baseia em pressupostos que não encontram respaldo em experimentação científica, uma vez que o entendimento dos processos ecológicos envolvidos na restauração está longe de ser suficientemente completo para permitir legislar, com segurança e detalhamento, sobre o assunto. Adicionalmente, considerou-se que nem os profissionais que elaboram projetos nem os que atuam no licenciamento e fiscalização detêm o conhecimento necessário para aplicar a norma. Entende-se ainda que o rigor das normas cerceia a criatividade e a iniciativa do cientista e do restaurador e, assim, constitui barreira a mais a dificultar a descoberta de soluções inovadoras e, especialmente, a retardar a expansão das áreas restauradas. Do ponto de vista da conservação da biodiversidade, considera-se que a indução de demanda comercial de material biológico de espécies raras ou ameaçadas, prevista na Resolução, pode colocar em risco a conservação das populações naturais dessas espécies, que deveriam ser alvo de programas específicos. Não parece, em suma, que a instituição dessa Resolução tenha contribuído para acelerar o ritmo de ampliação das áreas restauradas e tampouco para aumentar a probabilidade de sucesso das iniciativas de restauração.Sociedade de Investigações Florestais2010-06-01info:eu-repo/semantics/reportinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622010000300011Revista Árvore v.34 n.3 2010reponame:Revista Árvore (Online)instname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:SIF10.1590/S0100-67622010000300011info:eu-repo/semantics/openAccessDurigan,GiseldaEngel,Vera LexTorezan,José MarceloMelo,Antônio Carlos Galvão deMarques,Márcia Cristina MendesMartins,Sebastião VenâncioReis,AdemirScarano,Fabio Rubiopor2010-08-23T00:00:00Zoai:scielo:S0100-67622010000300011Revistahttp://www.scielo.br/revistas/rarv/iaboutj.htmPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||r.arvore@ufv.br1806-90880100-6762opendoar:2010-08-23T00:00Revista Árvore (Online) - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas? |
title |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas? |
spellingShingle |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas? Durigan,Giselda Legislação ambiental Restauração ecológica e Resolução SMA 08. |
title_short |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas? |
title_full |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas? |
title_fullStr |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas? |
title_full_unstemmed |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas? |
title_sort |
Normas jurídicas para a restauração ecológica: uma barreira a mais a dificultar o êxito das iniciativas? |
author |
Durigan,Giselda |
author_facet |
Durigan,Giselda Engel,Vera Lex Torezan,José Marcelo Melo,Antônio Carlos Galvão de Marques,Márcia Cristina Mendes Martins,Sebastião Venâncio Reis,Ademir Scarano,Fabio Rubio |
author_role |
author |
author2 |
Engel,Vera Lex Torezan,José Marcelo Melo,Antônio Carlos Galvão de Marques,Márcia Cristina Mendes Martins,Sebastião Venâncio Reis,Ademir Scarano,Fabio Rubio |
author2_role |
author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Durigan,Giselda Engel,Vera Lex Torezan,José Marcelo Melo,Antônio Carlos Galvão de Marques,Márcia Cristina Mendes Martins,Sebastião Venâncio Reis,Ademir Scarano,Fabio Rubio |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Legislação ambiental Restauração ecológica e Resolução SMA 08. |
topic |
Legislação ambiental Restauração ecológica e Resolução SMA 08. |
description |
A iniciativa de legislar sobre técnicas de restauração é recente no Brasil e, de acordo com as informações disponíveis, inédita no mundo, havendo controvérsias sobre a conveniência dessa legislação. Na tentativa de trazer luz ao debate, desenvolveu-se análise crítica da Resolução da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que normatiza o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas. Considerou-se que a norma se baseia em pressupostos que não encontram respaldo em experimentação científica, uma vez que o entendimento dos processos ecológicos envolvidos na restauração está longe de ser suficientemente completo para permitir legislar, com segurança e detalhamento, sobre o assunto. Adicionalmente, considerou-se que nem os profissionais que elaboram projetos nem os que atuam no licenciamento e fiscalização detêm o conhecimento necessário para aplicar a norma. Entende-se ainda que o rigor das normas cerceia a criatividade e a iniciativa do cientista e do restaurador e, assim, constitui barreira a mais a dificultar a descoberta de soluções inovadoras e, especialmente, a retardar a expansão das áreas restauradas. Do ponto de vista da conservação da biodiversidade, considera-se que a indução de demanda comercial de material biológico de espécies raras ou ameaçadas, prevista na Resolução, pode colocar em risco a conservação das populações naturais dessas espécies, que deveriam ser alvo de programas específicos. Não parece, em suma, que a instituição dessa Resolução tenha contribuído para acelerar o ritmo de ampliação das áreas restauradas e tampouco para aumentar a probabilidade de sucesso das iniciativas de restauração. |
publishDate |
2010 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2010-06-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/report |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
report |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622010000300011 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622010000300011 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0100-67622010000300011 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade de Investigações Florestais |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade de Investigações Florestais |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Árvore v.34 n.3 2010 reponame:Revista Árvore (Online) instname:Universidade Federal de Viçosa (UFV) instacron:SIF |
instname_str |
Universidade Federal de Viçosa (UFV) |
instacron_str |
SIF |
institution |
SIF |
reponame_str |
Revista Árvore (Online) |
collection |
Revista Árvore (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Árvore (Online) - Universidade Federal de Viçosa (UFV) |
repository.mail.fl_str_mv |
||r.arvore@ufv.br |
_version_ |
1750317998991736832 |