Resistência, necropolítica e fantasias de vingança – Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Rebeca (São Paulo) |
Texto Completo: | https://rebeca.socine.org.br/1/article/view/719 |
Resumo: | Bacurau (BACURAU, 2019) de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles foi o filme brasileiro mais polêmico de 2019. Estreou no Festival de Cannes 2019 onde obteve o Prêmio especial do Júri e depois ganhou mais distinções nacionais e internacionais. Foi elogiado e criticado como filme de resistência contra o atual governo de Bolsonaro, seu discurso sexista, racista e homofóbico. Este artigo procura analisar três aspetos centrais do filme: 1) a maneira como se dá essa resistência contra os invasores norte-americanos que utilizam o povoado de Bacurau para um videogame real, valendo-se de sua população como alvos vivos; 2) o emprego da necropolítica, que possui historicamente uma dimensão mais violenta no Brasil devido ao trafico de escravizados e à escravidão, e que está atrás da venda da vila pelo prefeito Tony Júnior; e 3), a fantasia de vingança relativamente à essa opressão e à qual o filme dá expressão por meio de um banho de sangue violento quando o povoado se defende contra os invasores. O maior objetivo deste artigo e da analise desses aspetos consiste em compreender se o filme contribui para o debate sobre racismo no Brasil, no sentido de promover a discussão acerca da necessária decolonização das mentes para enfrentar o fundamental problema da desigualdade nacional e de seu ainda vigente poder colonial, ou se é apenas uma válvula de escape para as frustrações políticas, oferecendo um momento catártico muito pontual aos espectadores. |
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