Violência doméstica conjugal: um estudo exploratório sobre os processos de reincidência

• Autor(a) principal: Silva , Fernanda Monteiro da
• Data de Publicação: 2016
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/9655
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Psicologia; Violência contra a mulher; Violência conjugal; Reincidência; Justiça

A violência doméstica contra a mulher é um assunto bastante discutido na atualidade, sendo realizados diversos estudos e elaboradas estratégias de proteção às vítimas, a fim de que estas consigam se empoderar e sair da dinâmica conflituosa na qual se encontram. Entretanto, compreende-se, no presente estudo, a necessidade de abranger a percepção dos autores quanto à violência e suas motivações para tal, pois, desta forma, se torna possível a elaboração de meios preventivos mais eficazes para que os homens rompam a barreira da violência e consigam encontrar novas formas de lidar com os conflitos que se apresentam no relacionamento. Pensando nisto, o presente trabalho propôs elucidar, a partir da percepção dos homens autores de violência doméstica, os fatores que contribuem para a reincidência em violência doméstica conjugal contra a mulher. A pesquisa foi realizada na região administrativa Ceilândia – DF, no Serviço de Assessoramento aos Juízos Criminais – SERAV. Foram analisadas cinco evoluções de atendimentos grupais com homens reincidentes no crime de violência doméstica, que foram submetidos a um trabalho psicossocial que teve como objetivo promover a reflexão dos homens quanto o crime praticado. Os resultados foram discutidos em três categorias: “tempestade em um copo d’agua”, “qual a parte que me cabe? ” e “justiça para que? ”. Obteve-se que os autores não percebem seus comportamentos como violentos, não compreendendo a necessidade de intervenção judicial, apresentando justificativas pelos atos praticados, minimizando a violência, além de apresentarem postura vitimizada. Fatores como, uso de álcool e dificuldades de comunicação foram apresentados pelos autores como desencadeadores da violência cometida; e, a minoria deles iniciou reflexões sobre sua co-responsabilidade na dinâmica conflituosa do casal.