Violência escolar: impacto nas vivências de prazer e sofrimento de docentes

• Autor(a) principal: Pereira, Marcela de Araújo
• Data de Publicação: 2015
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/8796
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Violência escolar; Psicodinâmica do trabalho; Vivências de sofrimento; Vivências de prazer

A violência escolar é um dos problemas mais sérios enfrentados atualmente pelo sistema educacional brasileiro. Este fenômeno, como apontado pela literatura, compõe o mal-estar que acomete os docentes, pois acarreta sentimentos de intranquilidade, medo e diminui a satisfação no trabalho. Esta pesquisa teve como objetivo analisar as implicações das relações estabelecidas entre professores e estudantes, em um contexto de violência escolar, nas vivências de prazer e sofrimento de docentes do ensino fundamental. Para isso, foi elegido um Centro de Ensino Fundamental, localizado em Ceilândia, Distrito Federal. Foi realizado um estudo multimetodológico, composto por entrevistas semiestruturada com 7 professores, observações do cotidiano escolar e análise documental da ficha de acompanhamento disciplinar de alunos de 8 turmas, e do Projeto Político-Pedagógico. Os relatos obtidos através das entrevistas foram submetidos à análise de conteúdo, que subsidiou a construção de 11 categorias de sentido: motivação para a docência, concepção de docência, desafios da docência, aluno, relação professor-aluno, concepções de violência, violência na/à/da escola, enfrentamento da violência, vivências de sofrimento e vivências de prazer. A escola apresenta a coexistência de diversos tipos de violências, configurando um ambiente que proporciona vivências de insegurança e medo aos docentes. A violência escolar demonstrou atravessar negativamente a identidade docente e ser fonte de sofrimento. Foram expressados o posicionamento de vítima perante este fenômeno e as vivências de sentimentos de medo, intranquilidade, impotência e tristeza. A ressignificação do sofrimento é possível para os docentes a partir do reconhecimento emanado principalmente da relação professor-aluno, seja pelo interesse dos alunos, ou pela possibilidade de fazer a diferença na vida de um deles.