Possíveis impactos dos ilícitos transnacionais na estrutura organizacional do estado: o caso do México

• Autor(a) principal: Militão, Larissa Sá Freire
• Data de Publicação: 2015
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/9914
• topic: CNPQ::OUTROS::RELACOES INTERNACIONAIS; Ilícitos; Estado; Crime organizado transnacional; Relações internacionais

Muitas mudanças ocorreram com o advento da globalização, em especial a forma de atuação do crime organizado. A globalização, ao extinguir figurativamente as fronteiras territoriais, fez com que o tráfico de ilícitos atingisse novos limites, acontecendo uma simbiose com o Estado. Característica essa não apenas de Estados considerados falidos, mas de qualquer Estado que possua algum grau de fragilidade de suas instituições. Essa mudança trouxe uma nova perspectiva do sistema internacional quando atores não-Estatais, como uma organização criminosa, têm alcance global, ameaçando a legitimidade das instituições democráticas e as estruturas organizacionais do Estado. A relação do crime organizado com o Estado pode ser considerada paradoxal: o contrabandista é perseguido pelo Estado mas, ao mesmo tempo, o Estado é beneficiado com os lucros do contrabando. O México é usado como estudo de caso para compreensão prática dos impactos dos ilícitos no Estado. O país enfrenta um problema de controle e contenção não só do tráfico de drogas como também de sua produção, além da fronteira estratégica com os Estados Unidos, um dos maiores mercados consumidores mundiais. No México, as organizações criminosas de alcance transnacional são chamadas coloquialmente de cartéis, sendo conhecidas pelo seu comportamento violento. Os cartéis, por meio de ameaça, pela corrupção ou por violação de direitos humanos, são capazes de limitar as capacidades políticas de diversas cidades mexicanas. Mesmo não sendo considerado um Estado falido, o México possui dificuldades em controlar suas instituições estatais.