Um olhar fenomenológico-existencial sobre a obra “A Arte da Vida” de Bauman e sua relação com a clínica psicológica

• Autor(a) principal: Morais, Carolina Borgmann C. de
• Data de Publicação: 2018
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/12790
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Fenomenologia; Existencialismo; Psicologia clínica

Este ensaio propõe uma reflexão sobre a vida como obra de arte tal como apresentada no livro “A Arte da Vida” de Zygmunt Bauman (2009), a partir de uma perspectiva fenomenológica-existencial. Busca-se compreender os desdobramentos da arte de viver na contemporaneidade e estabelecer contrapontos com a história, sociologia, economia, filosofia e a psicologia. A existência, que constitui os seres humanos e permite olhar para sua construção histórica e também para a construção do cotidiano, e indagar – que tipo de obra de arte gostaria de compor? A fenomenologia-existencial embasa esta reflexão através de sua ciência, como método e epistemologia. Alguns autores deste movimento, como Husserl, Heidegger, Buber e Sartre auxiliam na proposta de compreender a prática psicológica, pela compreensão dos fenômenos, do mundo vivido, da intencionalidade, da intersubjetividade, da existência e através do encontro com o ser concreto, de forma integral, em suas dimensões biopsicossocial-espiritual. Para a compreensão desta sociedade líquida, trazida por Bauman, observam-se inúmeros fatores que levam ao indivíduo como única resposta às contradições sociais, culturais e psicológicas. E assim espera-se que através de seus próprios recursos e habilidades, estes deem conta dos desafios apresentados pelo momentum histórico. Considera-se que nossa atual estrutura global de pensar e fazer econômico moldam as escolhas e se refletem diretamente nas consequências vivenciadas em todos os níveis (individual, social e histórico). Como pensar e fazer a clínica psicológica neste movimento atual? A clínica, lugar onde há uma consolidação da profissão, mas também um dos campos mais estereotipados da psicologia, exige reflexão e transformação para fazer frente às críticas de ordem epistemológica, ideológica e política que lhe são dirigidas. Para a psicologia humanista é possível pensar em uma psicoterapia que atinja o conhecimento objetivo do ser dos sujeitos, através de uma intervenção científica capaz de colocar o projeto da pessoa em suas próprias mãos, tornando-o autor/protagonista de sua história, de sua obra de arte.