Resveratrol no tratamento das desordens neurocognitivas associadas ao HIV (HAND)

• Autor(a) principal: Pereira, Érica da Costa
• Data de Publicação: 2019
• Outros Autores: Rabelo, Luíza de Pennafort, Morais, Ricardo Souto de
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/12540
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO; HIV; Demência; Estresse oxidativo; Envelhecimento; Antioxidantes; Resveratrol; Neuroaids

As HAND (HIV-Associated Neurocognitive Disorder ou Desordens Neurocognitivas Associadas ao HIV, tradução em língua portuguesa) são caracterizadas pela disfunção crônica do tecido cerebral, causadas pelos danos celulares decorrentes do uso contínuo da terapia antirretroviral (TARV) e pela presença de diversas proteínas do HIV no cérebro, as quais induzem à maior produção de citocinas inflamatórias na região, bem como de espécies reativas de oxigênio no tecido cerebral. Esse contexto patológico no tecido cerebral induz ao estresse oxidativo local e ao maior recrutamento de compostos antioxidantes, tal como o resveratrol, substância que pode ser obtida a partir de determinadas uvas, amoras, vinhos, dentre outros alimentos. O presente artigo objetivou verificar, através de uma revisão de literatura, se a ingestão deste composto poderia auxiliar no tratamento das HAND no que tange à sua capacidade de reduzir a replicação viral em células infectadas pelo HIV bem como pelo seu potencial antioxidante. Estudos demonstram que diferentes frações moleculares que fazem parte da estrutura do HIV podem desencadear a formação de radicais livres que são prejudiciais aos neurônios e às células da glia, o que resulta em diversas disfunções neurocognitivas, dentre elas a demência. Também são diversas as pesquisas que apontam que o resveratrol poderia, por sua capacidade antioxidante, inibir a peroxidação lipídica em células e atuar como anti-inflamatório. Ainda segundo os estudos, o resveratrol pode ser utilizado como um adjuvante à TARV uma vez que parece potencializar os fármacos que atuam como Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa (INTR), inibindo a ação da transcriptase reversa em linhagens mutantes de linfócitos T resistentes aos INTR. O resveratrol também parece estimular a ativação da SIRT1, que pode interromper a atividade da proteína Tat e, consequentemente, inibir também a multiplicação de outras enzimas celulares que são dependentes de sua sinalização. Mais estudos ainda são necessários para que se consolide uma conduta terapêutica no que diz respeito ao manejo das prescrições de resveratrol em pacientes HIV positivos que fazem uso da ARV. A elaboração deste trabalho baseou-se em 23 referências, as quais foram encontradas em livro e em artigos retirados das bases de dados Scielo, Pubmed e Google Acadêmico.