A influência das mudanças climáticas no padrão de distribuição de espécies de mamíferos terrestres do cerrado

• Autor(a) principal: Menezes, Gustavo Pereira de
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/11660
• topic: CNPQ::ENGENHARIAS::ENGENHARIA SANITARIA; Clima; Aquecimento global; Chrysocyon brachyurus; Myrmecophaga tridactyla; Panthera onca; Conservação; Cerrado

O Cerrado, a savana mais biodiversa do mundo, sofre com as consequências da rápida perda de habitats. As espécies do bioma sentem cada vez mais a pressão dos diferentes estressores ambientais atuantes na região central do Brasil. As mudanças climáticas, induzidas pelo aumento das emissões de gases de efeito, têm se mostrado cada vez mais significativa nos impactos sobre a biodiversidade, seja por meio de impactos diretos ou em combinação com outros vetores de mudanças. Nesse contexto, a modelagem de distribuição de espécies é uma metodologia que vem se destacando nos estudos sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre as espécies e os ecossistemas. Desse modo, o presente trabalho avaliou a distribuição potencial das espécies Chrysocyon brachyurus, Panthera onca e Myrmecophaga tridactyla frente aos cenários otimista e pessimista de mudanças climáticas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima, de modo a discutir sobre os desafios da conservação da biodiversidade desse rico e ameaçado bioma. Os resultados obtidos da modelagem demonstraram a tendência de diminuição das áreas climaticamente favoráveis no bioma Cerrado para as espécies Chrysocyon brachyurus e Myrmecophaga tridactyla, com concentração das áreas com maior probabilidade de ocorrência na região sudeste do bioma, entre os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais. A espécie Panthera onca demonstrou tendência de aumento da área climaticamente favorável dentro do bioma Cerrado, com o padrão de concentração das áreas com maior aptidão para ocorrência migrando em direção à região sudeste do bioma. Por fim, as espécies apresentaram desafios comuns para conservação, tais como a perda e fragmentação de habitat, o conflito direto com populações humanas, as lacunas de conhecimento sobre distribuição geográfica, a baixa proporção de Unidades de Conservação e as próprias alterações do clima.