Insegurança alimentar e nutricional em tempos de doenças infecciosas: uma perspectiva nutricional e social

• Autor(a) principal: Sousa, Cristina Alves de
• Data de Publicação: 2021
• Outros Autores: Lima, Stefane Penha de
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/13810
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO; Imunologia nutricional; Insegurança alimentar; Doenças infectocontagiosas; Pandemia

Um aporte adequado de nutrientes é de grande relevância para o combate de doenças infectocontagiosas e a falta destes nutrientes pode levar à depleção imunitária e nutricional. O objetivo desta revisão narrativa foi relacionar as doenças infectocontagiosas emergentes e reemergentes com a insegurança alimentar e nutricional e sua interferência na capacidade imunológica dos indivíduos, além de ponderar sobre um possível efeito benéfico da suplementação de micronutrientes imunomoduladores. Foram realizadas pesquisas em 4 bases de dados: Scielo, Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico; analisando publicações de 2015 a 2021. Desde fevereiro de 2020, quando o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado no Brasil, o número de infectados no país não parou de crescer e no momento atual nos aproximamos de 500 mil óbitos pela doença (https://covid.saude.gov.br/, acessado em 10/JUN/2021). Entre as diversas ações empregadas para diminuir a velocidade de propagação do vírus no Brasil, medidas de distanciamento social foram adotadas, o que levou a uma diminuição da atividade econômica com consequente queda do Produto Interno Bruto (PIB) e aumento do desemprego. Tais fatores podem ter um efeito importante na garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada, ocasionando aumento na prevalência de insegurança alimentar domiciliar. Além disso as medidas de isolamento social, aumentaram ainda mais a insegurança alimentar e nutricional por inúmeros motivos, os quais podem ser observados nas mudanças dos padrões alimentares condicionados pelo medo e ansiedade expondo os indivíduos a situações de estresse levando a estilo de vida não saudável e má qualidade da dieta condicionado por lanches frequentes e alta ingestão calórica associado a atividades que envolvam muito baixo gasto energético. A dieta pode ter efeito profundo no sistema imunológico e na susceptibilidade a doenças, uma vez que o sistema imune necessita de nutrientes específicos para ativação de células imunes e modificação na produção de moléculas sinalizadoras e de expressão gênica como a vitamina D que auxilia na diferenciação de monócitos para macrófagos, os ácidos graxos ômega-3 ajudando a resolver a resposta inflamatória, a vitamina A e o zinco que regulam a divisão celular, desempenhando um papel primordial na resposta imune contra as infecções. Conclui se portanto que a insegurança alimentar e nutricional é uma grande preocupação em tempos de doenças infecciosas que transcende apenas uma suplementação com micronutrientes imunomoduladores mas, que demanda de questões socioeconômicas de acesso adequado ao alimento.