ESPELHO, ESPELHO MEU: REFERÊNCIA VISUAL E A COORDENAÇÃO INTERPESSOAL NA DANÇA JAZZ

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Nicole Silva
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Soledade, Keylla Cardoso dos Santos, Menuchi, Marcos Rodrigo Trindade Pinheiro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Ciência e Movimento (Online)
Texto Completo: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rbcm/article/view/11663
Resumo: O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do uso do espelho na coordenação interpessoal na dança de duetos Jazz. Participam do estudo quatro dançarinas experientes do município de Ilhéus/BA. As participantes realizaram 10 tentativas seguidas de uma coreografia em correspondência com a professora/pesquisadora. Cada participante individualmente foi orientada a realizar a sequência de Jazz em uma das condições experimentais: (1) Com espelho: realizar a sequência posicionada de frente para o espelho; (2) Sem espelho: realizar a sequência posicionada de costas para o espelho. A tarefa foi filmada por uma câmera digital configurada para a gravação em 30 Hz. Para verificar o efeito do espelho, a sincronia dos movimentos foi analisada por meio do procedimento videogramétrico. Utilizando a técnica de correlação cruzada e correlação corrida foi possível identificar, a cada contato do pé com o solo, os momentos em-fase (simétrico), anti-fase (antissimétrico) e fora de fase (não simétrico). Os resultados indicaram forte sincronia em-fase, independentemente da disponibilidade do espelho (r = 0.8 a 1.0). As participantes que executaram de frente para o espelho apresentaram uma paisagem de coordenação predominantemente simétrica e com quase nenhuma defasagem temporal (Lag ? 0). Por outro lado, para as participantes que executaram sem o recurso do espelho apresentaram momentos de não simetria e pouca variação na defasagem temporal entre as tentativas. Foi possível verificar também que a primeira metade da sequência foi menos coordenada quando comparado com a segunda metade. Conclui-se, neste estudo preliminar, que dançarinas experientes foram pouco afetadas pelo uso do espelho, apresentando forte coordenação interpessoal e pouca defasagem temporal na aprendizagem de uma sequência de Jazz. Pode-se concluir que a metodologia empregada foi capaz de medir a coordenação satisfatoriamente, apresentando-se como um recurso promissor para a análise da coordenação interpessoal nas demais categorias e contextos da dança.
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