Passos em falso da razão antiimperialista: Bourdieu, Wacquant, e o Orfeu e o Poder de Hanchard
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Estudos Afro-Asiáticos |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2002000100005 |
Resumo: | Os estudos afro-americanos, assim chamados e praticados nos Estados Unidos, são um instrumento de imperialismo cultural? Discussões de raça, desigualdade ou opressão racial em outras sociedades, quando conduzidas por norte-americanos, devem ser vistas como "brutais intrusões etnocêntricas"? Estas estão entre as teses centrais de uma vigorosa polêmica de dois sociólogos franceses, Pierre Bourdieu e Loïc Wacquant em um artigo de 1999 intitulado "Sobre as Artimanhas da Razão Imperialista". Como prova, Bourdieu e Wacquant chamam a atenção para o recente diálogo acadêmico transnacional sobre a questão racial no Brasil e denunciam a "imposição" de uma "tradição americana", "modelo" e "dicotomia" racial no Brasil. Em particular, eles atacam como um "veneno etnocêntrico" uma monografia de 1994, escrita por Michael Hanchard, sobre os movimentos brasileiros de consciência negra, Orfeu e o Poder: O Movimento Negro do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil, 1945-1988. O presente artigo disseca a caracterização errônea de Bourdieu e Wacquant do atual diálogo entre Estados Unidos e Brasil a respeito da diáspora africana no Novo Mundo. Ele identifica seus principais passos em falso e erros de julgamento e oferece uma crítica do modelo esquemático de circulação intelectual que os autores propõem no artigo. Depois de demonstrar a sua representação radicalmente equivocada do Orfeu e o Poder de Michael Hanchard, o presente artigo termina com uma discussão a respeito do recente boom de publicações acadêmicas, escritas tanto por brasileiros quanto por norte-americanos, que abordam questões de raça, cor e nação no Brasil a partir de uma perspectiva da diáspora. |
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