Docência negra em Pelotas: um constante reinterpretar de silêncios

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Olga Maria Lima
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel
Texto Completo: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/333
Resumo: Esta tese visa desvelar, com base nas vozes presentes no discurso dos docentes negros em Instituições de Ensino da cidade de Pelotas-RS, as estratégias a que recorre o discurso do silenciamento que persiste em defender a ideia de haver uma igualdade de condições entre as pessoas independentemente da cor da pele. As análises dessas percepções têm como base relatos de experiências vivenciadas por professores negros no âmbito institucional e social de Pelotas. Para tanto, enviamos eletronicamente um questionário a dezesseis professores negros de diversas redes de ensino (municipal, estadual, federal e particular) composto por seis perguntas abertas, a partir das quais tecemos algumas reflexões sobre as vozes desses atores quanto ao discurso do silenciamento que tenta, porém, sem êxito, invisibilizar o seu papel como sujeito negro, cidadão e professor no exercício do magistério.A pesquisa, através do discurso desses professores, visa trazer contribuições para uma análise mais crítica em relação a algumas posturas que, de forma humilhante e depreciativa, continuam povoando o imaginário de algumas instituições e da própria sociedade pelotense em relação aos negros e negras que aqui exercem seu papel de docentes. O propósito maior do trabalho é trazer contribuições para um novo olhar sobre o preconceito racial na cidade de Pelotas, bem como demonstrar como esses docentes estão reagindo para quebrar esse silêncio que persiste em submetê-los a situações embaraçosas. Teoricamente, a pesquisa se sustenta sobretudo nos conceitos de exotopia e alteridade de Mikhail Bakhtin, pertinentes para refletir sobre o distanciamento não indiferente, mas necessário, do pesquisador diante do objeto pesquisado e da percepção e do respeito pelo outro tão necessários para a construção de um nós e para o entendimento a respeito de como o discurso do sujeito reflete sua posição social. A fim de compreendermos os processos identitários construídos de modo a criar o silenciamento do negro em nossa sociedade, utilizamos propostas de Stuart Hall e Zygmunt Bauman, que nos falam sobre a fragmentação e o conflito das identidades, e Munanga, que rediscute o porquê de os negros serem considerados incapazes de construir identidades verdadeiramente mobilizadoras
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Para tanto, enviamos eletronicamente um questionário a dezesseis professores negros de diversas redes de ensino (municipal, estadual, federal e particular) composto por seis perguntas abertas, a partir das quais tecemos algumas reflexões sobre as vozes desses atores quanto ao discurso do silenciamento que tenta, porém, sem êxito, invisibilizar o seu papel como sujeito negro, cidadão e professor no exercício do magistério.A pesquisa, através do discurso desses professores, visa trazer contribuições para uma análise mais crítica em relação a algumas posturas que, de forma humilhante e depreciativa, continuam povoando o imaginário de algumas instituições e da própria sociedade pelotense em relação aos negros e negras que aqui exercem seu papel de docentes. O propósito maior do trabalho é trazer contribuições para um novo olhar sobre o preconceito racial na cidade de Pelotas, bem como demonstrar como esses docentes estão reagindo para quebrar esse silêncio que persiste em submetê-los a situações embaraçosas. Teoricamente, a pesquisa se sustenta sobretudo nos conceitos de exotopia e alteridade de Mikhail Bakhtin, pertinentes para refletir sobre o distanciamento não indiferente, mas necessário, do pesquisador diante do objeto pesquisado e da percepção e do respeito pelo outro tão necessários para a construção de um nós e para o entendimento a respeito de como o discurso do sujeito reflete sua posição social. A fim de compreendermos os processos identitários construídos de modo a criar o silenciamento do negro em nossa sociedade, utilizamos propostas de Stuart Hall e Zygmunt Bauman, que nos falam sobre a fragmentação e o conflito das identidades, e Munanga, que rediscute o porquê de os negros serem considerados incapazes de construir identidades verdadeiramente mobilizadorasThis thesis aims to reveal, on the basis of voices present in the discourse of black teachers in teaching institutions of the city of Pelotas-RS, the strategies used by the discourse of silencing, which persists in defending the idea of an equality of conditions between people independently of the color of their skin. The analyses of these perceptions take as its basis reports of experiences lived by black teachers in the institutional and social context of Pelotas. For doing this, we sent electronically a questionnaire to sixteen black teachers of several teaching networks (municipal, state, federal and private) composed by six open questions, from which we weave some reflections on the voices of these actors as for the discourse of silencing that tries, without results, make invisible their role as black people, citizens and teachers in the service of teaching. The inquiry, by means of the discourse of these teachers, aims to contribute to a more critical analysis regarding some postures that humiliatingly and depreciatively keep on populating the imaginary of some institutions and Pelotas society itself regarding black men and women who act as. The main purpose of the work is to contribute to a new glance on racial prejudice in Pelotas, as well as demonstrating how these teachers are reacting to break this silence that persists in subjecting them to embarrassing situations. Theoretically, the inquiry is based especially in the concepts of exotopy and alterity, by Mikhail Bakhtin, relevant to think about the non-indifferent but necessary distancing of the researcher regarding the object and the perception and respect for others so necessary for the construction of a we , as well as for understanding how the discourse of subjects reflects their social position. In order to understand the identitary processes built for creating silencing of black people in our society, we use proposals of Stuart Hall and Zygmunt Bauman, who talk on the fragmentation and the conflict of identities, and Munanga, who re-discusses why black people is considered unable to build really mobilizing identitiesUniversidade Catolica de PelotasSocialBRUcpelMestrado em Política SocialSobral, Adail UbirajaraCPF:03979239480696http://lattes.cnpq.br/0397923948069690Pereira, Olga Maria Lima2016-03-22T17:27:17Z2015-03-172014-09-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPEREIRA, Olga Maria Lima. Docência negra em Pelotas: um constante reinterpretar de silêncios. 2014. 241 f. 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