Espólios filosóficos na Base Nacional Comum Curricular – Ensino Médio: a dimensão ética

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Heuser, Ester Maria
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Dias, Adriana Muniz
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Conjectura: filosofia e educação
Texto Completo: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/9017
Resumo: Este artigo considera a marcante instabilidade da Filosofia nos currículos da Educação brasileira, assim como seu desaparecimento como disciplina, na versão aprovada da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Apresenta as prováveis alterações que esse documento promoverá na Educação, referente à formação de professores, ao impacto político e à autonomia docente na criação de aulas, para, então, dedicar-se aos espólios filosóficos restantes na Base, sobretudo àqueles relativos à ética. Mostra que a dimensão ética atravessa o documento e está presente nas “Competências Gerais” a serem desenvolvidas ao longo da Educação Básica, sendo, portanto, uma preocupação de todas as áreas do conhecimento, sobretudo no que se refere às Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) e à sustentabilidade ambiental. Volta à definição de ética no documento e às suas bases, a saber, justiça, solidariedade e livre-arbítrio; problematiza seus sentidos e marca algumas incoerências. Evidencia que o documento, apesar de incentivar que a Educação dos jovens esteja, de um lado, voltada àquilo que fizemos e sabemos do mundo, por outro, para o aberto e indeterminado; dá ênfase excessiva à busca de soluções e ao aprendizado de respostas, dando prioridade, no que respeita à Filosofia, à resposta socrática para a questão “O que é o ser humano?” Destaca a ideia apresentada no documento de que o nosso tempo requer uma “nova mentalidade”, regida por uma “ética diferente”, e defende que é por meio do contato com modos de pensar filosóficos, presentes nos textos primários de Filosofia, trabalhados por professores habilitados para isso, que os estudantes tornar-se-ão competentes e hábeis nos dois principais sentidos éticos da Base – 1) da nossa relação com a natureza, com o Planeta e seus bens finitos; e 2) da relação consigo mesmo, o modo de ser. Afirma, por fim, que, apesar da espoliação sofrida pela Filosofia na Base, nenhum projeto de Educação pode ser sustentado sem ela.Palavras-chave: BNCC. Filosofia. Ética. Ensino de Filosofia  
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Mostra que a dimensão ética atravessa o documento e está presente nas “Competências Gerais” a serem desenvolvidas ao longo da Educação Básica, sendo, portanto, uma preocupação de todas as áreas do conhecimento, sobretudo no que se refere às Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) e à sustentabilidade ambiental. Volta à definição de ética no documento e às suas bases, a saber, justiça, solidariedade e livre-arbítrio; problematiza seus sentidos e marca algumas incoerências. Evidencia que o documento, apesar de incentivar que a Educação dos jovens esteja, de um lado, voltada àquilo que fizemos e sabemos do mundo, por outro, para o aberto e indeterminado; dá ênfase excessiva à busca de soluções e ao aprendizado de respostas, dando prioridade, no que respeita à Filosofia, à resposta socrática para a questão “O que é o ser humano?” Destaca a ideia apresentada no documento de que o nosso tempo requer uma “nova mentalidade”, regida por uma “ética diferente”, e defende que é por meio do contato com modos de pensar filosóficos, presentes nos textos primários de Filosofia, trabalhados por professores habilitados para isso, que os estudantes tornar-se-ão competentes e hábeis nos dois principais sentidos éticos da Base – 1) da nossa relação com a natureza, com o Planeta e seus bens finitos; e 2) da relação consigo mesmo, o modo de ser. Afirma, por fim, que, apesar da espoliação sofrida pela Filosofia na Base, nenhum projeto de Educação pode ser sustentado sem ela.Palavras-chave: BNCC. Filosofia. Ética. Ensino de Filosofia  This article considers the marked instability of Philosophy in the curricula of Brazilian Education, as well as its disappearance as a discipline, in the approved version of the Common National Curriculum Base (BNCC). It presents the probable changes that this document will promote in Education, referring to teacher training, the political impact and teaching autonomy in the creation of classes, and then dedicate itself to the philosophical assets remaining in the Base, especially those related to ethics. It shows that the ethical dimension permeates the document and is present in the "General Skills" to be developed throughout Basic Education, being, therefore, a concern of all areas of knowledge, especially with regard to Digital Technologies of Information and Communication (TDICs) and to environmental sustainability. Returns to the definition of ethics in the document and its bases, namely, justice, solidarity and free will; problematizes their senses and marks some inconsistencies. It shows that the document, despite encouraging the education of young people, is, on the one hand, focused on what we have done and what we know about the world, on the other, towards the open and indeterminate; overemphasizes the search for solutions and learning answers, giving priority, with regard to Philosophy, to the Socratic answer to the question "What is the human being?" It highlights the idea presented in the document that our time requires a "new mentality", governed by a "different ethics", and argues that it is through contact with philosophical ways of thinking, present in primary texts of Philosophy, worked by teachers qualified for this, that students will become competent and skilled in the two main ethical senses of the Base – 1) our relationship with nature, with the Planet and its finite goods; and 2) the relationship with oneself, the way of being. Finally, he affirms that, despite the dispossession suffered by Philosophy at the Base, no Education project can be sustained without it.Keywords: BNCC. Philosophy. Ethic. Philosophy Teaching Universidade de Caxias do SulHeuser, Ester MariaDias, Adriana Muniz2021-10-19info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionAvaliado por Paresapplication/pdfhttp://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/901710.18226/21784612.v26.e021033Conjectura: filosofia e educação; v. 26 (2021); e021033CONJECTURA: filosofia e educação; v. 26 (2021); e0210332178-46120103-1457reponame:Conjectura: filosofia e educaçãoinstname:Universidade de Caxias do Sul (UCS)instacron:UCSporhttp://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/9017/pdfDireitos autorais 2021 CONJECTURA: filosofia e educaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-10-22T19:28:23ZRevista
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This article considers the marked instability of Philosophy in the curricula of Brazilian Education, as well as its disappearance as a discipline, in the approved version of the Common National Curriculum Base (BNCC). It presents the probable changes that this document will promote in Education, referring to teacher training, the political impact and teaching autonomy in the creation of classes, and then dedicate itself to the philosophical assets remaining in the Base, especially those related to ethics. It shows that the ethical dimension permeates the document and is present in the "General Skills" to be developed throughout Basic Education, being, therefore, a concern of all areas of knowledge, especially with regard to Digital Technologies of Information and Communication (TDICs) and to environmental sustainability. Returns to the definition of ethics in the document and its bases, namely, justice, solidarity and free will; problematizes their senses and marks some inconsistencies. It shows that the document, despite encouraging the education of young people, is, on the one hand, focused on what we have done and what we know about the world, on the other, towards the open and indeterminate; overemphasizes the search for solutions and learning answers, giving priority, with regard to Philosophy, to the Socratic answer to the question "What is the human being?" It highlights the idea presented in the document that our time requires a "new mentality", governed by a "different ethics", and argues that it is through contact with philosophical ways of thinking, present in primary texts of Philosophy, worked by teachers qualified for this, that students will become competent and skilled in the two main ethical senses of the Base – 1) our relationship with nature, with the Planet and its finite goods; and 2) the relationship with oneself, the way of being. Finally, he affirms that, despite the dispossession suffered by Philosophy at the Base, no Education project can be sustained without it.Keywords: BNCC. Philosophy. Ethic. Philosophy Teaching 
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