O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | A Cor das Letras |
Texto Completo: | http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618 |
Resumo: | Este trabalho tem por objetivo analisar os aspectos sociolinguísticos presentes nos diálogos do vídeo "Português Fluente. A partir da tese amplamente defendida pela Sociolinguística de que todo falante nativo é plenamente capaz de se comunicar em sua própria língua, aponta-se alguns fatores que contribuem para a manutenção do mito de que há línguas superiores e inferiores, mais sofisticadas e menos sofisticadas, mais coerentes e menos coerentes. Sob a ótica das variedades linguísticas, foi possível notar que aspectos culturais e socioeconômicos influenciam o modo como fala cada pessoa, fato que configura os linguajares como diferentes e não como “errados”, conforme apregoado por Soares (2017), Rocha (2007), Possenti (1996), Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004), Calvet (2002), Labov (2008), entre outros. Observa-se também que o conceito de “erro” em língua materna tem relação com as diferentes classes sociais e que a supervalorização do modo como falam as classes economicamente privilegiadas gera preconceitos linguísticos e outras consequências negativas em detrimento das classes mais oprimidas. Esta análise tem como base os estudos de pesquisadores da área de Sociolinguística, especialmente os que se referem aos aspectos que envolvem a Língua Portuguesa, variações e variedades linguísticas, noções de hierarquia da norma padrão gramatical e diferença linguística, bem como à ideia de classe social e de preconceito linguístico. Entende-se que a consciência sobre sociolinguística contribui para a redução de mitos que assolam as classes desfavorecidas (como no caso do silenciamento abordado por Ferrarezi Jr., 2014, e do preconceito linguístico, tratado por Bagno, 2007), e colabora para uma comunicação mais fluida entre as pessoas, potencializando o exercício da cidadania e, de certa forma, aumentando as possibilidades de redução das desigualdades sociais. Palavras-chave: Norma Padrão. Hierarquia. Variedades linguísticas. Preconceito linguístico. |
id |
UEFS-1_3e44f02509f772a7be41dc275c931d84 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs3.uefs.br:article/5618 |
network_acronym_str |
UEFS-1 |
network_name_str |
A Cor das Letras |
repository_id_str |
|
spelling |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguísticoEste trabalho tem por objetivo analisar os aspectos sociolinguísticos presentes nos diálogos do vídeo "Português Fluente. A partir da tese amplamente defendida pela Sociolinguística de que todo falante nativo é plenamente capaz de se comunicar em sua própria língua, aponta-se alguns fatores que contribuem para a manutenção do mito de que há línguas superiores e inferiores, mais sofisticadas e menos sofisticadas, mais coerentes e menos coerentes. Sob a ótica das variedades linguísticas, foi possível notar que aspectos culturais e socioeconômicos influenciam o modo como fala cada pessoa, fato que configura os linguajares como diferentes e não como “errados”, conforme apregoado por Soares (2017), Rocha (2007), Possenti (1996), Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004), Calvet (2002), Labov (2008), entre outros. Observa-se também que o conceito de “erro” em língua materna tem relação com as diferentes classes sociais e que a supervalorização do modo como falam as classes economicamente privilegiadas gera preconceitos linguísticos e outras consequências negativas em detrimento das classes mais oprimidas. Esta análise tem como base os estudos de pesquisadores da área de Sociolinguística, especialmente os que se referem aos aspectos que envolvem a Língua Portuguesa, variações e variedades linguísticas, noções de hierarquia da norma padrão gramatical e diferença linguística, bem como à ideia de classe social e de preconceito linguístico. Entende-se que a consciência sobre sociolinguística contribui para a redução de mitos que assolam as classes desfavorecidas (como no caso do silenciamento abordado por Ferrarezi Jr., 2014, e do preconceito linguístico, tratado por Bagno, 2007), e colabora para uma comunicação mais fluida entre as pessoas, potencializando o exercício da cidadania e, de certa forma, aumentando as possibilidades de redução das desigualdades sociais. Palavras-chave: Norma Padrão. Hierarquia. Variedades linguísticas. Preconceito linguístico.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA2022-12-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/561810.13102/cl.v23i1.5618A Cor das Letras; v. 23 n. 2 (2022): Estudos Linguísticos e Filológicos ; 202-2222594-96751415-8973reponame:A Cor das Letrasinstname:Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)instacron:UEFSporhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618/7656Copyright (c) 2022 Universidade Estadual de Feira de Santanahttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessLopes de Sousa, Antonio IsmaelTaveiro Silva, Maria da GuiaFeitosa Aguiar, Mahalla StephanyBrito dos Santos, Gisélia2022-12-28T21:29:23Zoai:ojs3.uefs.br:article/5618Revistahttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletrasPUBhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/oairevistacordasletras@uefs.br||revistacordasletras@uefs.br1415-89732594-9675opendoar:2022-12-28T21:29:23A Cor das Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico |
title |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico |
spellingShingle |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico Lopes de Sousa, Antonio Ismael |
title_short |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico |
title_full |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico |
title_fullStr |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico |
title_full_unstemmed |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico |
title_sort |
O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico |
author |
Lopes de Sousa, Antonio Ismael |
author_facet |
Lopes de Sousa, Antonio Ismael Taveiro Silva, Maria da Guia Feitosa Aguiar, Mahalla Stephany Brito dos Santos, Gisélia |
author_role |
author |
author2 |
Taveiro Silva, Maria da Guia Feitosa Aguiar, Mahalla Stephany Brito dos Santos, Gisélia |
author2_role |
author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lopes de Sousa, Antonio Ismael Taveiro Silva, Maria da Guia Feitosa Aguiar, Mahalla Stephany Brito dos Santos, Gisélia |
description |
Este trabalho tem por objetivo analisar os aspectos sociolinguísticos presentes nos diálogos do vídeo "Português Fluente. A partir da tese amplamente defendida pela Sociolinguística de que todo falante nativo é plenamente capaz de se comunicar em sua própria língua, aponta-se alguns fatores que contribuem para a manutenção do mito de que há línguas superiores e inferiores, mais sofisticadas e menos sofisticadas, mais coerentes e menos coerentes. Sob a ótica das variedades linguísticas, foi possível notar que aspectos culturais e socioeconômicos influenciam o modo como fala cada pessoa, fato que configura os linguajares como diferentes e não como “errados”, conforme apregoado por Soares (2017), Rocha (2007), Possenti (1996), Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004), Calvet (2002), Labov (2008), entre outros. Observa-se também que o conceito de “erro” em língua materna tem relação com as diferentes classes sociais e que a supervalorização do modo como falam as classes economicamente privilegiadas gera preconceitos linguísticos e outras consequências negativas em detrimento das classes mais oprimidas. Esta análise tem como base os estudos de pesquisadores da área de Sociolinguística, especialmente os que se referem aos aspectos que envolvem a Língua Portuguesa, variações e variedades linguísticas, noções de hierarquia da norma padrão gramatical e diferença linguística, bem como à ideia de classe social e de preconceito linguístico. Entende-se que a consciência sobre sociolinguística contribui para a redução de mitos que assolam as classes desfavorecidas (como no caso do silenciamento abordado por Ferrarezi Jr., 2014, e do preconceito linguístico, tratado por Bagno, 2007), e colabora para uma comunicação mais fluida entre as pessoas, potencializando o exercício da cidadania e, de certa forma, aumentando as possibilidades de redução das desigualdades sociais. Palavras-chave: Norma Padrão. Hierarquia. Variedades linguísticas. Preconceito linguístico. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-12-28 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618 10.13102/cl.v23i1.5618 |
url |
http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618 |
identifier_str_mv |
10.13102/cl.v23i1.5618 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618/7656 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2022 Universidade Estadual de Feira de Santana https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2022 Universidade Estadual de Feira de Santana https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA |
publisher.none.fl_str_mv |
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA |
dc.source.none.fl_str_mv |
A Cor das Letras; v. 23 n. 2 (2022): Estudos Linguísticos e Filológicos ; 202-222 2594-9675 1415-8973 reponame:A Cor das Letras instname:Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) instacron:UEFS |
instname_str |
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) |
instacron_str |
UEFS |
institution |
UEFS |
reponame_str |
A Cor das Letras |
collection |
A Cor das Letras |
repository.name.fl_str_mv |
A Cor das Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) |
repository.mail.fl_str_mv |
revistacordasletras@uefs.br||revistacordasletras@uefs.br |
_version_ |
1798321161124184064 |