O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes de Sousa, Antonio Ismael
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Taveiro Silva, Maria da Guia, Feitosa Aguiar, Mahalla Stephany, Brito dos Santos, Gisélia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: A Cor das Letras
Texto Completo: http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar os aspectos sociolinguísticos presentes nos diálogos do vídeo "Português Fluente. A partir da tese amplamente defendida pela Sociolinguística de que todo falante nativo é plenamente capaz de se comunicar em sua própria língua, aponta-se alguns fatores que contribuem para a manutenção do mito de que há línguas superiores e inferiores, mais sofisticadas e menos sofisticadas, mais coerentes e menos coerentes. Sob a ótica das variedades linguísticas, foi possível notar que aspectos culturais e socioeconômicos influenciam o modo como fala cada pessoa, fato que configura os linguajares como diferentes e não como “errados”, conforme apregoado por Soares (2017), Rocha (2007), Possenti (1996), Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004), Calvet (2002), Labov (2008), entre outros. Observa-se também que o conceito de “erro” em língua materna tem relação com as diferentes classes sociais e que a supervalorização do modo como falam as classes economicamente privilegiadas gera preconceitos linguísticos e outras consequências negativas em detrimento das classes mais oprimidas. Esta análise tem como base os estudos de pesquisadores da área de Sociolinguística, especialmente os que se referem aos aspectos que envolvem a Língua Portuguesa, variações e variedades linguísticas, noções de hierarquia da norma padrão gramatical e diferença linguística, bem como à ideia de classe social e de preconceito linguístico. Entende-se que a consciência sobre sociolinguística contribui para a redução de mitos que assolam as classes desfavorecidas (como no caso do silenciamento abordado por Ferrarezi Jr., 2014, e do preconceito linguístico, tratado por Bagno, 2007), e colabora para uma comunicação mais fluida entre as pessoas, potencializando o exercício da cidadania e, de certa forma, aumentando as possibilidades de redução das desigualdades sociais. Palavras-chave: Norma Padrão. Hierarquia. Variedades linguísticas. Preconceito linguístico.
id UEFS-1_3e44f02509f772a7be41dc275c931d84
oai_identifier_str oai:ojs3.uefs.br:article/5618
network_acronym_str UEFS-1
network_name_str A Cor das Letras
repository_id_str
spelling O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguísticoEste trabalho tem por objetivo analisar os aspectos sociolinguísticos presentes nos diálogos do vídeo "Português Fluente. A partir da tese amplamente defendida pela Sociolinguística de que todo falante nativo é plenamente capaz de se comunicar em sua própria língua, aponta-se alguns fatores que contribuem para a manutenção do mito de que há línguas superiores e inferiores, mais sofisticadas e menos sofisticadas, mais coerentes e menos coerentes. Sob a ótica das variedades linguísticas, foi possível notar que aspectos culturais e socioeconômicos influenciam o modo como fala cada pessoa, fato que configura os linguajares como diferentes e não como “errados”, conforme apregoado por Soares (2017), Rocha (2007), Possenti (1996), Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004), Calvet (2002), Labov (2008), entre outros. Observa-se também que o conceito de “erro” em língua materna tem relação com as diferentes classes sociais e que a supervalorização do modo como falam as classes economicamente privilegiadas gera preconceitos linguísticos e outras consequências negativas em detrimento das classes mais oprimidas. Esta análise tem como base os estudos de pesquisadores da área de Sociolinguística, especialmente os que se referem aos aspectos que envolvem a Língua Portuguesa, variações e variedades linguísticas, noções de hierarquia da norma padrão gramatical e diferença linguística, bem como à ideia de classe social e de preconceito linguístico. Entende-se que a consciência sobre sociolinguística contribui para a redução de mitos que assolam as classes desfavorecidas (como no caso do silenciamento abordado por Ferrarezi Jr., 2014, e do preconceito linguístico, tratado por Bagno, 2007), e colabora para uma comunicação mais fluida entre as pessoas, potencializando o exercício da cidadania e, de certa forma, aumentando as possibilidades de redução das desigualdades sociais. Palavras-chave: Norma Padrão. Hierarquia. Variedades linguísticas. Preconceito linguístico.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA2022-12-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/561810.13102/cl.v23i1.5618A Cor das Letras; v. 23 n. 2 (2022): Estudos Linguísticos e Filológicos ; 202-2222594-96751415-8973reponame:A Cor das Letrasinstname:Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)instacron:UEFSporhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618/7656Copyright (c) 2022 Universidade Estadual de Feira de Santanahttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessLopes de Sousa, Antonio IsmaelTaveiro Silva, Maria da GuiaFeitosa Aguiar, Mahalla StephanyBrito dos Santos, Gisélia2022-12-28T21:29:23Zoai:ojs3.uefs.br:article/5618Revistahttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletrasPUBhttp://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/oairevistacordasletras@uefs.br||revistacordasletras@uefs.br1415-89732594-9675opendoar:2022-12-28T21:29:23A Cor das Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)false
dc.title.none.fl_str_mv O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
title O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
spellingShingle O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
Lopes de Sousa, Antonio Ismael
title_short O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
title_full O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
title_fullStr O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
title_full_unstemmed O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
title_sort O “Português Fluente” do Porta dos Fundos: do equívoco da fala baseada na escrita padrão ao preconceito linguístico
author Lopes de Sousa, Antonio Ismael
author_facet Lopes de Sousa, Antonio Ismael
Taveiro Silva, Maria da Guia
Feitosa Aguiar, Mahalla Stephany
Brito dos Santos, Gisélia
author_role author
author2 Taveiro Silva, Maria da Guia
Feitosa Aguiar, Mahalla Stephany
Brito dos Santos, Gisélia
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Lopes de Sousa, Antonio Ismael
Taveiro Silva, Maria da Guia
Feitosa Aguiar, Mahalla Stephany
Brito dos Santos, Gisélia
description Este trabalho tem por objetivo analisar os aspectos sociolinguísticos presentes nos diálogos do vídeo "Português Fluente. A partir da tese amplamente defendida pela Sociolinguística de que todo falante nativo é plenamente capaz de se comunicar em sua própria língua, aponta-se alguns fatores que contribuem para a manutenção do mito de que há línguas superiores e inferiores, mais sofisticadas e menos sofisticadas, mais coerentes e menos coerentes. Sob a ótica das variedades linguísticas, foi possível notar que aspectos culturais e socioeconômicos influenciam o modo como fala cada pessoa, fato que configura os linguajares como diferentes e não como “errados”, conforme apregoado por Soares (2017), Rocha (2007), Possenti (1996), Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004), Calvet (2002), Labov (2008), entre outros. Observa-se também que o conceito de “erro” em língua materna tem relação com as diferentes classes sociais e que a supervalorização do modo como falam as classes economicamente privilegiadas gera preconceitos linguísticos e outras consequências negativas em detrimento das classes mais oprimidas. Esta análise tem como base os estudos de pesquisadores da área de Sociolinguística, especialmente os que se referem aos aspectos que envolvem a Língua Portuguesa, variações e variedades linguísticas, noções de hierarquia da norma padrão gramatical e diferença linguística, bem como à ideia de classe social e de preconceito linguístico. Entende-se que a consciência sobre sociolinguística contribui para a redução de mitos que assolam as classes desfavorecidas (como no caso do silenciamento abordado por Ferrarezi Jr., 2014, e do preconceito linguístico, tratado por Bagno, 2007), e colabora para uma comunicação mais fluida entre as pessoas, potencializando o exercício da cidadania e, de certa forma, aumentando as possibilidades de redução das desigualdades sociais. Palavras-chave: Norma Padrão. Hierarquia. Variedades linguísticas. Preconceito linguístico.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-12-28
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618
10.13102/cl.v23i1.5618
url http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618
identifier_str_mv 10.13102/cl.v23i1.5618
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/5618/7656
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2022 Universidade Estadual de Feira de Santana
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2022 Universidade Estadual de Feira de Santana
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
dc.source.none.fl_str_mv A Cor das Letras; v. 23 n. 2 (2022): Estudos Linguísticos e Filológicos ; 202-222
2594-9675
1415-8973
reponame:A Cor das Letras
instname:Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
instacron:UEFS
instname_str Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
instacron_str UEFS
institution UEFS
reponame_str A Cor das Letras
collection A Cor das Letras
repository.name.fl_str_mv A Cor das Letras - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
repository.mail.fl_str_mv revistacordasletras@uefs.br||revistacordasletras@uefs.br
_version_ 1798321161124184064